Pitágoras de Samos: Matemático, Místico... e Teólogo Pagão nas Horas Vagas
Uma crítica pressuposicional com pitadas de sarcasmo
1. Introdução ao Culto ao Número
Pitágoras (c. 570–495 a.C.) é frequentemente lembrado como o autor do teorema mais citado da história — embora muitos o conheçam apenas por “aquele negócio do quadrado da hipotenusa”. Contudo, Pitágoras foi mais do que um matemático. Ele fundou uma seita religiosa, acreditava na metempsicose (reencarnação das almas) e via os números como a essência da realidade.
Sim, você leu certo: números — não como representações conceituais criadas por mentes racionais, mas como entidades metafísicas, eternas, quase divinas. Para Pitágoras, tudo é número. A alma? Número. A justiça? Número. O universo? Uma sinfonia matemática — o “cosmos”, com base nas “harmonias celestes”.
Como Gordon Clark resumiu com certa ironia cortante:
“A filosofia pitagórica... era um misticismo matemático. Se os números governam o mundo, então as estrelas, os homens e a justiça são, de algum modo, números.”²⁶
Claro, porque quando você está enfrentando dilemas morais ou o sofrimento humano, nada mais reconfortante do que saber que você é apenas uma equação com pernas.
2. A Falácia Epistemológica do Pitagorismo
O erro fundamental de Pitágoras está no coração da questão pressuposicional: ele tenta explicar o todo da realidade começando com o homem — ou pior, com uma abstração humana — o número.
Vincent Cheung, comentando sobre sistemas semelhantes, escreve:
“A razão autônoma, partindo do homem, não pode fornecer o conhecimento de Deus. Ela apenas multiplica a ignorância”. ²⁷
Pitágoras comete exatamente esse erro: tenta derivar ontologia e epistemologia a partir da matemática sem qualquer justificação teísta. Ele começa com algo derivado (números), tratando-o como absoluto, e então tenta construir o universo sobre isso.
Como Carl F. H. Henry comentou sobre filosofias semelhantes:
“Sistemas não-teístas são como castelos no ar: flutuam, mas não têm alicerces.” ²⁸
Afinal, o que há de mais estável do que fundar toda a realidade sobre abstrações numéricas que sequer têm causalidade ou personalidade?
3. Pitágoras e a Reencarnação das Almas... Números em Trânsito?
Pitágoras cria sua cosmologia mística sem qualquer revelação divina. A alma, segundo ele, migra de corpo em corpo. Um dia você é guerreiro; no outro, um rabanete. Tudo em nome de alguma harmonia cósmica que — surpresa! — só os pitagóricos podiam interpretar corretamente.
Gordon Clark aponta:
“A metempsicose não tem base racional nem empírica. É puro dogma místico, e, como tal, sem valor epistemológico.” ²⁹
Se você acorda acreditando que foi um burro em uma vida passada, talvez a melhor pergunta não seja “de onde veio essa ideia?”, mas “por que alguém leva isso a sério?”
4. A Matemática Não Fala. Deus Sim.
O erro final — e fatal — de Pitágoras é que ele rejeita a revelação proposicional de Deus e a substitui por uma mística numérica irracional. Como um verdadeiro humanista arcaico, ele busca a verdade não em algo transcendente que fale com autoridade, mas em cálculos impessoais.
Vincent Cheung escreve:
“Conhecimento só pode existir se há proposições verdadeiras reveladas por uma mente divina. Fora disso, tudo é especulação mística ou loucura racionalizada.” ³⁰
Pitágoras pode ter descoberto verdades matemáticas úteis, mas ele as transformou em ídolos. E como todos os ídolos, eles não falam, não respondem e certamente não salvam.
Carl Henry reforça:
“Se Deus não falar, o homem está condenado ao silêncio eterno... A matemática pode contar, mas não explica.” ³¹
5. Conclusão: O Deus da Bíblia Contra o Número Sem Alma
A filosofia pitagórica, sob análise pressuposicional, é um fracasso total. Ela assume arbitrariamente que números são entidades últimas, que a alma reencarna, que a harmonia cósmica é a base da ética e que tudo isso pode ser aceito sem revelação divina.
Contra isso, a cosmovisão cristã reformada afirma que:
Deus é pessoal, racional e proposicional.
O universo foi criado pela fala divina (Gênesis 1) — não por vibrações numéricas.
O homem é imagem de Deus, não uma fórmula ambulante.
O conhecimento começa pelo temor do Senhor (Provérbios 1:7), não pelo culto ao número.
Como Gordon Clark afirma enfaticamente:
“Ou começamos com a revelação divina, ou não temos começo algum.” ³²
Portanto, que Pitágoras fique com seus triângulos. Quanto a nós, preferimos a Rocha eterna sobre a qual se constrói uma epistemologia real: o Logos, que se fez carne — não número.
²⁶ De Tales a Dewey, p. 61
²⁷ Ultimate Questions, p. 22
²⁸ God, Revelation and Authority, Vol. I, p. 219
²⁹ De Tales a Dewey, p. 63
³⁰ Presuppositional Confrontations, p. 15
³¹ God, Revelation and Authority, Vol. II, p. 43
³² A Christian View of Men and Things, p. 44
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