domingo, 11 de maio de 2025

Locke, Hume e Descartes: Os Três Porquinhos da Epistemologia

Locke, Hume e Descartes: Os Três Porquinhos da Epistemologia

Introdução: Filosofia Infantil Fantasiada de Erudição

Três porquinhos tentaram construir casas de conhecimento. Um construiu com madeira sensorial (Locke), outro com palha cética (Hume), e o terceiro com tijolos de razão autônoma (Descartes). Todos foram varridos pelo sopro da revelação divina, pois Deus é o único fundamento verdadeiro e inabalável da epistemologia.

A parábola infantil aqui serve bem para representar a infantilidade da filosofia secular. De Locke a Hume, de Descartes a Kant, os ídolos variam, mas o pecado epistemológico é o mesmo: tentar conhecer sem Deus. Negar a revelação divina como fundamento do saber é construir sobre areia. E o que está edificado sobre areia será derrubado – seja pelo vento da lógica ou pelo sopro do Verbo encarnado (Mateus 7:26-27).

I. John Locke: O Profeta da Tábula Rasa

Locke ensinou que a mente humana nasce como uma folha em branco, uma tábula rasa, e que o conhecimento vem exclusivamente pela experiência sensorial. Em outras palavras, o homem é passivo diante do mundo e só adquire ideias pela repetição de estímulos físicos.

Parece científico? Parece humilde? Parece “empírico”? Na verdade, é uma teologia camuflada de epistemologia – uma teologia herética. Locke substituiu o Espírito de Deus pelo nervo óptico, e o Verbo pela vibração das moléculas do ar.

Mas a ideia de tábula rasa é autodestrutiva. Como Gordon Clark expôs com clareza:

> “Se a mente é uma tábula rasa, então até o conceito de causa, lógica ou identidade não pode surgir dela. Nenhuma sequência de impressões sensoriais pode, por si só, gerar a noção de conexão lógica entre ideias. O empirismo implode pela própria lógica que ele não consegue justificar.”

Além disso, como eu argumentei em outros lugares, o empirismo é uma forma de ateísmo epistemológico. Ele diz que podemos entender o mundo sem a mente de Deus, sem a Palavra de Deus, e sem a iluminação do Espírito Santo. É, portanto, um insulto à soberania de Cristo sobre a mente humana (2 Coríntios 10:5).

II. David Hume: O Cético que se Suicidou com um Fracasso Lógico

Hume levou o empirismo às suas últimas consequências – e desintegrou tudo. Ao negar a validade do raciocínio causal e da identidade pessoal, ele mostrou que se o empirismo fosse verdadeiro, o conhecimento seria impossível.

Mas eis o problema: Hume não se converteu à revelação. Ele apenas se resignou ao ceticismo.

Essa é a tragédia do pensamento humano: ao ver o colapso da razão, os homens não se arrependem. Preferem a ignorância voluntária à sujeição ao Verbo de Deus. Como escreve Vincent Cheung:

> “Hume provou que o empirismo destrói o conhecimento, mas permaneceu empírico. Ele caiu do precipício e se recusou a agarrar a corda da revelação. É como um homem que se afoga e cospe a boia.”

O ceticismo de Hume, longe de ser humilde, é um ato de arrogância desesperada. Ele não quer saber a verdade. Quer apenas justificar sua rebelião. É o suicídio epistemológico com um sorriso niilista.

III. René Descartes: O Ídolo da Lógica Sem Deus

Do lado oposto, mas igualmente condenado, está Descartes. Ele tentou escapar do ceticismo por meio da razão pura. Seu famoso “cogito ergo sum” – “penso, logo existo” – foi um disparo no escuro, uma tentativa de começar com a mente humana e reconstruir a realidade sem revelação.

Mas Descartes fracassa pela base. Como apontam Clark e Cheung, o “cogito” não prova nada, porque ele pressupõe aquilo que tenta provar. Pressupõe que o “eu” existe antes de justificar essa existência. E mais: o pensamento por si mesmo não garante a verdade do pensamento. Satanás pensa, mas só mente.

O problema de Descartes é o mesmo de todo racionalista: ele idolatra a mente caída. Ele acredita que a razão pode se purificar sozinha, sem a Palavra de Deus. Mas a razão, como tudo no homem, foi afetada pela Queda. E só pode ser redimida pela Escritura.

A tentativa de Descartes de justificar Deus pela razão é ainda mais irônica. Ele tenta provar o Criador com base na criatura, invertendo a ordem correta (Romanos 11:36). Não provamos Deus: é Deus quem nos prova, nos define, nos ilumina e nos salva.

IV. O Único Fundamento: Revelação e Ocasionalismo

Contra os três porquinhos – empirismo, ceticismo e racionalismo – a casa construída sobre a Rocha permanece. Essa Rocha é a revelação divina, dada nas Escrituras e iluminada pelo Espírito Santo. E, como ensina o ocasionalismo, os sentidos e a razão não são fontes, mas apenas instrumentos providenciais do conhecimento revelado.

Quando alguém lê um versículo bíblico, não é a retina que entende o texto. É Deus quem ilumina a mente. Quando um argumento lógico convence alguém, não é o silogismo que converte. É o Espírito que regenera.

Todo conhecimento verdadeiro é revelado. Toda revelação é soberana. Todo processo de conhecimento depende de Deus – não do homem.

Por isso, cncluímos que: O problema não é se a mente vê. O problema é se Deus quer mostrar. E quando Ele mostra, nada pode impedir o entendimento.

V. Conclusão: Queimem os Porquinhos

Não há lugar para Locke no templo do Senhor. Não há espaço para Hume na epistemologia cristã. Não há trono para Descartes no Reino do Logos.

A mente não é tábula rasa. É um vaso caído que só se enche de verdade se o próprio Deus o derramar. Os sentidos não produzem conhecimento. São instrumentos que só tocam música se Deus soprar o fôlego da verdade. A razão não é autônoma. É uma criada que só trabalha quando o Rei a chama.

Todo o resto é fábula. Todo o resto é heresia. Todo o resto é areia.


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