sábado, 3 de agosto de 2019

"Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração"


Deus deu a Lei para o homem, a Lei demonstra muitos principios, mas o que vamos abordar hoje é o direito divino sobre o homem, Deus deu a Lei para Israel e começou com um termo de propriedade "Eu sou o Senhor que vos tirou da Terra do Egito", A Lei tem ligação com a propriedade divina sobre o Seu Povo, mas não somente sobre seu povo, Paulo diz que a Lei foi impressa no interior de todos os homens [Romanos 2].

Como já vimos, no dilema de Eutifon, Platão questiona se "Os deuses desejam a justiça por causa da própria justiça ou se a justiça é justiça pois os deuses a amam", o pensamento natural pensa que a Justiça é um padrão externo a Deus. Na nossa geração as pessoas negam que a justiça se resuma a um padrão moral absoluto, para eles a justiça é algo que evoluiu e desenvolveu-se de acordo com o pensamento humano, ela não é objetiva apenas uma questão de necessidade social, a justiça para o homem natural é apenas um senso comum.

Com esse pensamento mundano de que a justiça é aquilo que os homens decidem ser justiça, é normal termos homens que se acham justos a seus próprios olhos. "Eu nunca matei, nunca roubei", esse é um argumento comum das pessoas hoje para tentar provar sua justiça, esse argumento de acordo com o senso comum dos homens pode até ser aceito, mas não passa de um trapo de imundicia diante do tribunal celestial. A Justiça não pode ser subjetiva, não existe justificativa de um padrão moral não objetivo, isso faz com que todas as objeções filosóficas sejam nulas. Por exemplo, se a justiça é subjetiva, argumentam os não cristãos, que ela não passa de um contrato social. Então o não Cristão estabelece que você devem cumprir a justiça de acordo com o senso comum, mas eu pergunto: "de acordo com que padrão absoluto alguém deve honrar um contrato social de senso comum?" Se a honra não é um padrão objetivo então não há motivo objetivo para ser fiel a um contrato social. Algumas pessoas pensam que devem honrar um senso comum para ter boa fama e renome entre os homens, mas isso também é um argumento injustificado.

Ser honrado e obedecer um contrato social apenas por buscar boa fama diante dos outros é hipocrisia, a honra não é auto-justificada, ela não teria valor intrinseco, o único valor que ela teria seria o de receber glória alheia. E o que seria receber glória alheia? Um sentimento de auto-justiça e de auto-glorificação, isso é orgulho, porém, não é um orgulho fundamentado na honra, mas sim na própria justiça e glória diante dos outros.

Nada foi mais criticado por Jesus do que a hipocrisia e a tentativa de se justificar diante dos homens. Um sentimento de ser visto e glorificado pelos homens foi o que fez com que os fariseus fossem tão fortemente criticados por Jesus. Isso acontece quando o homem remove a realidade do primeiro mandamento "Amar a Deus sobre todas as coisas", todas as coisas que os homens fazem que não são para a Glória e por amor a Deus são obras futeis. Não importa o quanto um não-cristão, haja com "justiça" segundo o senso comum, ele é o pior tipo de pecador quando faz isso, pois não atribui essa honra e glória a Deus quando age assim. Não é atoa que Paulo diz que "tudo que não provém de fé é pecado", o homem natural nega a Deus como sendo seu legislador e dono, o seu senso de justiça própria mais ainda o condena, ele quer demonstrar que pode ser moral sem Deus, mas ele está práticando o maior ato de imoralidade de ingratidão e soberba.

O Homem natural é ingrato, pois não atribui a Deus a moralidade objetiva impresso em si mesmo. E quando ele age com justiça atribui a si mesmo a honra, e recebe louvor e glória dos outros por isso. Um dos motivos principais do impio agir com justiça é o sentimento dele de auto-glorificação diante dos homens, o louvor dos outros é como uma fornalha que aquece seu coração como uma maquina de pecado e louvor próprio. Assim, quanto mais o homem natural "prática a justiça", mais pecado ele prática.

Não importa os atos que um homem faça, afinal, o maior mandamento da Lei divina é "Amar a Deus sobre todas as coisas", todos os atos que estão sendo feitos à parte desse mandamento são malditos, de maneira que até mesmo uma pessoa que salva a outra e não faz porque o próximo foi feito a Imagem de Deus e porque Deus ordenou amar o próximo, está transgredindo a Lei divina. Isso faz com que todos os não Cristãos estejam em uma péssima posição contra Deus. Quanto mais o não Cristão tenta justificar-se, mais ainda ele odeia a Deus, e maior é a sua condenação.

Como falamos no começo desse ponto, a Lei não é algo alheio a Deus que ele deva obedecer, a Lei divina é algo que Deus promulgou ao homem e tem ligação com seu direito e soberania sobre os homens, ela também reflete a justiça divina, mas esse atributo não é alheio a Deus e sim faz parte dele. A Lei é assim, pois Deus ordena, e o maior mandamento da lei é que amamos a Deus.

Uma pessoa fez uma ilustração de um rei de uma terra longiqua, esse rei treinou seus suditos para lutarem uma guerra contra os seus oponentes do reino inimigo, no meio da guerra os guerreiros do rei o trairam e foram para o lado do inimigo, e usaram as técnicas do rei contra ele. Essa é a ilustração do homem caído, todos os atos de justiça que ele pode práticar provém do treinamento do Grande Rei, mas eles usam esse treinamento contra ele quando lhe roubam a Glória práticando qualquer ato moral sem antes amar a Deus.