Por Yuri Schein
A mitologia nórdica preservou, em seus contos, ecos distorcidos da verdade revelada por Deus nas Escrituras. Entre essas histórias, a de Balder é talvez a mais pungente. O “belo dos Æsir”, filho de Odin e Frigg, era o deus da luz, da inocência e da pureza. Sua morte se tornou um marco cósmico, uma ferida que abalou até mesmo Asgard.
A HISTÓRIA DE BALDER
De acordo com o Gylfaginning de Snorri Sturluson, Balder começou a ter sonhos proféticos sobre sua própria morte. Sua mãe, Frigg, então exigiu juramentos de todas as coisas do mundo: fogo, água, ferro, pedras, animais, plantas e doenças, para que não ferissem seu amado filho. Porém, em sua ingenuidade, deixou de exigir tal juramento do visco, por considerá-lo insignificante.
Loki, o enganador, descobriu esse detalhe. Durante os jogos em que os deuses arremessavam armas contra Balder sem o ferirem, Loki entregou um dardo de visco a Hodr, o deus cego, que, sem saber, lançou a arma mortal contra o próprio irmão. Balder caiu morto.
O luto dos deuses foi absoluto. Hel, a deusa do submundo, consentiu em devolver Balder caso todas as coisas do mundo chorassem por ele. E quase tudo chorou, exceto uma giganta (na verdade, Loki disfarçado), que recusou. Assim, Balder permaneceu entre os mortos, e os deuses ficaram marcados pela certeza do Ragnarök, o juízo final da mitologia nórdica.
O CRISTO QUE BALDER NUNCA FOI
A morte de Balder ecoa, de forma corrompida, a história de Cristo. Balder é o inocente que morre injustamente, vítima da astúcia do maligno. Porém, aqui está a diferença fundamental: enquanto o mito nórdico termina em tragédia sem solução, o Evangelho do Reino proclama que Cristo, o verdadeiro Justo, morreu, mas ressuscitou, triunfando sobre a morte, e embora o Diabo e os homens maus estivessem envolvidos, tudo isso fazia parte do plano de Seu Pai.
Balder é apenas uma sombra invertida da promessa divina:
Ele morre pela negligência de sua mãe; Cristo morre pela vontade eterna do Pai (Atos 2:23).
Balder é incapaz de voltar da morte porque o mundo não chorou unanimemente; Cristo ressuscita porque o Pai O justificou em sua obediência (Filipenses 2:8-9).
Balder permanece refém do submundo; Cristo desce ao Hades, mas leva cativo o cativeiro (Efésios 4:8-10).
A idolatria pagã sempre imita a verdade, mas fracassa em entregar redenção real. Como escreve Herman Bavinck: *“Todas as religiões fora do cristianismo são tentativas humanas de restaurar a comunhão perdida com Deus, mas todas fracassam, porque não partem da revelação, mas da imaginação humana.”*¹
Deus já havia anunciado que Seu Filho seria a verdadeira luz dos homens (João 1:9), enquanto Balder é apenas uma vela apagada pelo sopro do enganador. O paganismo nórdico chorou por um deus que não voltou; o cristianismo se alegra porque o Cristo ressurreto vive para sempre (Apocalipse 1:18).
A tragédia de Balder aponta para o vazio das religiões inventadas. O melhor que podem oferecer é um “quase Cristo” — belo, justo, inocente, mas derrotado. O Evangelho, em contraste, não oferece um mito, mas uma vitória: “Pois, assim como em Adão todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1 Coríntios 15:22).
Enquanto Balder aguarda em Hel, Cristo reina à direita do Pai. O mito gera desespero; o Evangelho gera esperança.
Notas e Fontes
1. Herman Bavinck, Reformed Dogmatics, Vol. 1: Prolegomena, Baker Academic, 2003.
2. Snorri Sturluson, Edda: Gylfaginning.
3. Gordon H. Clark, Religion, Reason, and Revelation.
4. A Bíblia Sagrada — especialmente Atos 2:23, Filipenses 2:8-9, Efésios 4:8-10, João 1:9, Apocalipse 1:18.
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