Por Yuri Schein
“Concede-me o que ordenas e ordena o que quiseres.” Agostinho
Essa frase é o epitáfio da autonomia humana e o hino da soberania divina. Agostinho entendeu o que a maioria dos teólogos modernos teme admitir: que o homem nada pode obedecer sem que o próprio Deus o torne capaz de obedecer.
A graça não é uma ajudinha moral; é o motor da obediência. Deus não espera que o homem faça para depois recompensar, Ele cria a própria fé, infunde o arrependimento, move a vontade e cumpre o que ordena.
A religião dos “livres-arbítrios” odeia essa frase porque ela destrói o mito da cooperação entre Criador e criatura. Agostinho pediu que Deus concedesse o que ordena porque sabia que sem a concessão divina, o mandamento é uma sentença de morte.
Então sim, Senhor, ordena o que quiseres, porque só Tu podes conceder o querer e o realizar. Isso não é resignação fatalista, é adoração lógica. Quem entende a soberania, ora como Agostinho. Quem não entende, tenta negociar com o decreto.
