quarta-feira, 22 de outubro de 2025

👑 Cristo Já Reina 👑

 


Por Yuri Schein

O pós-milenismo é o escândalo da esperança, o cristianismo que crê, sem pedir desculpas, que o Evangelho funciona. Enquanto os amilenistas espiritualizam o Reino e os pré-milenistas o adiam, o pós-milenista lê Mateus 28.18–20 literalmente: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra.” Cristo não espera reinar, Ele já reina.

O erro dos demais sistemas é hermenêutico e, portanto, teológico. O pré-milenista não compreende que o trono de Davi é celestial (At 2.29–36), não político. O amilenista, por sua vez, interpreta a vitória do Cordeiro como mera resistência. Mas o salmista não diz que as nações apenas ouvirão o Evangelho, ele diz: “Pede-me, e eu te darei as nações por herança” (Sl 2.8).

O pós-milenismo é a teologia da coerência: Cristo reina, logo o mundo será discipulado. A parábola do fermento (Mt 13.33) não é uma metáfora de fracasso, mas de penetração e transformação. O mundo não piora; ele está sendo fermentado pelo Reino. O diabo não governa ele foi destronado (Jo 12.31).

Dizer que a Igreja perde é dizer que o Espírito Santo falha. Mas Isaías profetizou: “Da terra se encherá o conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Is 11.9). E Paulo confirma: “É necessário que Ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos seus pés” (1Co 15.25). Esse “até” é a história em curso não o céu futuro.

O pós-milenismo é simples porque é bíblico: Cristo reina, o Evangelho avança, e o mundo será restaurado. É a fé que recusa o pessimismo covarde disfarçado de humildade. É a escatologia que lê as profecias não com medo, mas com convicção. O fim não é colapso é triunfo.

O Reino não vem com observação porque já está entre nós.



Notas:

1. Jonathan Edwards, A History of the Work of Redemption, 1774.

2. Greg L. Bahnsen, Victory in Jesus: The Bright Hope of Postmillennialism, 1999.

3. Kenneth L. Gentry Jr., He Shall Have Dominion, 2015.

4. Vincent Cheung, Kingdom and Victory, 2006.




🔥 O Henoteísmo de Granconato

 


Por Yuri Schein

Quando Marcos Granconato diz que o Filho “não sabe o dia nem a hora”, e que portanto “não tem acesso a esse conhecimento”, ele não está defendendo a Trindade está desfigurando-a. Isso não é cristianismo; é henoteísmo com vocabulário evangélico.


Negar a onisciência do Filho é arrancar do próprio Cristo o atributo que o define como Deus. Se o Filho não sabe, Ele não é Deus. Se Ele depende de outro para saber, há uma mente maior do que a Dele. E se há uma mente maior, o monoteísmo morreu.


A ignorância atribuída ao Filho é só uma leitura carnal de um texto espiritual. Em sua humanidade, Cristo podia crescer em sabedoria; mas em sua divindade, Ele sustentava todas as coisas pela palavra do Seu poder (Hb 1:3). O mesmo Cristo que “não sabia” como homem é o que conhecia o coração de todos (Jo 2:24). Ele não perdeu atributos Ele os velou.


Granconato, ao confundir economia trinitária com essência, fabrica um Deus em camadas, onde o Pai é pleno e o Filho é limitado. Isso não é ortodoxia é heresia refinada, com selo batista.


O subordinacionismo sempre nasce da incapacidade de pensar a unidade da essência divina. E todo henoteísta moderno tem uma coisa em comum: eles dizem defender a Bíblia enquanto a desmontam.


Cristo não é “menos onisciente”. Ele é a Sabedoria de Deus (1Co 1:24). Quem ousa limitar o Logos, limita o próprio Deus.

🦂 O Ídolo da Analogia — Quando o Tomismo se Torna a Torre de Babel

 


por Yuri Schein

Os tomistas dizem que podemos conhecer Deus “analogicamente”. Que o ser de Deus e o ser da criatura estão relacionados, ainda que não sejam idênticos. Mas, se o “ser” de Deus e o “ser” da criatura não são o mesmo em conteúdo, então a palavra ser é ambígua — e o resultado é um abismo epistemológico travestido de filosofia sacra.

A chamada analogia entis não é um elo entre o Criador e a criatura, mas um muro pintado de ouro entre os dois. Pois, se o homem só pode falar de Deus “por analogia”, então toda proposição teológica se dissolve num jogo semântico, onde Deus é eternamente “como” algo, mas nunca “aquilo”. É a metafísica da distância, não da revelação.

Por isso Barth chamou a analogia do ser de “invenção do anticristo” — e, nesse ponto, ele estava estranhamente certo. Pois negar a identidade entre o conhecimento humano e o divino nas proposições é negar que a mente de Cristo possa realmente habitar em nós (1Co 2:16).

Tomás quis proteger o mistério de Deus, mas acabou encobrindo Sua voz. E o que nasceu dessa filosofia não foi a fé dos profetas, mas a razão dos pagãos com batina.

O Evangelho não precisa de analogia do ser. Precisa de revelação do Verbo. Pois não subimos até Deus pela escada de Aristóteles; é Deus quem desce até nós pela escada da Escritura.

📖 “A vida eterna é esta: que Te conheçam...” (Jo 17:3) — não “que suponham algo semelhante a Ti por analogia”.