quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Respostas a objeções contra o Ex Lex, Ampliado

Respondendo a objeção que se levanta contra a doutrina da soberania divina
Por Yuri Schein

Eis a objeção:

"A considerar o fato de Deus ser o legislador universal de todas as leis, e o pressuposto básico de que Deus só pode legislar mediante a sua boa vontade por causa da unicidade de seu ser, e elevação de perfeição que é incomparável a tudo o que existe, seria incoerente afirmar que o fator causal do pecado começa na ordenação de Deus?"

Resposta:

1) Se o pecado não começa na ordenação de Deus, então existe atos no universo (pecado) que veio ao mundo sem o seu planejamento. Logo, Deus recebeu o conhecimento externo da criatura sobre o que ela faria. Assim progredindo em conhecimento destruindo a simplicidade divina

2) Se Deus previu o pecado e então fez um plano em cima do pecado, Deus reagiu ao pecado com um plano, isso destrói a imutabilidade e impassibilidade divina

3) A natureza de Deus é boa, mas onde está escrito na bíblia que o fato da natureza de Deus ser boa torna impossível que Deus decrete ou planeje o mal em primeira instância?

4) Matar é pecado? Deus pode matar? Sim; pois o preceito de não matar não se aplica a Deus, visto que ele é o dono da vida. Roubar é pecado? Sim, mas Deus pode pegar coisas de qualquer pessoa e dar para quem quiser, pois todas as coisas lhe pertencem, logo Deus não está debaixo do preceito de não roubar. Deus pode cobiçar a mulher do próximo? Não, pois você só pode cobiçar algo que não te pertence, e como todos os seres humanos pertencem a Deus que é seu criador, Deus não pode cobiçar eles, assim quando Deus decreta um estupro, ele não decreta por cobiça, visto que todas as pessoas lhe pertencem, ele não tem mal nenhum em decretar nenhum pecado.

5) Deus decreta o pecado, a bíblia afirma que Deus é quem predestina TODAS as coisas conforme o Conselho da sua vontade - Ef 1.11, e faz tudo o que lhe agrada - Sl 115.3, ela afirma que ele estabelece o fim desde o princípio. A biblia ensina que Deus não apenas ficou olhando para os reis da terra para que deem poder ao anticristo, mas afirma que ele mesmo *pôs em seus corações* que cumpram o seu intento e deem poder a Besta- Apocalipse 17.17

6) Todos os homens nascem corrompidos pelo pecado, e Deus continua criando homens no seu estado pecaminoso, estes homens não decidem vir ao mundo escravos do pecado, mas antes, Deus os planejou e determinou que nasceriam corrompidos. Deus os controla e governa, Deus move o pecado dentro deles como lhe apraz. Assim como Deus moveu o pecado nos irmãos de José para cumprirem o seu propósito (Gn 45.8, 50.20) endureceu o coração de Faraó e mesmo que diante de Faraó mandasse ele se humilhar (Ex 10.3) ele já havia determinado endurecer ele (Ex 10.1-2). Deus determinou que Sansao se apaixonasse pela filisteia- Jz 14.1-4, A morte de Jesus - Is 53, Atos 2.23, 4.28.

7) A natureza divina e sua bondade deve ser interpretada de acordo com a bíblia e não com o que o homem humanista define o que é bondade. Para o homem e para o pagão Platão, a justiça era algo externo aos deuses que eles deveriam obedecer. No cristianismo, nós sabemos o que é bondade porque Deus nos revela na bíblia. Bondade é o que Deus define e não o que o homem define. Por isso, Sempre que a Bíblia diz que Deus decretou algo ruim, aquilo foi de acordo com a sua natureza boa, sim, pois bondade é o que Deus diz. Não existe um padrão externo a Deus que ele deva obedecer. E nenhum homem conhece o padrão divino a parte da sua palavra. Como eu já demonstrei no ponto 4, nenhum dos preceitos de Deus revelados ao homem citados ali se aplicam a Deus pelo simples fato dele ser dono de todas as coisas.

8) Nenhum dos preceitos ali no ponto 4 podem se aplicar a Deus com relação ao que ele faz com as suas criação, pelo fato da relação ser criação - criatura. Por exemplo, não matar, aplica em um homem não assassinar outro, mas Deus não é homem. Alguém poderia achar isso injusto, mas o que ela acha pouco importa. O preceito talvez poderia ser interpretado por hipocrisia se Deus dissesse para não matar, e existisse outro Deus por aí que e então Deus O matasse. O preceito de cobiça, talvez poderíamos pensar que se houvesse outro Deus por aí casado com uma Deusa e Deus estuprasse ela então sim, o preceito de não estuprar se aplicaria a ele. Mas visto que esse pensamento é uma heresia e uma blasfêmia, devemos rejeitar isso por completo, não há outros Deuses criadores, isso é paganismo, e o homem não é Deus, portanto Deus faz o que quiser com o homem.

9. Se aplicarmos que devemos considerar a natureza divina pelos padrões de preceitos morais que ele deu ao homem, para dizer que Deus não pode causar pecados, deveríamos também defender que Deus não pode permitir o pecado pois os preceitos divinos definem que omissão é pecado (Tiago 4.17). Se você pode fazer o bem e não faz peca. Deus pode impedir um estupro mas não impede. Se os preceitos que Deus deu ao homem podem ser aplicados contra a Sua essência então Deus não poderia ser Deus em nenhuma cosmovisão, o arminianismo estaria tanto errado como o calvinismo. Porém esses preceitos foram dados ao homem e não a Deus.

10. Deus não fez leis para si mesmo limitando o exercício de sua Soberania, e como nenhum dos preceitos mencionados acima se aplica  a Deus, Deus decretar o mal não fere em nada a sua essência Santa, visto que só podemos saber o que é Santidade e Justiça por meio da ESCRITURA e não por meio de intuição humana.

11. A pessoa pode alegar o quanto quiser que Deus tem limitações por causa da sua essência, mas que ela deve mostrar as limitações que quer impor a Deus de maneira que elas não contradigam as ESCRITURAS. Se uma pessoa traz alguma limitação que contradiga o que Deus faz claramente nas escrituras, ela está trazendo uma contradição às Escrituras e cometendo um terrível pecado de distorção.

12. Por isso perguntamos: "qual o padrão de justiça?" A justiça vem do que Deus nos prescreve como justiça, pois não conhecemos toda a essência de Deus a parte da bíblia e não das nossas ideias, a bíblia demonstra que é claramente Justo Deus fazer vasos para receptáculo da sua Ira (Rm 9) e que é justíssimo DEUS fazer pessoas para o dia da destruição- Pv 16.4 ou decretar pecados (Jz 14.1-4), Colocar intenções no coração dos homens (Ap 17.17) e Enganar os falsos profetas (Ez 14.9) o fato de Deus não agir contra a Sua essência é irrelevante pois a Escritura afirma tudo isso, então tudo isso faz parte da sua essência e sua defesa é inútil

Agora irei adicionar alguns comentários de apologetas cristãos. Certamente muitas pessoas, nunca ouviram falar de Essencialismo do Comando Divino, que é o posicionamento de Gordon Clark.

"Uma palavra de cautela é necessária aqui. Essa discussão não tem particular importância na imutabilidade divina. Argumentou-se que Deus poderia ter criado um mundo físico diferente, se assim o desejasse. Nada foi dito, de um jeito ou de outro, sobre se Deus poderia desejar. Possivelmente, a imutabilidade do propósito e a eternidade dos decretos implicam que este é o único mundo possível - uma reviravolta calvinista para uma frase espinosista. Contudo, se é assim, e se não faz sentido supor que Deus poderia pensar de forma diferente, permanece o argumento de que a moralidade, tanto quanto a física, é o que é porque Deus pensa assim" - Gordon H. Clark,  Religion, Reason, and Revelation.

Seu posicionamento era bíblico e estava de acordo com sua herança calvinista:

"[...] pois embora Seu poder esteja acima de todas as leis, ainda assim, porque Sua vontade é a mais certa regra de perfeita equidade, o que quer que Ele faça deve ser perfeitamente certo; e, portanto, Ele está livre das leis, porque Ele é uma lei para Si mesmo e para todos"
~ João Calvino, Harmony of the Law , vol. I, p. 55.

O comentário do apologeta Vincent Cheung em seu livro sobre o bem e o mal é preciso e agudo:

O que a Bíblia ensina é que a bondade é inerente à natureza de Deus, e, portanto, a definição de bondade procede naturalmente dele. Dessa forma, Deus não está sujeito a algum padrão de bondade externa a ele, e a definição de bondade não é arbitrária no sentido de ser sem sentido e trivial, mas é fundamentada na natureza imutável de Deus. Por exemplo, a Bíblia diz que é bom amar. Isso procede a partir da natureza de Deus, visto que “Deus é amor” (1Jo 4.8, 16)...

Ora, Deus define a bondade e, assim, o que ele é e faz é ipso facto bom. Tudo o que ele é e tudo o que ele faz é bom, o que significa que nenhum padrão de bondade externa a Deus pode ser usado para julgar um ato de Deus como bom ou mau. Nós derivamos a própria definição de bondade a partir do que Deus é e faz...

Como já mencionado, descobrimos o que é bom e moral através da Escritura. E no início foi dito que a visão que diz que a definição de bondade é de certa forma arbitrária não pode ser descartada. Por exemplo, era bom para os crentes do Antigo Testamento ser circuncidados somente porque Deus tinha ordenado isso. Portanto, era bom para um crente do Antigo Testamento ser circuncidado , e mau para ele o não ser.

A definição de bondade é, portanto, “arbitrária”, mas somente no sentido de que a vontade de Deus determina tudo, incluindo o padrão de bondade. Por arbitrária, portanto, não queremos dizer “existindo ou sucedendo aparentemente de maneira aleatória ou por acaso, ou como um ato de vontade caprichoso e desarrazoado”; mas, antes, como algo similar a “não restringido ou limitado no exercício de poder: governar com absoluta autoridade”(MerriamWebster’s Collegiate Dictionary, 10aEdição).

A doutrina da simplicidade de Deus exige que consideremos seus atributos como um, o que significa que não pode haver nenhuma separação entre sua vontade e natureza. Todas as coisas, nesse sentido, são arbitrárias por necessidade, visto que não há explicação mais última para algo do que dizer que Deus a desejou, e não há nada anterior à vontade de Deus que dite ou influencie o que ele deseja. Ele é amor e ele desejou ser amor; ele desejou ser amor e ele é amor. A vontade de Deus é a expressão final; não há nenhuma causa anterior.

Portanto, o fato de alguém matar outra pessoa não é inerentemente imoral, mas é somente devido ao mandamento de Deus: “Não matarás”. Do mesmo modo, teria sido imoral para Abraão se refrear de preparar Isaque para o sacrifício, uma vez que Deus o tinha ordenado a fazê-lo –em outro contexto, chamaríamos isso de assassinato. Se Deus não tivesse detido a mão de Abraão, ainda teria sido bom para ele ter matado Isaque –simplesmente porque Deus tinha ordenado isso. A justificativa para a pena de morte é derivada da mesma forma. Deus tem soberania completa sobre toda criação, e tudo o que ele ordena é bom por definição.

🖋 Vincent Cheung | Sobre o Bem e o Mal

Gordon Clark aplica o seguinte:

"Não há lei, superior a Deus, que o proíba de decretar atos pecaminosos. O pecado pressupõe uma lei, pois o pecado é ilegalidade. Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou qualquer transgressão dessa lei. Mas Deus é “Ex-lex”. [...] A relação de um homem com outro é totalmente diferente da relação de Deus com qualquer homem. Deus é o criador; o homem é uma criatura. E mais, a relação de um homem com a lei é igualmente diferente da relação de Deus com a lei. O que vale numa situação não vale na outra. Deus tem direitos absolutos e ilimitados sobre todas as coisas criadas. Da mesma massa ele pode fazer um vaso para honra e outro para desonra. O barro não tem direitos sobre o oleiro. Entre homens, pelo contrário, os direitos são limitados. [...] A ideia de que Deus está acima da lei pode ser explicada em outro particular. As leis que Deus impõe aos homens não se aplicam à natureza divina. Elas são aplicáveis somente a condições humanas. Por exemplo, Deus não pode roubar, não somente porque tudo quanto ele faz é certo, mas também porque ele é o dono de tudo: não há ninguém de quem roubar. Assim, a lei que define o pecado visa a condições humanas e não tem relevância para um Criador soberano. Uma vez que Deus não pode pecar, por conseguinte, Deus não é responsável pelo pecado, mesmo que o decrete. Talvez seja bom, antes de concluirmos, apresentar mais algumas comprovações bíblicas de que Deus realmente decreta e causa* o pecado. 2 Crônicas 18.20-22 registra: “Então, saiu um espírito, e se apresentou diante do Senhor, e disse: Eu o enganarei. Perguntou-lhe o Senhor: Com quê? Respondeu ele: Sairei e serei espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas. Disse o Senhor: Tu o enganarás e ainda prevalecerás; sai e faze-o assim. Eis que o Senhor pôs o espírito mentiroso na boca de todos estes teus profetas e o Senhor falou o que é mau contra ti”. Essa passagem definitivamente diz que o Senhor causou* os profetas a mentirem. Outras passagens semelhantes podem ser relembradas. [...] Outro aspecto das condições humanas pressupostas pelas leis que Deus impõe aos homens é que elas levam consigo um castigo que não pode ser infligido a Deus. O homem é responsável porque Deus chama-o às contas; o homem é responsável porque o poder supremo pode castigá-lo pela desobediência. Deus, pelo contrário, não pode ser responsável pela razão óbvia de que não há poder superior a ele; não há nenhum ser maior para considerá-lo responsável; ninguém pode castigá-lo; não há ninguém a quem Deus tenha de prestar conta; não há leis às quais ele possa desobedecer. O pecador, portanto, e não Deus, é que é responsável; o pecador por si só é o autor do pecado. O homem não tem livre-arbítrio, pois a salvação é puramente de graça; e Deus é soberano."

*Causa primeira ou máxima.

Perceba que a definição de Clark sobre o "Ex Lex" não remove a ligação de Deus com os preceitos dados aos homens, mas demonstram que a relação de Deus com a Lei dada aos homens é totalmente diferente. Isso não significa que Deus agirá contra a sua natureza santa e justa, mas significa que esses preceitos dados ao homem NÃO PODEM SE APLICAR A DEUS, e nem ser um parâmetro para o homem para a Deus:

"Deus não é responsável nem pecaminoso, embora seja a única causa suprema de tudo. Ele não é pecaminoso porque, em primeiro lugar, tudo quanto Deus faz é justo e reto. É justo e reto simplesmente em virtude do fato de ser ele quem faz. Justiça ou retidão não é um padrão externo a Deus, ao qual ele está obrigado a se submeter. Retidão é aquilo que Deus faz. Uma vez que Deus causou Judas a trair Jesus [preordenando tal evento], esse ato causal é reto e não pecaminoso.

Por definição, Deus não pode pecar. Neste ponto deve ser particularmente indicado que Deus causar um homem a pecar não é pecado. Não há lei, superior a Deus, que o proíba de decretar atos pecaminosos. O pecado pressupõe uma lei, pois o pecado é ilegalidade. Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou qualquer transgressão dessa lei. Mas Deus é "Ex-lex".

É verdade que se um homem, um ser criado, causasse ou tentasse causar outro homem a pecar, essa tentativa seria pecaminosa. A razão é imediata. A relação de um homem com outro homem é totalmente diferente da relação de Deus com qualquer homem. Deus é o criador; o homem é uma criatura. E mais, a relação de um homem com a lei é igualmente diferente da relação de Deus com a lei. O que vale numa situação não vale na outra. Deus tem direitos absolutos e ilimitados. sobre todas as coisas criadas. Da mesma massa ele pode fazer um vaso para honra e outro para desonra. O barro não tem direitos sobre o oleiro. Entre homens, pelo contrário, os direitos são limitados.

A ideia de que Deus está acima da lei pode ser explicada em outro particular. As leis que Deus impõe aos homens não se aplicam à natureza divina. Elas são aplicáveis somente a condições humanas. Por exemplo, Deus não pode roubar, não somente porque tudo quanto ele faz é certo, mas também porque é dono de tudo; não há ninguém de quem roubar. Assim a lei que define o pecado visa condições humanas e não tem relevância para um criador soberano."

📚 Gordon H. Clark, Deus e o Mal: O Problema Resolvido. Editora Monergismo.

O fato de Deus não se agradar com o mal - Sl 5.4 é evidente. Mas o que é mal?

Mal é tudo aquilo que vai contra os seus PRECEITOS. Quando Deus ordenou que Israel matasse todas as crianças cananéias e amelequitas, ele estava dando um preceito pecaminoso a Israel?
Não. Por que? Pois ele não está sujeito aos preceitos que ele estabeleceu ao homem

Sendo assim, Deus não se agrada com o "mal" o mal é tudo aquilo que o homem faz que vá contra os preceitos de Deus. Isso não tem nada haver com os decretos de Deus. Deus decreta todo o tipo de pecado que vai contra seus PRECEITOS na bíblia (Ex 9, Ex 10, Gn 45.8, Is 53, Ez 14.9, Ap 17.17).

Se Deus não pudesse decretar um ato pecaminoso contra seus PRECEITOS então não haveria crucificação e redenção que foram atos contrários ao preceito divino que ele mesmo decretou (Atos 2.23, 4.27-28)

Meu oponente afirmou que essas passagens eram só hebraismo e por isso não queriam dizer o que elas dizem. Ou seja, Deus não decreta o mal. Então respondi:

Agora veja como sua posição é irrelevante.

Voce diz que todos os textos que eu mencionei são apenas um hebraismo etc... Eu afirmo que seu Salmo 5.4 é um Hebraismo e portanto é irrelevante ele não pode me dar conhecimento preceptivo de Deus. Ou seja, seu próprio argumento usado contra você.

Você disse:

Ou seja é a mesma coisa que Deus dizer.
"Faz oque eu falo, mas não faça oque eu faço"
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Mas, é isso mesmo.
Deus proíbe que nos vinguemos uns aos outros, mas Ele é o Deus Vingador.

Deus nos pede para amar os inimigos, mas Ele irá lançar no fogo eterno todos os inimigos de Cristo.

Deus é soberano e Suas Leis são para as criaturas e não para Si mesmo.

Eu ainda poderia argumentar assim:

Deus diz para um homem não matar outro, seria hipocrisia em ultima instância se houvesse outro Deus e Deus matasse esse outro Deus, ou roubasse ele, porém é uma blasfemia dizer que há outro Deus e por isso mesmo o argumento do calvinita inconsistente é fraquissimo.

A Biblia afirma a doutrina dos decretos eternos de Deus

Sl 33, Sl 115.3, Isa. 45:6-7; Rom. 11:33; Heb. 6:17; Tiago 1:13-17; João 19:11; At.2:23; At. 4:27-28 e 27:23, 24, 34, Ef 1.11

De tal maneira que até mesmo o resultado de um lançar de dados é determinado por Deus

At. 15:18; Prov.16:33; I Sam. 23:11-12; Mat. 11:21-23; Rom. 9:11-18.

O Apóstolo Paulo e o salmista deixam claro quando dizem que "Deus faz tudo o que lhe agrada" Sl 115.3, e "segundo o propósito daquele que faz TODAS AS COISAS conforme o Conselho da sua vontade" [Sl 115.3, Ef 1.11], e sobre a reprovação dos ímpios [Pv 16.4, Rm 9, 1 Pe 2.7-9, Jd] também sobre todo o tipo de criatura que Deus fez [Cl 1.15-16, Rm 11.33]

Quando a bíblia nos dá uma ilustração "Deus é aquele que brande o bordão, usa o machado e a serra" ou Deus é o "Oleiro e nós somos barro em suas mãos" qual a possibilidade desses objetos fazerem qualquer coisa ou se criarem sozinhos?

Usando um Ad Hominem válido.

Alguns vão argumentar que o homem muito mais complexo do que esses objetos, pois ele delibera, pensa etc... mas Deus também é muito maior do que o homem, o controle de Deus sobre o homem é muito maior do que o controle de alguém com um machado na mão, pois além de Deus mover todas as coisas ele também tem a relação de "criador-criatura" a qual ele predispõe a natureza de cada coisa que ele criou.

Vamos ficar com o exemplo do machado por um tempo. Podemos dizer, na visão de algumas pessoas, que Adão era como um machado que foi criado bom, porém Deus o criou com a capacidade de perder o fio. Agora, sendo Deus aquele que move Adão, e o mesmo Deus estipulou a durabilidade do machado, ou seja, Deus determinou quantas "batidas" o machado poderia dar antes de ficar cego. Deus o fez com o propósito de perder o fio obviamente, de maneira que quando Adão caiu, foi o exato momento em que Deus determinou que o fio ficaria cego de uma vez.  Mesmo que Deus tivesse apenas dado a capacidade de Adão se corromper,  ele também determinou a "durabilidade" de tal criatura. A menos que Adão tivesse a capacidade de se auto-mover, e de auto-determinar as suas ações, e aí sim, neste caso o próprio Adão decidiria quando (ou não) ele iria "perder o fio", a consequência básica disso é que Deus teria que prever a ação de Adão para então decretar a eleição. E toda a predestinação Divina estaria baseada na ação de Adão, o plano de Deus seria concebido "depois" dele prever a ação de Adão. Devo lembrar que Amyraut acreditava que a predestinação aconteceu pois Deus previu que Adão cairia e que nenhum homem iria responder ao chamado do evangelho.

Eu acho que essa visão é uma heresia de morte eterna? Não acho. Mas acho inconsistente com a doutrina da soberania exaustiva.

Acréscimo: O Irmão Cristiano Lima escreve o seguinte

TIAGO 1.17 PROVA QUE DEUS NÃO CAUSOU O MAL MORAL?

"Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação".(Tg 1.17)

PRIMEIRO, Tiago 1.17 não diz, nem implica necessariamente dizer que Deus não causou o mal, tanto o mal natural quanto o mal moral.

SEGUNDO, esse texto diz claramente apenas que "Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito", é causado por Deus. Isso está de acordo com vários outros versículos que ensinam que Deus é Causa de tudo o que acontece.

TERCEIRO, Deus é a Causa tanto de "Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito"(Tg 1.17) quanto do mal natural(Is 45.7; Lm 3.38; Am 3.6) e também do mal moral, como será demonstrado a seguir:

(1) Ele endureceu o coração de algumas pessoas para que elas pecassem contra Ele. Ele endureceu o coração de
          (i)   De Faraó (Êx 4.21; 7.3,13,22; 8.19,32; 9.7,12,35; 10.20,27; 11.10; 13.15; 14.4,8)

          (ii)  Dos egípcios servos de Faraó(Êx 14.17)

          (iii) De Seom rei de Hesbom(Dt 2.30)

          (iv) Dos inimigos de Israel(Js 11.20)

          (v) Dos filhos de Israel(Is 63.17; Jo 12.40; Rm 11.7)

          (vi) "Logo pois [Deus] compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer". (Rm 9.18)

(2) Ele incitou a Davi a pecar contra Ele(1 Sm 24.10-16).

(3) Ele enviou da sua parte espíritos de mentira para enganar um grupo de profetas(1 Rs 22:19-23); e um espírito maligno para atormentar a Saul(I Sm16:14-23; 18.10; 19.9)

(4) Ele fez o ímpio para o dia do mal(Pv 16.4)

(5) Ele se agradou em moer a Cristo fazendo-o enfermar(Is 53.10)

(6) Ele predeterminou tudo quanto Herodes, Pilatos, os gentios e israelitas fizeram contra Cristo(At 4.27-28)

(7) Ele preparou da mesma massa, tanto vasos para a perdição quanto vasos preparados para a glória(Rm 9.21-23)

CONCLUSÃO: Existem vários outros textos. Porém, esses bastam para provar que o Deus Santo, Justo e Bom, é a Causa tanto do bem(Tg 1.17) quanto do mal natural e do mal moral.

Por: Cristiano Lima

O Bônus de um argumento prático

O Arminianismo e o estupro

Frequentemente arminianos dizem que Deus não pode decretar todos os eventos do mundo, pois não aceitam a ideia de que Deus não poderia decretar um estupro ou algo do genero, o Argumento do Estupro é um dos mais usados pelos arminianos. Eu já respondi esse argumento diversas vezes, algumas pessoas pensam que minha resposta é algo exclusivo da teologia de Cheung ou Clark, mas não é, é uma resposta de calvinistas consistentes, embora eu reconheça que Clark e Cheung defendem muito bem a teodiceia [na minha opinião Cheung defende melhor]

A biblia diz que aquele que pode fazer o bem e não faz está pecando [Tiago 4.17], segundo a lógica arminiana Deus permitiu esse estupro podendo impedir, mas ficou só olhando como um salva-vidas em uma guarita e não fez nada. Se Deus não pode decretar um estupro ele também não pode permitir um estupro pois isso também seria abominável para ele caso ele estivesse de baixo de seus preceitos, mas a verdade é que Deus não está debaixo desses preceitos, ele tem o direito sobre a sua criação para decretar o que ele quiser. Basta lembrar que Deus não decreta esses pecados por malicia, afinal tudo lhe pertence e a cobiça do estupro [que o estuprador comete] vem do sentimento de posse e distorção sobre o corpo alheio, mas Deus não está fazendo nada com o que não lhe pertence, tudo pertence a Deus, Deus está decretando o mal, mas o AGENTE é o homem.

Isso aconteceu com a Assiria, que Deus decretou que destruiria muitas nações e ao mesmo tempo puniria ela por sua arrogância [Isaias 10].

Se você se interessa por essa resposta apologética a teodiceia eu te recomendo os livros:
"Deus e o Mal o Problema resolvido - Gordon Clark",
"Ex Lex, Explicado e defendido de Falacias - Daniel Gomide"
"Autor do Pecado - Vincent Cheung"
"O Problema do Mal - Vincent Cheung"
"Melhor do que Ex Lex - Vincent Cheung"
"O Senhor das Tentações Vincent Cheung"

Que possamos nos livrar desses conceitos humanistas sobre Deus e abraçar o Deus verdadeiro das Escrituras Sagradas com fé e reverência.

Yuri Schein

domingo, 11 de agosto de 2019

A dádiva da Adoração

Eu me perguntava porque os anjos de Deus clamavam dia e noite "Santo, Santo, Santo"

Isso foi quando eu entrei no seminário mais ou menos 5 anos atrás, até  que eu entendi lendo as Escrituras.

Deus é *cognocivel* mas *incompreensível*

Ele pode ser conhecido, mas nunca tudo sobre ele. A Incompreensibilidade divina tem a ver com o seu ser, essa é a natureza da eternidade de Deus.

Deus é *inesgotável*. Todas as vezes que os anjos falam Santo, isso significa que uma nova porção de conhecimento e vida de Deus é transmitida para eles. A mesma coisa acontece quando adoramos a Deus

Adorar é o *efeito* de ter recebido vida e revelação divina. A causa da adoração é a revelação.

Visto que todo o conhecimento está em Deus, o adorador é aquele que recebe conhecimento e sabedoria divina, enquanto o ímpio é aquele que cada vez se torna mais tolo, a revelação nos faz sábio e  a expressão de gratidão por receber o conhecimento e sabedoria da parte de Deus é uma doxologia [adoração]

A adoração não é uma exigência em primeira instância, assim como a ética não é uma exigência ou lei, a ética é aquilo que o homem *deveria fazer naturalmente* ele foi criado para ser moral, assim como ele foi criado para *raciocinar de maneira lógica e correta*. A adoração é também uma dádiva, pois somente aqueles que Deus dá um novo coração e os constrange com amor e misericórdia se tornam adoradores de maneira espontânea. Na verdade em um sistema sinergista a Adoração é impossível e meramente mecânica e meritória, mas em um sistema *monergista* A adoração se torna "natural" um efeito da Graça sobre o adorador. Assim como o calor do fogo faz com que o insenso de produza  uma fumaça de perfume, a Adoração é a fumaça que flui normalmente na presença *revelada* de Deus sobre o adorador.

Yuri Schein

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Entendendo o Jovem Rico

As Leis e as exigencias do Senhor Jesus nos evangelhos sinóticos são tão terríveis, elas nos falam de um inferno real e eterno, bem como de uma justiça que é inatingível ao homem, seria mais fácil o homem conseguir entrar vivo nu dentro de um vulcão em chamas do que cumprir as exigências, tamanho é o padrão do evangelho do Reino pregado pelo Senhor Jesus, e tamanho é a exigência para alcançar a salvação que, uma vez, os discipulos ao verem Jesus despedir o jovem rico exclamam: "“Sendo assim, quem pode ser salvo?” Mateus 19.25. Toda essa verdade faz com que a doutrina da Justificação nos seja preciosa e maravilhosa de mais, Deus justifica "gratuitamente por sua graça os que creem" (Romanos 3.24), se a morte e a destruição reinam sobre o homem morto em delitos e pecados "Muito mais agora (Rm 5.9)... muito mais (Rm 5.10)... muito mais (Rm 9.15)... muito mais (Rm 5.17), super abundou a graça aos que creem (Rm 5.20), essa preciosidade da doutrina da Justificação Gratuita pela Graça de Jesus faz contraste com a doutrina da retribuição eterna dos que rejeitam o evangelho da salvação com arrependimento, de maneira que O Senhor responde aos discipulos sobre o Jovem Rico "Aos homens é isso [Salvação] é impossível, mas a Deus tudo é possível" Mateus 19:26

Por que Jesus disse ao Jovem Rico que só existe um bom que é Deus?

E Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus.
Marcos 10:18

Alguns arianos teimosamente usam esse versículo de Marcos para dizer que Jesus não é Deus, mas Jesus em outra vez disse que ele é bom e também diz que ele é manso e humilde de coração:
"Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. João 10:11" e também "Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Mateus 11:29

Então, o que Jesus quis dizer ao jovem rico? Jesus quis ensinar para ele que nenhum homem é bom! O jovem rico não se aproximou de Jesus como Deus, mas apenas como um mestre, o jovem rico disse "Bom mestre", não adianta nos aproximarmos de Jesus como bom mestre moral e não nos aproximar dEle como Deus! A Idéia de que Jesus não é Deus não pode salvar ninguém. Jesus só pode ser verdadeiramente bom se Ele for Deus, pois homem nenhum [criatura nenhuma] é bom (o próprio Senhor diz isso). A biblia diz que até mesmo aos seus anjos Deus atribui imperfeições - Jó 4.18. O Jovem rico estava com a teologia farisaica errada que ensina que existe ainda algo de bom no homem, e Jesus ao fazer a pergunta "Por que me chamas bom?" estava dizendo para ele: Não existe nada de bom no homem! Para acabar de vez com a doutrina errada do Jovem rico O Senhor o testou, perguntou para o Jovem se ele conhecia a Lei e se ele a obedecia, pois se fizesse isso viveria; a biblia afirma que é impossível ao homem se justificar pela Lei, mas o Senhor mesmo assim estabeleceu o padrão para o Jovem Rico para o testar, o Jovem afirmou "Tudo isso tenho observado desde a minha mocidade" o Jovem Rico acreditava que ele era bom, por isso ele ainda acreditava que existia bondade nos homens, quando ele viu Jesus ele não conseguiu distinguir a diferença entre Jesus e os homens, pois para ele Jesus era apenas um mestre moral. O Senhor estabeleceu a ele outro teste "Vende tudo que tu tem e dá aos pobres, depois vem e me segue" por que o Senhor fez isso? Nesta ordem o Senhor estava subjetivamente colocando os dois maiores mandamentos da Lei "Amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a ti mesmo" o Jovem rico não conseguiu nem amar a Deus sobre todas as coisas, pois amou as suas riquezas. Mas o mais interessante é o que vem antes dessa ultima pergunta, antes do Senhor fazer a pergunta que afastou o Jovem, a biblia diz que Jesus o amou Mc 10.21 " E Jesus, fitando-o, o amou e disse". O Amor de Jesus pelo jovem rico não omitiu o teste e a verdade, não omitiu a exposição da fraqueza da religiosidade do Jovem rico. Nós não devemos odiar os religiosos e Impíos, devemos amar eles, e levar eles a entender que sem O Senhor Jesus como Deus e Salvador de suas vidas eles não se salvarão. A bíblia não diz se depois que o Jovem Rico foi embora, lá na frente se arrependeu e seguiu Jesus, na verdade a escritura não fala dele novamente, isso nos mostra que não devemos avaliar o nosso evangelismo se as pessoas religiosas estão nos seguindo ou não, quem seguia Jesus era a multidão de pecadores arruinados que se arrependiam. E em João 6, a biblia diz que MUITOS abandonaram Jesus por causa das palavras duras dEle. A verdade deve ser dita com amor, mas o amor jamais pode ser expressado sem a verdade. Nosso dever é fazer as pessoas olharem para Cristo e não para nós mesmos ou nossas próprias ideias, alguns religiosos fazem de Jesus um idolo moral igual o Jovem rico e não um salvador, não alguém que realmente morreu pelos nossos pecados nos quais nós temos uma salvação certa, nós não podemos aceitar um Jesus assim, pois estaremos agradando os religiosos e afastando os pecadores que são totalmente conscientes de seus pecados. Por outro lado, como Jesus fez com o Jovem rico, nós devemos fazer com os religiosos, ANTES DE FAZER A ULTIMA PERGUNTA JESUS OLHOU NOS OLHOS DELE E O AMOU, devemos nos perguntar se estamos respondendo a pergunta simplesmente para ganhar uma disputa ou se estamos fazendo isso porque amamos a pessoa.

TOME A SUA CRUZ E SIGA-ME

Quando um jovem muito rico chegou até Jesus perguntando como faria para entrar no reino de Deus. Jesus o questiona usando a Lei dizendo "Se você quer entrar na vida, obedeça aos mandamentos". [Mateus 19.17]. É evidente que Jesus sabia que ninguém conseguia cumprir os mandamentos, e que a justificação só pode ser alcançada pela fé e não pelas obras da Lei [Galatas 3, Romanos 3, 4, 5 etc...]. Mesmo assim, Jesus exibe ao Jovem rico a justiça perfeita de Deus pela Lei, essa justiça deveria ter tapado a boca do jovem rico e ele deveria dizer que merecia o inferno [Romanos 3.18-19] porém o próprio jovem rico disse o contrário, ou seja, mentiu: "A tudo isso tenho obedecido. O que me falta ainda?" O Jovem rico disse que ele cumpria a lei, e perguntou o que lhe faltava, então Jesus o chama para ser seu discipulo, vender tudo o que tinha e dar aos pobres! Essa é a cruz de todo o discipulo, abrir mão de tudo que tem e seguir a Cristo. "Se você quer ser perfeito, vá, venda os seus bens e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me" verso 21. O Jovem rico foi embora pois tinha muita propriedade e bens, a afirmação comum é que ele amou mais o dinheiro. Mas vamos ver o que acontece logo em seguida. Jesus afirma aos discipulos que é mais fácil um camelo entrar no fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus [verso 23], os discípulos vendo que o padrão da Justiça de Deus era tão alto exclamam: Neste caso, quem pode ser salvo" v 25. Então Jesus revela a eles o evangelho, no que consiste realmente a salvação, o que Jesus não ensinou para o jovem rico, Jesus deixou que o Jovem rico tentasse pagar pela sua salvação, Jesus queria que ele visse que é impossivel tomar tal cruz, para só então perceber que a salvação era de Graça e então depois de salvo a pessoa toma a cruz, pois Deus opera o querer e realizar ~[Filipenses 2.13]. Por isso Jesus afirma o seguinte "Para o homem é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis". verso 26. Ou seja, a Salvação é uma obra completa de Deus. Não depende de quem quer ou de quem corre [Romanos 9.16], o fato de que DEPOIS DE SALVO e Regenerado, alguém toma a sua cruz e corre a carreira proposta, só ocorre pois DEUS É QUEM TERMINA A OBRA QUE ELE MESMO COMEÇOU [Filipenses 1.6] Deus coloca o desejo opera o querer e também o REALIZAR [FILIPENSES 2.13] embora o crente DEPOIS DE REGENERADO, tome a cruz, é porque Deus os faz tomar a sua cruz e seguir Jesus, não pela força dos seus braços mas pela Graça de Deus. Afinal Deus os escolheu para isso antes da fundação do mundo [Efesios 1.4-5] a salvação não é pelas obras, ela é pela Graça mediante a fé [Efesios 2.8-9] as obras são frutos do Espírito Santo, as quais Deus preparou para os santos andarem nelas e não se esforçarem para cumpri-las por sua própria forã [Efesios 2.10]. Quando Paulo fala em atos pecaminosos da Carne ele usa a palavra Obras [Galatas 5.19-21] mas quando ele fala das boas obras dos crentes, ele fala em Frutos [Gl 5.22-23] tudo isso, pois o que o Espírito gera são frutos. Não existe força para uma arvore boa gerar bons frutos [Mateus 7] cada arvore gera conforme a sua especie, e o crente regenerado gera de acordo com a especie dele [1 João 3.9], alguns perguntam, e aqueles que abandonaram a fé? João responde que eles nunca foram dos nossos [1 João 2.19] nunca nasceram de novo, até aqueles falsos mestres que foram resgatados temporariamente do mundo perverso, nunca foram ovelhas, sempre foram porcos e cães [2 Pedro 2.22]. Jesus diz que toda a planta que o Pai não plantou será arrancada [Mateus 15.13] se referindo aqueles falsos judeus no meio do povo de Deus, eles não são plantas que se plantaram sozinhas, ou que foram plantadas por Deus, não! Eles são plantas que o PAI NÃO PLANTOU, nunca foram salvos, é por isso que Jesus diz aos judeus que não creram nele que eles não creram porque não eram das suas ovelhas dadas pelo pai [João 10.26-30]. A salvação é totalmente pela Graça de Deus, até as nossas obras e até quando tomamos a Cruz é uma obra de Deus, e só podemos fazer isso depois que Deus tira de nós um coração de Pedra e nos dá um de carne, ele também promete que ele mesmo é que nos fará andar em seus caminhos e em seus estatutos e não que nós fariamos isso por si mesmos [Ezequiel 36.26-27] a mesma coisa ele diz em Jeremias quando promete que colocaria o temor no nosso coração para que nunca nos apartassemos dele [Jr 32.40] e é por isso que o escritor de Hebreus repete Jeremias 31, não como sendo uma promessa só para Israel mas para todos os escolhidos de Deus em Hebreus 8:

Deus, porém, achou o povo em falta e disse: "Estão chegando os dias, declara o Senhor, quando farei uma nova aliança com a comunidade de Israel e com a comunidade de Judá. Não será como a aliança que fiz com os seus antepassados quando os tomei pela mão para tirá-los do Egito; visto que eles não permaneceram fiéis à minha aliança, eu me afastei deles", diz o Senhor. "Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois daqueles dias", declara o Senhor. "Porei minhas leis em suas mentes e as escreverei em seus corações. Serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Ninguém mais ensinará ao seu próximo nem ao seu irmão, dizendo: ‘Conheça ao Senhor’, porque todos eles me conhecerão, desde o menor até o maior. Porque eu lhes perdoarei a maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados".
Hebreus 8:8-12

Agora irei publicar um texto abaixo de outro teologo, sobre quem poderia ser o Jovem Rico que Jesus amou:

O Jovem Rico que Jesus amou

Quando Jesus ia saindo, um homem correu em sua direção, pôs-se de joelhos diante dele e lhe perguntou: "Bom mestre, que farei para herdar a vida eterna?" Respondeu-lhe Jesus: "Por que você me chama bom? Ninguém é bom, a não ser um, que é Deus. Você conhece os mandamentos: ‘não matarás, não adulterarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não enganarás ninguém, honra teu pai e tua mãe’". E ele declarou: "Mestre, a tudo isso tenho obedecido desde a minha adolescência".
Jesus olhou para ele e o amou. "Falta-lhe uma coisa", disse ele. "Vá, venda tudo o que você possui e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me". Diante disso ele ficou abatido e afastou-se triste, porque tinha muitas riquezas. Jesus olhou ao redor e disse aos seus discípulos: "Como é difícil aos ricos entrar no Reino de Deus! " Os discípulos ficaram admirados com essas palavras. Mas Jesus repetiu: "Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus". Os discípulos ficaram perplexos, e perguntavam uns aos outros: "Neste caso, quem pode ser salvo? " Jesus olhou para eles e respondeu: "Para o homem é impossível, mas para Deus não; todas as coisas são possíveis para Deus". Marcos 10:17-27

"É possível, se percorrermos um longo caminho, estabelecer que esse jovem rico era um levita e muito rico (como, naturalmente, Barnabé era; Atos 4:36)" Muitos leitores dos evangelhos refletiram sobre o fato de que Jesus citou ao seu investigador a segunda metade do Decálogo - aqueles mandamentos que têm a ver com o dever com o próximo. Por que ele não citou os outros (mais importante, certamente) que dizem respeito ao dever de um homem para com Deus? Mas se, na verdade, esse inquiridor fosse um levita, então, em virtude de seu chamado, a primeira metade do decálogo encontraria satisfação quase como de costume. Também vale a pena notar, talvez - embora não se deva enfatizar muito isso - que aparentemente foi quando Jesus estava perto de Jericó que o jovem rico veio a ele; e naquela época, como mostra a parábola do Bom Samaritano, Jericó era uma cidade levítica. Muito mais enfático é o fato de que, aparentemente, Jesus não exigia dos outros discípulos que eles “vendessem tudo, e dessem aos pobres, e viessem e o seguissem”. Mais uma vez, se o homem fosse um levita, tudo fica claro, porque “ Levi não tem parte nem herança com seus irmãos; o Senhor é a sua herança ”(Dt.10: 9). Assim, um levita com uma grande propriedade era uma contradição em termos, e quando Jesus ordenou que ele se livrasse dessa riqueza, ele estava meramente chamando-o de volta à lealdade a outros preceitos na Lei de Moisés. Barnabé, é interessante observar, foi um levita de Chipre. Então, aparentemente, a carta da lei foi observada por ele não possuir nenhuma propriedade em Israel. A "herança" sobre a qual Moisés escreveu estava, é claro, na terra da Promessa. Assim, essa propriedade em Chipre foi uma clara contornação do espírito da aliança mosaica, e agora Jesus ordenou que ele a reconhecesse como tal. Jesus passou a citar também a grande profecia de Moisés a respeito da tribo de Levi: “Não há homem que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou esposa, ou filhos, ou terras, para minha vida. amor e do evangelho, mas ele deve receber cem vezes agora neste tempo ... "Em espírito, e também em detalhes, isso é muito parecido com Deuteronômio 33: 8,9:" E de Levi ele disse, Deixe o teu Tumim ('Se tu serias perfeito ... ') e teu Urim seja com o teu santo. . . que disse a seu pai e a sua mãe: não o vi; nem ele reconheceu seus irmãos, nem conheceu seus próprios filhos ... ”

Ainda mais impressionante é a exigência do Senhor de que esse buscador sincero venda tudo e venha segui-lo, pois isso é exatamente o que a Lei prescreveu quando um levita desejava dedicar-se ao serviço de tempo integral do santuário (Dt. 18: 6-8). ). Deve haver primeiro "a venda de seu patrimônio" e a devoção do produto ao santuário. Em vez do templo, Jesus substituiu seus próprios discípulos pobres, o novo templo de Deus. Mas isso só seria feito se o levita viesse “com todo o desejo de sua mente”. Talvez também haja um significado especial no fato de que quando Jesus citou os Mandamentos, ele colocou um deles na forma: “Não defraudar” (Mc 10,19), como se com referência ao mandamento proibindo a retenção dos salários devidos. para um empregado pobre (Dt.24: 14,15). Mas poderia referir-se à devoção obediente dos recursos para a honra de Deus, uma responsabilidade especialmente incumbida de um levita que se regozijava com riqueza excessiva. Identificação mais específica? Agora é possível explorar mais e encontrar pistas sugerindo a identificação deste rico levita com Barnabé, que quando ele chegou à proeminência na igreja primitiva é mencionado como vendendo uma propriedade e colocando os lucros no fundo comum para o benefício dos irmãos pobres. - que é precisamente o que Jesus havia dito ao jovem rico para fazer (Atos 4:36). A palavra grega usada para descrever a propriedade de Barnabé é a mesma usada por Jesus (Marcos 10:29). E aparentemente foi então que Josérecebeu seu novo nome Barnabé', “o filho da exortação”, isto é, o homem que fez o que ele foi exortado a fazer. O jovem rico também era um "governante", isto é, um membro do Sinédrio. Há justa evidência de que Saulo de Tarso também era membro do Conselho Judaico. Aqui, então, é provável a explicação do fato singular em Atos 11.25 que foi Barnabé que foi a Tarso especialmente encontrar Saulo numa época em que Gentios estavam sendo adicionados à igreja em Antioquia. Esses dois homens notáveis ​​aparentemente tinham sido colegas do Sinédrio (ver “Atos”, por H.A.W., cap. 34). A mesma passagem descreve Barnabé como “um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé” (11: 24). A ligação das duas últimas frases sugere um dom especial de fé através da liderança do Espírito Santo (veja 1 Coríntios 12: 9). Então foi através do poder e orientação de Deus que Barnabé foi levado ao seu grande ato de renúncia a riqueza considerável? Esta ligação é excelente com o comentário de Cristo sobre o jovem rico: "Para os homens isto é impossível, mas não para Deus: pois para Deus tudo é possível" A extrema raridade do mesmo tipo de decisão nestes dias torna mais evidente do que nunca de que o ato de fé de Barnabé FOI UM PRESENTE DE DEUS. Um detalhe adicional sobre Barnabé assume agora um significado mais claro. A primeira viagem missionária começou com a instrução: “Separai-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado” (Atos 13: 2). Esse tempo perfeito estimula a investigação: Em que época anterior esses dois foram chamados por Cristo? O chamado de Saul estava, é claro, no caminho de Damasco (veja Atos 9: 15). Mas quando Barnabé foi chamado? A resposta a esta pergunta é que o chamado do jovem rico é o que é referido, ou então deve haver uma suposição de que houve algum outro chamado direto de Cristo que nem os Evangelhos e nem os Atos mencionam. Há também algum significado especial no fato de que é apenas no registro do evangelho Marcos sobre o jovem rico que diz que “Jesus, olhando para ele, o amou”? João Marcos (escritor do evangelho) era “filho da irmã de Barnabé” (Colossenses 4:10).  O.T. antecipações? Duas sugestões inesperadas do Antigo Testamento continuam a ser adicionadas a esse acúmulo de evidências circunstanciais. Marcos 10: 22 diz: “E ele ficou triste com essa palavra, e foi embora afligido.” A Versão Septuaginta de Isaías 57: 17,18 é mais notável: “Por causa do pecado por um tempo, eu o entristeci do feri (com uma demanda difícil); e ele se entristeceu e continuou sofrendo em seus caminhos. Vi seus caminhos, e o curei, consoloi-o e dei-lhe verdadeiro conforto (paraklesis: filho da exortação): paz sobre a paz para os que estão distantes e para os que estão próximos (a pregação do evangelho por Barnabé os gentios, bem como aos judeus). Mais uma vez, as palavras: "Para Deus todas as coisas são possíveis" (Marcos 10: 27), são geralmente consideradas uma alusão a Gênesis 18:14; mas o mais provável é que a referência parece ser ao Salmo 62:11: "O poder pertence a Deus". O contexto aqui é bastante impressionante: "Certamente homens de baixo grau (os apóstolos) são vaidade ... se as riquezas aumentam, não coloque seu coração sobre elas. Deus falou uma vez, duas vezes ouvi isto (o primeiro e o segundo chamado de Barnabé)”. Essas semelhanças do Antigo Testamento são certamente muito notáveis. Eles devem ser descartados como coincidências ou interpretados como os frutos da inspiração? Se for o último, eles adicionam evidências de um tipo excepcional para a identificação proposta aqui.

A conclusão tirada de um estudo desse tipo varia com cada indivíduo. Pontos de evidência que são quase decisivos para um são de valor insignificante para outro. Mas é certamente notável que em registros tão breves sobre dois homens tantos pontos de semelhança ou conexão possam ser traçados.

📚 Harry Whittaker

sábado, 3 de agosto de 2019

"Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração"


Deus deu a Lei para o homem, a Lei demonstra muitos principios, mas o que vamos abordar hoje é o direito divino sobre o homem, Deus deu a Lei para Israel e começou com um termo de propriedade "Eu sou o Senhor que vos tirou da Terra do Egito", A Lei tem ligação com a propriedade divina sobre o Seu Povo, mas não somente sobre seu povo, Paulo diz que a Lei foi impressa no interior de todos os homens [Romanos 2].

Como já vimos, no dilema de Eutifon, Platão questiona se "Os deuses desejam a justiça por causa da própria justiça ou se a justiça é justiça pois os deuses a amam", o pensamento natural pensa que a Justiça é um padrão externo a Deus. Na nossa geração as pessoas negam que a justiça se resuma a um padrão moral absoluto, para eles a justiça é algo que evoluiu e desenvolveu-se de acordo com o pensamento humano, ela não é objetiva apenas uma questão de necessidade social, a justiça para o homem natural é apenas um senso comum.

Com esse pensamento mundano de que a justiça é aquilo que os homens decidem ser justiça, é normal termos homens que se acham justos a seus próprios olhos. "Eu nunca matei, nunca roubei", esse é um argumento comum das pessoas hoje para tentar provar sua justiça, esse argumento de acordo com o senso comum dos homens pode até ser aceito, mas não passa de um trapo de imundicia diante do tribunal celestial. A Justiça não pode ser subjetiva, não existe justificativa de um padrão moral não objetivo, isso faz com que todas as objeções filosóficas sejam nulas. Por exemplo, se a justiça é subjetiva, argumentam os não cristãos, que ela não passa de um contrato social. Então o não Cristão estabelece que você devem cumprir a justiça de acordo com o senso comum, mas eu pergunto: "de acordo com que padrão absoluto alguém deve honrar um contrato social de senso comum?" Se a honra não é um padrão objetivo então não há motivo objetivo para ser fiel a um contrato social. Algumas pessoas pensam que devem honrar um senso comum para ter boa fama e renome entre os homens, mas isso também é um argumento injustificado.

Ser honrado e obedecer um contrato social apenas por buscar boa fama diante dos outros é hipocrisia, a honra não é auto-justificada, ela não teria valor intrinseco, o único valor que ela teria seria o de receber glória alheia. E o que seria receber glória alheia? Um sentimento de auto-justiça e de auto-glorificação, isso é orgulho, porém, não é um orgulho fundamentado na honra, mas sim na própria justiça e glória diante dos outros.

Nada foi mais criticado por Jesus do que a hipocrisia e a tentativa de se justificar diante dos homens. Um sentimento de ser visto e glorificado pelos homens foi o que fez com que os fariseus fossem tão fortemente criticados por Jesus. Isso acontece quando o homem remove a realidade do primeiro mandamento "Amar a Deus sobre todas as coisas", todas as coisas que os homens fazem que não são para a Glória e por amor a Deus são obras futeis. Não importa o quanto um não-cristão, haja com "justiça" segundo o senso comum, ele é o pior tipo de pecador quando faz isso, pois não atribui essa honra e glória a Deus quando age assim. Não é atoa que Paulo diz que "tudo que não provém de fé é pecado", o homem natural nega a Deus como sendo seu legislador e dono, o seu senso de justiça própria mais ainda o condena, ele quer demonstrar que pode ser moral sem Deus, mas ele está práticando o maior ato de imoralidade de ingratidão e soberba.

O Homem natural é ingrato, pois não atribui a Deus a moralidade objetiva impresso em si mesmo. E quando ele age com justiça atribui a si mesmo a honra, e recebe louvor e glória dos outros por isso. Um dos motivos principais do impio agir com justiça é o sentimento dele de auto-glorificação diante dos homens, o louvor dos outros é como uma fornalha que aquece seu coração como uma maquina de pecado e louvor próprio. Assim, quanto mais o homem natural "prática a justiça", mais pecado ele prática.

Não importa os atos que um homem faça, afinal, o maior mandamento da Lei divina é "Amar a Deus sobre todas as coisas", todos os atos que estão sendo feitos à parte desse mandamento são malditos, de maneira que até mesmo uma pessoa que salva a outra e não faz porque o próximo foi feito a Imagem de Deus e porque Deus ordenou amar o próximo, está transgredindo a Lei divina. Isso faz com que todos os não Cristãos estejam em uma péssima posição contra Deus. Quanto mais o não Cristão tenta justificar-se, mais ainda ele odeia a Deus, e maior é a sua condenação.

Como falamos no começo desse ponto, a Lei não é algo alheio a Deus que ele deva obedecer, a Lei divina é algo que Deus promulgou ao homem e tem ligação com seu direito e soberania sobre os homens, ela também reflete a justiça divina, mas esse atributo não é alheio a Deus e sim faz parte dele. A Lei é assim, pois Deus ordena, e o maior mandamento da lei é que amamos a Deus.

Uma pessoa fez uma ilustração de um rei de uma terra longiqua, esse rei treinou seus suditos para lutarem uma guerra contra os seus oponentes do reino inimigo, no meio da guerra os guerreiros do rei o trairam e foram para o lado do inimigo, e usaram as técnicas do rei contra ele. Essa é a ilustração do homem caído, todos os atos de justiça que ele pode práticar provém do treinamento do Grande Rei, mas eles usam esse treinamento contra ele quando lhe roubam a Glória práticando qualquer ato moral sem antes amar a Deus.