Por Yuri Schein
Um dispensacionalista futurista disse que o pós milenismo está errado em interpretar a conquista de Canaã a luz da Igreja, pois estamos "perdendo feio"
Hebreus 4 não pergunta se o leitor está “perdendo feio”, mas afirma categoricamente: “resta ainda um repouso para o povo de Deus” (v.9). O autor não fala em termos de placar de futebol, mas em cumprimento tipológico da promessa em Cristo. Se alguém reduz isso a “estamos perdendo”, o problema não é o texto, é a hermenêutica que troca Bíblia por psicologia.
O próprio autor de Hebreus liga Josué à Igreja.
Verso 8: “Se Josué lhes houvesse dado descanso, Deus não falaria depois de outro dia”. A Bíblia está dizendo que Canaã não foi o descanso final, mas um tipo de Cristo. Negar isso é negar a tipologia inspirada pelo Espírito Santo. O dispensa futurista, ao recusar essa ligação, está brigando não comigo, mas com o autor inspirado.
Se aceitar a tipologia é “ficar desesperado porque estamos perdendo”, então o escritor de Hebreus também “ficou desesperado”, afinal foi ele quem disse que Canaã era apenas sombra. Nesse raciocínio, até o Espírito Santo estaria “perdendo feio”. Vê como o argumento não é só falacioso, mas blasfemo?
A Vitória não é medida por estatística cultural momentânea. O Dispensacionalista adora olhar para manchetes do jornal como se fossem a chave hermenêutica. Mas Hebreus olha para Cristo como cumprimento da promessa. A vitória já está decretada (Sl 110.1; 1 Co 15.25). Dizer que estamos “perdendo feio” é ignorar que o inimigo já está debaixo dos pés de Cristo.