quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Pós-milenarismo: Deixando mais claro para os teólogos de Jornal

 


Por Yuri Schein 

Um dispensacionalista futurista disse que o pós milenismo está errado em interpretar a conquista de Canaã a luz da Igreja, pois estamos "perdendo feio"

Hebreus 4 não pergunta se o leitor está “perdendo feio”, mas afirma categoricamente: “resta ainda um repouso para o povo de Deus” (v.9). O autor não fala em termos de placar de futebol, mas em cumprimento tipológico da promessa em Cristo. Se alguém reduz isso a “estamos perdendo”, o problema não é o texto, é a hermenêutica que troca Bíblia por psicologia.

O próprio autor de Hebreus liga Josué à Igreja.

Verso 8: “Se Josué lhes houvesse dado descanso, Deus não falaria depois de outro dia”. A Bíblia está dizendo que Canaã não foi o descanso final, mas um tipo de Cristo. Negar isso é negar a tipologia inspirada pelo Espírito Santo. O dispensa futurista, ao recusar essa ligação, está brigando não comigo, mas com o autor inspirado.

Se aceitar a tipologia é “ficar desesperado porque estamos perdendo”, então o escritor de Hebreus também “ficou desesperado”, afinal foi ele quem disse que Canaã era apenas sombra. Nesse raciocínio, até o Espírito Santo estaria “perdendo feio”. Vê como o argumento não é só falacioso, mas blasfemo?

A Vitória não é medida por estatística cultural momentânea. O Dispensacionalista adora olhar para manchetes do jornal como se fossem a chave hermenêutica. Mas Hebreus olha para Cristo como cumprimento da promessa. A vitória já está decretada (Sl 110.1; 1 Co 15.25). Dizer que estamos “perdendo feio” é ignorar que o inimigo já está debaixo dos pés de Cristo.

Pós milenarismo: Josué, Jesus e o Descanso da Fé


Por Yuri Schein 

Hebreus 4 apresenta claramente a conquista da terra prometida por JOSUÉ como um tipo do descanso espiritual que a Igreja experimenta em Cristo. Observe os pontos-chave.

Primeiro: O repouso prometido não é apenas físico: “Pois ainda resta um repouso para o povo de Deus” (Hb 4.9).

O texto demonstra que a promessa de descanso transcende a ocupação literal de Canaã; é um repouso ESPIRITUAL que a Igreja desfruta PELA FÉ, confiando na obra de Cristo, assim como Israel descansou da guerra quando entrou na terra.

Segundo: A obediência e fé de Israel como figura da fé da Igreja: “Porquanto aquele que entrou no descanso de Deus também repousou de suas obras, como Deus das suas” (Hb 4.10).

Israel só entrou em Canaã pela obediência à palavra de Deus, não pelo próprio esforço. Analogamente, a Igreja entra no descanso espiritual pela fé em Cristo, sem depender de méritos humanos.

Terceiro: Josué tipologicamente aponta para Cristo,Hebreus 4.8 diz: “Pois, se Josué lhes tivesse dado descanso, Deus não falaria depois disso de outro dia”.

O autor mostra que a terra prometida é uma figura do descanso final em Cristo, que ainda permanece para os crentes. Josué é tipo de Cristo, conduzindo o povo à promessa; Cristo é o verdadeiro líder que garante o descanso eterno.

Quarto: O descanso é para os crentes, não apenas para Israel nacional: “Esforcem-se para entrar nesse descanso, para que ninguém caia, seguindo o mesmo exemplo de desobediência” (Hb 4.11).

A advertência liga a entrada de Canaã à fé perseverante da Igreja. Não é a geografia que salva, mas confiar e obedecer à palavra de Deus: o mesmo princípio da fé cristã.

Sendo assim a conquista de Canaã não é só história antiga; é tipologia clara do descanso espiritual que a Igreja tem em Cristo. Assim como Israel não podia entrar por incredulidade, a Igreja não entra no descanso da fé sem confiança total em Deus. Josué é um modelo histórico, Cristo é a realidade eterna. Canaã é sombra, Cristo é substantivo (Hb 4:1-11).

Pós-milenarismo: Corações Endurecidos, Vitória Garantida


Por Yuri Schein 

Em Josué 11.20, lemos: “Pois o Senhor endurecia os corações deles, de modo que Israel não podia feri-los até que os destruísse; e o Senhor entregava-os a Israel, para que os exterminassem, sem deixar nenhum sobrevivente.” Aqui está um ponto essencial que muitos confundem: a derrota dos inimigos não foi fruto da habilidade militar de Josué ou de uma sorte momentânea, mas obra direta da soberania de Deus, que preparou o terreno para o triunfo de Seu povo.

O pós-milenismo vê nesse texto um princípio universal: assim como Deus preparou o caminho em Canaã, Ele prepara a história para a vitória final de Cristo sobre todos os poderes que se opõem ao Seu Reino. O endurecimento do coração dos cananeus é um tipo do endurecimento de corações rebeldes contra Cristo, descrito em Romanos 9.17-18, e do mesmo modo Deus age na história para que Seu propósito seja cumprido.

O paralelo com Salmo 110.1, 1 Coríntios 15.25-27, e Efésios 1.22-23 é inevitável: Cristo já possui toda autoridade sobre inimigos humanos, espirituais e culturais. O Senhor entrega as nações à Igreja de forma gradual, mas segura, como Deus entregou os cananeus a Israel. Cada conversão, cada cidade discipulada, cada cultura transformada é a aplicação histórica desse princípio: os corações endurecidos podem resistir, mas não impedirão a execução do plano divino.

O futurismo ignora isso, imaginando que a vitória de Cristo está retida até um milênio físico; o pré-milenismo separa vitória espiritual e histórica, deixando a Igreja sempre em espera; o amilenismo, muitas vezes, espiritualiza demais, lendo esses textos como meras figuras e negando a dimensão histórica. Mas Josué 11.20 deixa claro: Deus endurece, Deus entrega, Deus garante o triunfo.

Assim como Josué recebeu o caminho limpo para destruir os inimigos de Israel, Cristo já recebeu todas as nações em Suas mãos, e ninguém pode frustrar Seu plano. O Reino avança, os corações se endurecem, as muralhas resistem, mas nada impede a promessa de Deus.

Pós-Milenarismo: Os Pés do Josué, os Pés do Messias

Por Yuri Schein 

Em Josué 10.24, após a vitória sobre os reis cananeus, lemos: “E Josué lhes disse: Não os temais, nem vos desanimeis; esforçai-vos, e sede valentes. Pois assim fará o Senhor a todos os vossos inimigos contra os quais pelejais.” O detalhe dramático é que Israel colocou literalmente os pés sobre os pescoços de seus inimigos, sinal de domínio absoluto. Essa imagem não é apenas militar ou histórica; é uma tipologia direta de Cristo, o verdadeiro Josué, cujo triunfo é global e cósmico.

O Salmo 110.1 já anuncia: “O Senhor disse ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado de teus pés.” Aqui, o rei messiânico recebe a mesma autoridade que Josué teve em Canaã, mas agora em escala universal. O que foi simbólico e limitado para Israel se torna real e definitivo em Cristo, o Senhor ressuscitado.

Em 1 Coríntios 15.25-27, Paulo reforça: “Pois convém que Ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte.” Assim, a vitória que Josué experimentou localmente prefigura o triunfo de Cristo sobre todas as forças que resistem ao Reino de Deus: o pecado, a morte, a maldição e toda oposição espiritual.

O pós-milenismo vê aqui a progressão histórica: a Igreja, pelo poder de Cristo, avança sobre os “reinos” do mundo como Israel avançou sobre Canaã. Cada conversão, cada cidade impactada, cada cultura transformada é como colocar os pés sobre os pescoços dos inimigos, mas agora de forma espiritual e global. O triunfo não é eventual, não depende do acaso, nem de um milênio hipotético: Cristo já possui a vitória e a aplica historicamente através da Igreja.

O futurismo e o pré-milenismo, como sempre, ignoram essa dimensão histórica: o primeiro adia tudo para um evento futuro indefinido; o segundo restringe a vitória a um reino físico ainda por vir. Já o amilenismo tenta espiritualizar a cena, como se a derrota dos inimigos fosse apenas uma metáfora interior. Mas a Bíblia é clara: os pés do Messias esmagam, os inimigos caem, e a vitória se cumpre progressivamente no mundo real.

Josué pôs os pés sobre os pescoços; Cristo os põe sobre todo o universo. O Reino avança, e nada resiste.

Pós milenarismo: Servir ao Rei que Já Rege

Por Yuri Schein 

Em Josué 24.14-15, o líder israelita convoca: “Temei ao Senhor, servi-o de todo o coração... Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais... eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” A passagem, à primeira vista, fala de uma decisão individual e familiar, mas o pós-milenismo enxerga nela um princípio escatológico histórico: a vitória do Reino não é apenas teórica, mas se manifesta através de corações transformados e povos convertidos.

O destaque é que a escolha de servir não é um esforço humano isolado; é o efeito da obra de Cristo que já cumpriu a Lei e garantiu a vitória sobre o pecado. O que Josué chama de decisão é, na verdade, a resposta do povo ao Rei que já reina. A obediência humana é apenas a manifestação de um Reino que avança pela graça divina, não pelo mérito ou coerção. Cada casa que escolhe servir a Deus é como uma cidade de Canaã sendo entregue por Cristo em cumprimento à promessa (Josué 11.23).

O futurismo, mais uma vez, minimiza essa realidade, tratando a escolha como um evento simbólico que só terá efeito num reino distante e literal. O pré-milenismo separa a vitória espiritual do domínio histórico, imaginando que a conversão de corações não garante, por si só, a expansão do Reino político de Cristo. Já o amilenismo tende a espiritualizar tudo, como se a escolha fosse apenas “interior”, ignorando que a história também é palco do Reino.

Josué 24 mostra que o avanço do Reino depende de pessoas que respondem à soberania de Deus, mas essa resposta só é eficaz porque Cristo cumpriu tudo perfeitamente. A promessa de Canaã, tipologicamente cumprida, nos lembra que o Reino de Cristo se concretiza através de vidas transformadas, sociedades impactadas e nações discipuladas.

Escolher servir não cria a vitória, Cristo já venceu. Mas a vitória de Cristo se manifesta onde corações escolhem reconhecê-lo como Rei.

Pós milenarismo: Toda a Terra por Herança


Por Yuri Schein 

Em Josué 11.23 lemos: “Assim, Josué tomou toda a terra, conforme tudo o que o Senhor tinha falado a Moisés; e deu-a por herança a Israel em possessão, e habitou Israel nela.” À primeira vista, parece apenas um resumo histórico de conquistas militares, mas no pós-milenismo esse versículo é uma jóia escatológica, um prenúncio do domínio universal do verdadeiro Josué, Cristo, sobre toda a criação.

O que Josué fez em Canaã não foi uma vitória parcial ou episódica. Foi uma concretização tipológica da promessa de Deus: o povo que anda em obediência e depende da intervenção divina herda a terra. Mas enquanto Israel apenas tipificava, Cristo cumpre: não só uma porção de território, mas todas as nações, de ponta a ponta, são dadas como herança ao Messias (Sl 2.8; Mt 28.18-20). O que Josué iniciou, Cristo continuará e consumará de maneira sobrenatural e histórica através da Igreja.

O pós-milenismo entende que essa conquista não é apenas futura nem restrita a um “milênio terrestre” de Jerusalém. Pelo contrário, ela já começou com a vitória de Cristo sobre Satanás, o pecado e a morte. Cada conversão, cada avanço do evangelho, cada cultura transformada pelo Reino é um pedaço da Canaã definitiva sendo entregue por Deus. O texto deixa claro: a vitória não depende da espada humana, mas da promessa cumprida por Deus.

O futurismo ignora esse fato, relegando a conquista ao final de um milênio ainda hipotético, como se Deus tivesse deixado o mundo “à deriva” até lá. O pré-milenismo, com sua expectativa de um reino político messiânico limitado, reduz a vitória de Cristo a uma administração territorial humana, negando a dimensão histórica, espiritual e global do Reino inaugurado. Já o amilenismo frequentemente lê isso apenas como figura celestial, ignorando a aplicação histórica e cultural que o próprio texto exemplifica.

Josué 11.23 nos lembra que a fidelidade de Deus garante possessão completa, e o descanso prometido não é uma abstração: é a realização histórica do Reino de Cristo, que se manifesta progressivamente até a consumação final. O verdadeiro Josué já possui todas as nações, e nós, unidos a Ele, já participamos dessa herança.

Toda a terra foi conquistada tipologicamente, e o Reino de Cristo será possuído universalmente, nada nem ninguém pode resistir à promessa de Deus.

Pós-milenarismo: O Sol Parado e o Reino Imparável


Por Yuri Schein 

Em Josué 10, o sol parou e a lua se deteve até que Israel derrotasse seus inimigos. O texto não é apenas um registro de prodígio cósmico, mas uma declaração escatológica: até a ordem da criação é subjugada pelo decreto divino para garantir a vitória de Seu povo. Se Deus pode parar o sol, o que não fará para que o Reino de Seu Filho avance até as extremidades da terra?

Esse episódio ecoa no pós-milenismo como símbolo do triunfo irresistível de Cristo. A natureza, a história, as nações, tudo é cativo da vontade soberana de Deus. O mesmo Senhor que deteve os astros é quem mantém o mundo girando em favor da expansão do evangelho. Se a batalha exige que o tempo seja estendido, o tempo se curva. Se a missão exige que impérios caiam, eles caem. Se o discipulado das nações precisa de séculos, Deus concede séculos. Nada resiste ao decreto do Reino.

O futurismo em geral tropeça aqui. Para ele, esse milagre é só uma curiosidade do passado, sem implicações no presente, porque afinal “o mundo jaz no maligno” e a Igreja deve se conformar em ser minoria. O pré-milenismo vai além no pessimismo: não só reduz o texto a um milagre datado, mas insiste que as vitórias verdadeiras só virão quando Cristo retornar visivelmente para governar numa monarquia terrestre. O problema? Isso nega que Cristo já reina e já dobra todas as coisas à Sua vontade.

Josué 10 é a antecipação de Apocalipse 11.15: “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.” O sol parou porque a vitória de Deus não conhece limites. O pós-milenismo apenas leva essa lógica às últimas consequências: se até os astros obedecem, também as nações obedecerão.

O sol pode parar, mas o Reino de Cristo não.

Pós-milenarismo: As Muralhas Caem


Por Yuri Schein 

Em Josué 6, Israel não derrubou Jericó com aríetes, catapultas ou tanques de guerra. As muralhas ruíram ao som das trombetas e do grito do povo, porque Deus havia decretado a queda. Essa cena não é mero registro arqueológico, é tipologia escatológica: toda fortaleza cultural, filosófica ou espiritual que se levanta contra Cristo desmorona diante da Palavra proclamada.

O pós-milenismo enxerga em Jericó um paradigma da missão da Igreja. Não marchamos em torno de cidades com buzinas, mas cercamos o mundo com a pregação. E as muralhas modernas: materialismo, islamismo, secularismo, hedonismo, não caem por poder humano, mas pelo sopro da Palavra de Deus. O evangelho é dinamite divina (Rm 1.16), e nenhuma fortaleza pode resistir.

O futurismo, em suas diversas versões, lê Jericó apenas como curiosidade histórica ou como metáfora de “vitórias espirituais” restritas ao indivíduo, negando a dimensão pública e cultural do Reino. O pré-milenismo vai além: imagina que, por ora, as muralhas do mundo permanecem firmes, e só um futuro governo carnal de Cristo em Jerusalém derrubará de fato os inimigos. Resultado? Um evangelho de espera eterna, onde a Igreja só apanha e nunca conquista.

Mas Josué 6 não permite esse pessimismo. As muralhas caíram na história, não apenas no céu. O pós-milenismo afirma exatamente isso: a vitória de Cristo se manifesta neste mundo. Jericó foi só o prólogo; a queda dos impérios que se levantam contra Cristo é o enredo. Não é questão de se, mas de quando, porque o grito já foi dado e a trombeta já soou em Cristo.

Assim como Jericó, toda muralha da incredulidade cairá.

Pós milenarismo: O Descanso Já Começou

 


Por Yuri Schein 

Em Josué 21.43-45 lemos: “Assim, deu o Senhor a Israel toda a terra... e nenhum de todos os seus inimigos pôde resistir-lhes... Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara à casa de Israel; tudo se cumpriu.” O autor de Hebreus 4 retoma esse tema mostrando que o descanso de Josué não foi o fim da história, mas um prenúncio do descanso messiânico. Se o povo entrou em Canaã, quanto mais nós entraremos no descanso trazido por Cristo.

Mas perceba: esse descanso não é um adiamento para um futuro nebuloso, nem um hiato de mil anos carnais em Jerusalém. É uma realidade inaugurada já na ressurreição e entronização de Cristo. Hebreus 4 conecta o “hoje” da promessa ao governo atual do Filho: o descanso começou, e caminha progressivamente até sua plenitude. É o ritmo do pós-milenismo: vitória presente, expansão inevitável, consumação garantida.

O futurismo em geral, seja dispensacional ou histórico, erra exatamente aqui. Ele lê Josué e Hebreus como se fossem promessas suspensas, ainda pendentes de cumprimento em algum espetáculo apocalíptico. Assim, Cristo não reina de fato hoje, apenas “aguarda” para um reinado futuro. O problema é que isso transforma o cumprimento pleno de Josué, “nenhuma promessa falhou”, em um engano temporário, como se Deus tivesse dado só um ensaio e agora estivesse em compasso de espera.

O pré-milenismo então é a cereja desse erro: para ele, o descanso não chegou em Cristo, mas só num futuro reino político, com templo reerguido e sangue de animais. Reduz a vitória do Messias ao nível de um condomínio judaico no Oriente Médio. Mas Hebreus afirma o contrário: o descanso é hoje, Cristo já é o Rei, e Seu governo já se estende, de modo progressivo, até cobrir a terra como as águas cobrem o mar (Hc 2.14).

Em Josué, Israel descansou em Canaã. Em Cristo, o mundo descansará sob Seu senhorio. E, como diz a Escritura: nenhuma promessa falhará.

Pós Milenarismo: Da Terra à Terra Inteira


Por Yuri Schein 

Em Josué 1.3, Deus disse: “Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado.” Séculos depois, Cristo, o verdadeiro Josué, proclama em Mateus 28.18-20: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações...” O paralelo é tão claro que só os teólogos da derrota conseguem não enxergar: a promessa limitada a Canaã era apenas o esboço; o cumprimento em Cristo é planetário.

Israel recebeu um território específico como tipologia do Reino. Cristo, por sua obediência perfeita e Sua morte vitoriosa, recebeu não um pedaço de chão, mas toda a criação como herança. O que Josué fez ao pisar na terra, a Igreja faz ao proclamar o evangelho: cada nação alcançada é um território conquistado. E, diferente da espada de Canaã, agora o instrumento é a Palavra viva, que não volta vazia (Is 55.11).

O amilenismo lê Josué e pensa: “isso era só para Israel, hoje não há promessa de vitória histórica”. É a teologia da paralisia, como se Cristo tivesse menos autoridade do que Josué. O premilenismo, por outro lado, imagina que a Grande Comissão falhará até que um milênio político chegue para resolver o problema. Mas se Cristo já disse “toda autoridade me foi dada”, como ousam negar que o mundo será efetivamente discipulado?

Josué conquistou Canaã porque Deus prometeu. Cristo conquistará o mundo porque Deus já lhe deu toda a autoridade no céu e na terra. Não é uma possibilidade, é uma certeza. Da terra prometida à terra inteira: esse é o pós-milenismo bíblico.

Pós milenarismo: O Sucesso do Verdadeiro Josué


Por Yuri Schein 

Em Josué 1.6-9, Deus ordena: “Esforça-te e tem bom ânimo... Não cesses de falar deste Livro da Lei... então farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido.” À primeira vista, parece que o sucesso do povo de Deus depende da fidelidade deles à Lei. Mas sabemos pela história que Israel falhou miseravelmente. Então por que a promessa não desabou? Porque esse texto não repousa no braço de Josué terreno, mas no Josué celestial — Jesus Cristo, que cumpriu perfeitamente a Lei.

A vitória, portanto, não está condicionada à nossa obediência falha, mas garantida pela obediência perfeita de Cristo. Ele é quem medita na Lei de dia e de noite sem falhar, quem a cumpre integralmente, e por isso herda não apenas Canaã, mas todas as nações (Sl 2.8). Nós, unidos a Ele, recebemos o fruto desse sucesso. Não é a igreja quem sustenta o Reino pelo seu desempenho moral; é Cristo quem sustenta a igreja porque já venceu.

O amilenismo não enxerga isso: reduz o cumprimento à obediência impossível de Israel e conclui que a vitória não vem na história. O premilenismo, por sua vez, adia tudo para um reinado futuro, como se Cristo ainda não tivesse cumprido a Lei plenamente. Ambos se recusam a ver que em Cristo já possuímos o título de propriedade da terra inteira.

Josué 1.6-9, longe de ser uma ameaça de fracasso, é uma garantia absoluta de sucesso: Cristo é o Verdadeiro Josué que já cumpriu a Lei e, por isso, a promessa de domínio histórico do Reino é irrevogável.

Pós milenarismo: Não Foi Pela Espada


Por Yuri Schein 

Em Josué 24.11-13, o Senhor relembra: “Não foi pela vossa espada nem pelo vosso arco. Dei-vos uma terra em que não trabalhastes, e cidades que não edificastes, e nelas habitais; vinhas e olivais que não plantastes, mas comeis.” O pós-milenismo se revela aqui em sua essência: a vitória do povo de Deus não é resultado do braço humano, mas da graça soberana que concede o impossível.

Israel não conquistou Canaã porque tinha uma estratégia militar genial ou porque confiou em sua força. Eles receberam a terra como dom divino. Isso é um tipo do Reino de Cristo: não avança pela espada de Constantino, nem pela retórica iluminista, mas pela ação irresistível do Espírito de Deus. O evangelho prospera não porque os homens são fortes, mas porque Deus é fiel.

O amilenismo não sabe o que fazer com esse texto. Se a vitória não dependeu da espada, mas da promessa, como negar que Deus fará o mesmo em escala global? O premilenismo também se embaralha, imaginando que só um exército físico futuro realizará a conquista. Ambos erram porque transferem para o homem aquilo que a Escritura atribui exclusivamente a Deus.

Josué é claro: o Reino avança pela dádiva, não pelo mérito; pela promessa, não pelo esforço humano. O pós-milenismo é a única leitura coerente — Deus dará às nações uma herança que não plantamos, cidades que não construímos e frutos que não cultivamos. E tudo isso porque Ele é fiel em cumprir Sua Palavra.

Pós-milenarismo: Um Contra Mil

 


Por Yuri Schein 

Em Josué 23.5,10-11, o Senhor promete: “O Senhor vosso Deus as lançará de diante de vós... Um só homem dentre vós perseguirá a mil, pois é o Senhor vosso Deus quem peleja por vós.” Aqui está o retrato cru da escatologia bíblica: vitória absurda, desproporcional, humanamente impossível, mas garantida pela intervenção divina.

Isso não é motivação de coach, é teologia da história. A lógica do pós-milenismo pulsa nesse texto: a Igreja não depende de números, de dinheiro ou de estruturas humanas para vencer; depende do Deus que peleja. Um contra mil é a matemática do Reino. É o fermento que leveda toda a massa (Mt 13.33), é a pedra de Daniel que cresce até encher a terra (Dn 2.35).

O amilenismo lê esse texto e responde com o fatalismo de sempre: “isso foi só para Israel, hoje a Igreja vive derrotada, aguardando o céu.” É a teologia da rendição, o evangelho da covardia. O premilenismo, por outro lado, imagina que só no futuro um exército messiânico esmagará os inimigos, ignorando que já hoje Cristo conduz Seu povo em triunfo (2Co 2.14). Ambos reduzem a promessa.

Josué mostra que a luta da Igreja é desigual apenas aos olhos humanos. O Deus que dá vitória a um contra mil é o mesmo que envia uma Igreja perseguida a discipular nações inteiras. O pós-milenismo não é otimismo humano, mas confiança na aritmética divina: um com Deus é maioria absoluta.

Pós-milenarismo: Nenhuma Promessa Falhou


Por Yuri Schein 

Em Josué 21.43-45 lemos: “Assim, deu o Senhor a Israel toda a terra... Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara à casa de Israel; tudo se cumpriu.” Esse é o epitáfio da incredulidade moderna: Deus não falha. O texto é uma bomba contra o pessimismo amilenista e o sensacionalismo premilenista, porque mostra o caráter inquebrável da Palavra.

O pós-milenismo se alimenta exatamente disso: o Deus que cumpre promessas em Canaã é o mesmo que cumpre a promessa de dar a Cristo todas as nações (Sl 2.8). Se nenhuma promessa caiu por terra naquele microcosmo de Israel, como alguém ousa sugerir que, agora, no macrocosmo do Reino, Cristo falhará em conquistar o mundo pela pregação do evangelho?

Amilenistas lêem esse texto e fazem malabarismo: dizem que “tudo se cumpriu” só valia para Israel, e que no Novo Testamento não há garantias históricas. É como se Deus fosse fiel no livro de Josué, mas tivesse se tornado tímido em Atos dos Apóstolos. Premilenistas, por sua vez, enxergam em cada promessa uma lacuna a ser “finalmente” resolvida em um milênio político futuro, como se o já cumprido fosse apenas um “quase lá”. Ambos recusam o óbvio: o Deus que cumpre, cumpre totalmente.

Josué não é um capítulo isolado da história, mas um paradigma escatológico. Se Israel descansou em sua herança, muito mais a Igreja descansará no domínio universal de Cristo, porque nenhuma promessa falhará.


Pós-milenismo: O Avanço Inegociável do Reino


Por Yuri Schein 

Em Josué 1.3-5 o Senhor declara: “Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado... Ninguém te poderá resistir todos os dias da tua vida.” Eis o DNA do pós-milenismo em sua forma tipológica. O que ocorre em Canaã não é apenas um evento histórico, mas uma projeção escatológica: a marcha vitoriosa do povo de Deus sobre a terra inteira. A promessa não depende do braço humano, mas do decreto divino.

A herança de Israel na terra é sombra do que Cristo, o verdadeiro Josué, efetivamente possui: todas as nações (Sl 2.8; Mt 28.18-20). Os inimigos que não poderiam resistir a Josué são o prelúdio dos inimigos que não resistem ao Cordeiro (Ap 17.14). É risível pensar que esse texto possa ser reduzido a uma posse local e transitória. O Senhor não é um corretor de imóveis na Palestina; Ele é o Rei dos reis que amplia Seu domínio até os confins da terra.

Amilenistas e premilenistas tropeçam aqui. O primeiro porque insiste em ler Josué como mera tipologia consumada “só no céu”, amputando a dimensão histórica. O segundo porque acha que Cristo precisa de um milênio carnal e judaizante para “finalmente reinar”, como se já não estivesse reinando. Ambos reduzem a promessa. O pós-milenismo, ao contrário, afirma: o que começou em Josué, cumpre-se universalmente em Cristo. Ninguém resistirá à expansão de Seu Reino na história.