segunda-feira, 19 de maio de 2025

Jocum e Loren Cunningham

Loren Cunningham: O Profeta do Sentimentalismo Arminiano

Introdução

Loren Cunningham, fundador da JOCUM, é celebrado por muitos como um pioneiro das missões modernas. E, de fato, Deus pode usar até mesmo pessoas com teologia inconsistente para cumprir Seus decretos (cf. Is 10:5; Gn 50:20). Mas usar alguém providencialmente não é o mesmo que aprovar sua doutrina. Nesta crítica, abordaremos os principais erros doutrinários de Cunningham à luz do calvinismo bíblico, do ocasionalismo, da soteriologia supralapsariana e da autoridade exclusiva das Escrituras — com a ressalva de que, sim, Deus pode continuar a falar profeticamente hoje, desde que tais palavras jamais contradigam, obscureçam ou substituam as Escrituras Sagradas.

1. O Deus arminiano de Cunningham: fraco, decepcionado e dependente

A base teológica de Cunningham é abertamente arminiana. Para ele, Deus deseja salvar a todos, mas “precisa” da cooperação humana para realizar Seus planos. Isso torna Deus um espectador impotente diante da vontade rebelde da criatura.

> “Eu anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade.” (Isaías 46:10)

O Deus bíblico não tenta — Ele executa Seus decretos. O arminianismo de Cunningham nega isso. Ele apresenta um Deus que “espera” decisões humanas, o que é blasfemo e irracional. Se Deus é Deus, então não pode ser frustrado por Suas criaturas (cf. Sl 115:3; Dn 4:35). O Deus de Cunningham é, portanto, um ídolo criado à imagem do homem moderno.

2. “Ouvir Deus”: o problema não é o dom, é a epistemologia

Cunningham incentivava intensamente a prática de “ouvir Deus”, ou seja, treinar os sentidos espirituais para receber revelações, visões, impressões, palavras diretas e sonhos. Como não cessacionistas, não rejeitamos a possibilidade de Deus falar de forma extraordinária, mas o padrão para testar essas revelações é a Escritura infalível (1 Ts 5:21; 1 Jo 4:1).

O problema é que Cunningham tratava essas revelações como infalíveis, mesmo quando não tinham base bíblica, e institucionalizou essa prática de forma subjetiva e sem filtros teológicos. Isso gerou toda uma cultura onde a emoção, o palpite e a “voz interior” têm mais autoridade que a Bíblia, especialmente entre os jovens.

“À Lei e ao Testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, jamais verão a alva.” (Isaías 8:20)

Enquanto o cristão maduro submete toda revelação subjetiva à Palavra objetiva de Deus, Cunningham fez o oposto: ele subordinava a teologia à experiência. Isso é misticismo epistemológico, não teologia reformada.

3. Evangelismo sem eleição: missões que ignoram o decreto eterno

A JOCUM nasceu com ênfase em evangelismo global, e louvamos a providência de Deus nisso. Porém, Cunningham nunca ensinou evangelismo a partir da eleição incondicional. Sua lógica era arminiana: Deus ama a todos igualmente, deseja salvar a todos, e está dependendo dos crentes para isso acontecer.

Mas a Escritura declara:

> “... todos quantos haviam sido destinados para a vida eterna creram.” (Atos 13:48)

“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer...” (João 6:44)

O evangelismo sem eleição é uma mentira piedosa. É prometer universalmente o que Deus decretou particularmente. A pregação bíblica é instrumento para chamar os eleitos, não para mendigar conversões (cf. 2Tm 2:10). Missões sem predestinação é militância religiosa.

4. A confusão dos “Sete Montes”: avivamento ou pragmatismo dominionista?

Cunningham promoveu a ideia dos “Sete Montes de Influência” — mídia, governo, educação, religião, família, artes e negócios — como esferas a serem “tomadas para Deus”. O problema não é influenciar a sociedade, mas o pressuposto teológico por trás disso.

Não há exegese bíblica que ensine que o Reino de Deus avança pelo ativismo social, mas sim pela pregação da Palavra e regeneração soberana. A doutrina dos Sete Montes não é calvinista: ela é triunfalismo carismático misturado com pragmatismo evangélico.

> “O meu reino não é deste mundo.” (João 18:36)

A missão da Igreja não é conquistar esferas culturais, mas discipular os eleitos de todas as nações (Mt 28:19), por meio da Palavra revelada e do Espírito Santo, e não por meio de estratégias sociológicas.

5. Unidade sem verdade: sincretismo interdenominacional

A JOCUM, desde sua fundação, abraçou um modelo interdenominacional que evita discussões doutrinárias para manter “unidade”. Mas como pode haver unidade sem verdade?

> “Acaso andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Amós 3:3)

“Rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem divisões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles.” (Rm 16:17)

Unidade sem doutrina é sincretismo, não amor cristão. O apóstolo Paulo amaldiçoou aqueles que pregavam um evangelho diferente (Gl 1:8), mas Cunningham colocava todos os grupos — carismáticos, católicos, pentecostais, neopentecostais, etc. — como “expressões válidas” da fé cristã.

Conclusão: Cunningham diante do Deus que decretou o fim desde o princípio

Não duvidamos que Deus tenha usado Loren Cunningham em Sua providência. Mas teologicamente, sua visão de Deus é humanista, sua epistemologia é mística, sua soteriologia é arminiana, e sua prática missionária é pragmática e sincretista.

Ele não apontou para o Deus de Romanos 9 — que escolhe, endurece, prepara vasos de ira, e opera tudo segundo Seu conselho. Ele apresentou um deus carente, emocional, decepcionável — o ídolo do evangelicalismo moderno.

Silogismo

Premissa 1: Toda doutrina que rejeita a soberania absoluta de Deus, a suficiência da Escritura e a eleição incondicional é antibíblica.

Premissa 2: A teologia de Loren Cunningham rejeita todas essas doutrinas.

Conclusão: Logo, a teologia de Loren Cunningham é antibíblica.


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