O Deus Que Decreta o Mal – A Soberania Incompreendida pelos Ímpios
“Todas as coisas são de Deus, por Deus e para Deus” – Romanos 11.36
“Deus executa todas as coisas conforme o conselho da sua vontade” – Efésios 1.11
“Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal. Eu, o SENHOR, faço todas estas coisas.” – Isaías 45.7
Introdução: O ídolo humanista e o Deus das Escrituras
A cristandade contemporânea, dominada por sentimentalismo e filosofia pagã, se ajoelha diante de um ídolo impotente, uma versão castrada do Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Este deus de papel é uma divindade fabricada nos laboratórios do livre-arbítrio pelagiano, que observa passivamente o mal, impotente para impedi-lo ou relutante para causá-lo.
Esse não é o Deus das Escrituras. O Deus verdadeiro é Aquele que cria o mal (Is 45.7), endurece corações (Rm 9.18), envia enganos (2Ts 2.11) e decreta até mesmo os pecados e intenções mais torpes (Ap 17.17). E longe de ser moralmente repreensível por isso, Ele é glorificado.
O escândalo teológico que expomos aqui é simples: Deus é a causa primária do mal moral, das intenções pecaminosas, da natureza caída, do engano, da cegueira espiritual e da condenação eterna – e isso é bom.
I. A ética da omissão: Deus permitir o mal seria pecado?
Muitos covardes teológicos tentam preservar a imagem moral de Deus por meio de uma “permissão inofensiva”: dizem que Deus apenas “permite” o mal, e não o causa diretamente. Mas isso é eticamente insustentável.
Tiago 4.17 nos condena assim:
"Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado.”
Se Deus pudesse impedir o mal e não o faz, Ele seria moralmente culpado – de acordo com o próprio padrão que Ele impõe às Suas criaturas. Se um homem pode impedir um estupro e se omite, é cúmplice. E querem aplicar um padrão mais baixo a Deus? Isso seria blasfêmia.
Portanto, ou Deus é soberanamente causador do mal com perfeição e justiça, ou Ele é culpado por omissão. Não há escapatória. A teologia do “Deus permissivo” não salva a ética divina – ela a destrói. É um Deus que assiste passivamente ao holocausto, aos genocídios, aos estupros, e que “lamenta” impotente. Um deus desses merece desprezo, não adoração.
Vincent Cheung, de modo incisivo, afirma:
“Se Deus pode impedir o mal e não o faz, então Ele está pecando segundo o padrão bíblico. Mas como Deus é justo, segue-se que Ele não apenas permite, mas decreta e causa o mal para um fim bom.” (Problema do Mal)
II. A covardia dos calvinistas aristotélicos
Se os arminianos são hereges explícitos, os calvinistas aristotélicos são traidores internos. São como Judas: beijam o rosto do Deus soberano com citações de João Calvino, mas por dentro preferem o deus de Aristóteles.
Esses calvinistas de gabinete vivem dizendo que “Deus decreta, mas não causa”. Essa é a ficção metafísica de uma mente covarde que teme ofender os filósofos pagãos mais do que teme distorcer a Bíblia. É o mesmo dualismo metafísico que infectou Tomás de Aquino e seus discípulos, que pensam que causa é uma propriedade inferior e suja, da qual Deus deve ser afastado.
Mas se Deus apenas “decreta” sem “causar”, então quem está causando? Há um segundo deus no universo? Algum poder intermediário? Um demiurgo?
A teologia reformada verdadeira jamais tolerou isso. Lutero dizia:
> “Deus age em todas as coisas, até mesmo no coração dos ímpios... Se há endurecimento, é Deus que o faz.” (De Servo Arbitrio)
Gordon Clark também demole essa distinção inútil:
“Se Deus não causa diretamente tudo que acontece, então há algo fora do controle de Deus – o que é o mesmo que dizer que Deus não é Deus.” (Deus e o Mal)
E ainda acrescenta:
"A distinção entre decreto e causa é uma tentativa covarde de preservar a responsabilidade humana às custas da soberania divina. Isso é idolatria filosófica.” (Religião, Razão e Revelação)
Esses calvinistas aristotélicos citam Calvino no púlpito e adoram Aristóteles na mente. Têm medo de dizer que Deus causou o pecado de Adão, o endurecimento de Faraó, o adultério de Davi e a traição de Judas. Preferem as categorias extrabíblicas de ‘causa secundária’ e ‘influência permissiva’ do que simplesmente declarar: Deus quis e fez – e está certo nisso.
III. O Deus que endurece, engana e destrói
"Ó Senhor, por que nos fazes desviar dos teus caminhos e endureces o nosso coração para que não te temamos?” (Is 63.17)
“Quando o profeta for enganado, e falar alguma coisa, eu, o SENHOR, terei enganado esse profeta.” (Ez 14.9)
“Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira.” (2Ts 2.11)
Esses textos não sugerem passividade divina. Eles gritam agência ativa. Deus endurece, engana, entrega. Não se trata de "permitir", mas de fazer. Os ímpios estão sob a direção ativa do Deus que escreve toda a história – até os pecados deles.
Apocalipse 17.17 diz que Deus colocou nos corações dos reis que cumprissem intenções más, até que se cumprissem suas palavras. Ora, não há mal moral que escape do domínio causal do Altíssimo. Deus não apenas prevê o mal, Ele o decreta, o causa, o controla e o usa para Seus próprios fins.
IV. O dilema que destrói a teologia covarde
Todo teólogo que rejeita que Deus causa o mal está preso num dilema irrespondível:
1. Se Deus pode impedir o mal, mas não o faz, Ele é culpado por omissão (Tg 4.17).
2. Se Deus não pode impedir o mal, então Ele não é Deus.
3. Logo, ou Deus causa o mal com justiça, ou abandonamos o teísmo.
Os únicos que escapam desse dilema são os reformados ousados, supralapsarianos, ocasionalistas e bíblicos – que confessam sem vergonha que Deus é a causa eficaz de todas as coisas, inclusive os pecados, os pensamentos maus e as intenções satânicas.
Conclusão: Ou o Deus das Escrituras, ou o deus da filosofia
A igreja hoje precisa decidir se vai adorar o Deus de Moisés, de Isaías, de Paulo e de Cristo, ou se continuará sacrificando a doutrina no altar da filosofia grega.
O Deus verdadeiro é o Senhor dos exércitos, que endurece, cega, mata, engana, amaldiçoa, entrega e condena – tudo para a glória da Sua justiça, honra do Seu nome e exaltação de Sua soberania.
E se isso escandaliza alguém, louvado seja Deus por isso.
"Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?” (Rm 9.20)
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