Vivemos em uma era onde a defesa de animais às vezes parece ocupar mais espaço no imaginário público do que a defesa da própria humanidade. Vídeos de cães maltratados viralizam, campanhas de preservação de espécies dominam redes sociais, mas quantos se mobilizam diante do sofrimento humano real — crianças famintas, pessoas violentadas, famílias sem acesso à saúde? É preciso dizer: a vida do homem é infinitamente mais valiosa que a de qualquer animal.
A Bíblia não deixa dúvidas. Em Gênesis 1:26-27, lemos que Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança. Esse atributo de “imagem divina” confere à humanidade uma dignidade que nenhuma criatura possui. Animais são criaturas; nós somos portadores de eternidade. Quando colocamos cães, gatos ou até aves em patamares morais equivalentes ao ser humano, estamos invertendo a ordem natural e divina das coisas.
Além disso, a Escritura mostra que Deus deu ao homem domínio sobre os animais (Gênesis 1:28). Isso não é apenas uma permissão para usar recursos naturais, mas um lembrete da responsabilidade humana: cuidar das criaturas é necessário, mas jamais à custa de negligenciar o próprio semelhante. Defender animais enquanto ignoramos crianças morrendo de fome ou pessoas vivendo em violência é a máxima hipocrisia da nossa era.
Os filósofos seculares que promovem direitos animais como prioridade moral máxima muitas vezes ignoram a realidade da condição humana. Ronald Nash, em Worldviews in Conflict, alerta que a valorização exagerada da natureza e das criaturas pode levar a uma depreciação da vida humana, confundindo ética com sentimentalismo. É exatamente isso que vemos em redes sociais: hashtags milionárias por golfinhos ou pandas, e silêncio mortal sobre milhões de vidas humanas perdidas anualmente.
O critério não é sentimental; é ontológico e teológico. O homem possui alma, consciência moral e eternidade. Animais possuem instinto e reflexo, mas não julgamento, fé ou capacidade de comunhão com Deus. A defesa da vida humana deveria ser a prioridade absoluta da ética cristã e civilizada. Tudo o mais é secundário.
Concluindo: não se trata de crueldade ou indiferença. Trata-se de hierarquia moral e de reconhecer valores eternos. Amar animais é correto e necessário, mas jamais ao ponto de eclipsar o valor da vida humana. Se queremos falar de justiça e compaixão, que ela comece com aqueles que são feitos à imagem de Deus.
— Yuri Schein

Nenhum comentário:
Postar um comentário