sexta-feira, 6 de novembro de 2020

A TENTAÇÃO O CRENTE E A SOBERANIA DE DEUS

 A TENTAÇÃO, O CRENTE E A SOBERANIA DIVINA Suponha que a tentação seja uma forte pressão da carne ou do diabo. Como se alguém quisesse fechar uma porta, o pecado o diabo forçam a porta, existe uma dobradiça sendo forçada (sua vontade), porém Deus controla o diabo e a carne, e também controla a dobradiça da porta, bem como a porta (vontade). Nessa cena você sede ou empurra o diabo e a carne fechando a porta. Mas quem controlou você para resistir a ele? Foi DEUS (Fp 2.13). É Deus que te faz fechar a porta e empurrar o diabo e a carne para fora da situação. Com a porta fechada a tentação cessa por um tempo. Isso acontece quando você resiste o diabo e ele foge de você (Tg 4.7, 1 Pe 5.8-9). Seria estupidez dizer que foi pela sua força que você venceu a tentação sendo que Deus operou e você tanto o "querer" quanto o "realizar" (Fp 2.13). Deus não se tornou a sua vontade, nem a sua carne, muito menos o diabo, ele controlou tudo e continua sendo Deus. Yuri Schein, Soli Deo Glória 6 de novembro de 2020

 DEUS CAUSA TUDO E NÃO TENTA NINGUÉM, NÃO HÁ CONTRADIÇÃO 

Algumas pessoas confundem Deus controlar o coração dos tentadores e dos que são tentados com o mesmo que Deus tentar, mas essa é uma falácia categórica. Perceba: I. Deus não tenta ninguém (Tg 1.13) II. Deus endurece o coração dos homens para que não o obedeçam (Rm 9.11-24) Endurecer o coração de alguém é um controle muito maior do que tentar, se trata de um controle direto e ativo de Deus sobre o coração da pessoa. Deus não tenta alguém quando CONTROLA seu coração e o endurece durante a tentação. A natureza pecaminosa do homem é que o tenta, Deus a controla a endurecendo ou a abrandando pela Graça, veja por exemplo: "Disse o Senhor a Moisés: Vai ter com Faraó, porque lhe endureci o coração e o coração de seus oficiais, para que eu faça estes meus sinais no meio deles, e para que contes a teus filhos e aos filhos de teus filhos como zombei dos egípcios e quantos prodígios fiz no meio deles, e para que saibais que eu sou o Senhor. Apresentaram-se, pois, Moisés e Arão perante Faraó e lhe disseram: Assim diz o Senhor, o Deus dos hebreus: Até quando recusarás humilhar-te perante mim? Deixa ir o meu povo, para que me sirva." (Êxodo 10.1-3) Aqui Deus diz que endurece o coração de Faraó, mesmo assim, Faraó é exortado a deixar o povo de Deus ir embora (Verso 3) mesmo assim ele não o faz (vs 4-11). Ao ser confrontado com a ordem divina, Faraó foi tentado e começou a negociar com Moisés e Arão, porém Deus tinha endurecido seu coração para não o obedecer, a tentativa de negociação foi apenas a prova de sua resistência e teimosia. A Tentação existiu e foi real, Faraó cedeu a sua própria pecaminosidade e desejo de escravizar o povo de Deus. Deus o puniu por essa má ação, mas foi o próprio Deus que o endureceu. No ato do endurecimento de Deus, não há qualquer resistência do coração de Faraó à determinação divina, seu coração é como um rio controlado na mão de Deus (Pv 21.1), mas no ato preceptivo, ou seja, na cena que vemos Faraó negociar com Moisés existe uma resistência a ordem divina e uma tentação. Faraó foi tentado pelo seu coração corrupto, porém seu coração reagiu de acordo com o que Deus determinou anteriormente, e se endureceu. Essa visão se sustenta se você aceitar a premissa que Deus controla também o coração humano, e que o controle divino sobre o coração humano, não implica em tentação em si, mas se o ser humano vai ceder ou vencer a tentação. É o que Jó diz em 12.16, e Isaias em 29.15-16, tanto quem engana como quem é enganado estão nas mãos de Deus, e aqueles que planejam as coisas pensando que Deus não sabe o que fazem são apenas vasos fazendo o que ele mesmo planejou. Além de tudo isso, podemos afirmar seguramente: 1. Deus não é o tentador, mas o controla (Jó 12.16, Is 29.15-16, Rm 9.6-24, Ef 1.11, Ec 11.5, Sl 139.16) 2. Deus não é a tentação, mas causa a tentação (Dt 13, Mt 4, Mt 6.13, Lc 11.4) 3. Deus não é a pessoa tentada, mas controla quem está sendo tentado (Jó 12.16, Rm 9.6-24, Fp 2.13, Ef 1.11, Ec 11.5) Portanto: I. Causar a tentação, não é ser a tentação II. Controlar ativamente o tentador não é ser o tentador III. Controlar ativamente a pessoa tentada não é ser a pessoa tentada. Pensar diferente disso é cometer uma falácia categórica. Sobre o controle de Deus ativo, Calvino nos ensina: "Aqueles que são moderadamente versados nas Escrituras veem que, por uma questão de brevidade, eu apresentei apenas alguns dos muitos testemunhos. Ainda assim, é mais do que evidente que eles balbuciam e falam absurdamente que, no lugar da providência de Deus, substituem por uma simples permissão - como se Deus estivesse sentado em uma torre de vigia esperando eventos casuais, e seus julgamentos, portanto, dependiam da vontade humana .... E certamente, a menos que ele TRABALHASSE INTERIORMENTE NAS MENTES DOS HOMENS, não teria sido corretamente dito que ele remove o discurso da verdade e a prudência dos velhos (Ezequiel 7:26); que ele tire o coração dos príncipes da terra para que eles possam vagar em resíduos sem trilhas (Jó 12:24)" (João Calvino, Institutas da Religião Cristã; The Westminster Press; p. 231). E Lutero diz: "Então, o endurecimento de Faraó por Deus é realizado assim: Deus apresenta algo para seu coração vilão, aquilo que por natureza ele odeia; e ao mesmo tempo, Ele continua POR AÇÃO ONIPOTENTE A SE MOVER DENTRO DELE a má vontade que Ele encontra lá. Faraó, em razão da vilania de sua vontade, não pode deixar de odiar o que se opõe a ele, e confiar em seu próprio força; e ele fica tão obstinado que não vai ouvir nem refletir, mas é arrastado pelas garras de Satanás como um louco furioso." (Luther, p. 207) Yuri Schein, 6 de novembro de 2020 Soli Deo Glória

O PECADO DOS IRMÃOS DE JOSÉ | por Yuri Schein

 O PECADO DOS IRMÃOS DE JOSÉ Normalmente compatibilistas usam esse texto para tentar provar que Deus não controla os pensamentos e ações dos homens, que elas são livres do seu controle: "Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o TORNOU em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida". (Genesis 50.20 - ARA) Perceba que essa tradução (bem como NVI) coloca o texto como se Deus tivesse TORNADO o mal em bem, podendo levar a entender que Deus não causou as ações más dos irmãos de José. Agora veja a versão Corrigida e Fiel" "Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o INTENTOU para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida". (Gênesis 50:20 - ACF) Esse texto exprime de fato melhor o original Quando José se refere aos seus irmãos o texto hebraico trás: "Vocês חֲשַׁבְתֶּ֥ם (ḥă·šaḇ·tem)": A palavra é traduzida no dicionário Strong por: intentaram, propuseram. Quando ele se refere a Deus, existe uma variante porém tanto a raiz como a tradução strong é a mesma: "Deus חֲשָׁבָ֣הּ (ḥă·šā·ḇāh): traduzida no Strong por: intentou, propôs As duas palavras vem da mesma raiz hebraica que seria o verbo חָשַׁ֔ב "ha.sab", o dicionário strong traduz: pensar, planejar. Em algumas ocorrências e traduções da mesma ocorrência esse verbo é traduzido como I. "ARQUITETAR" Ester 8.3 (NAS, KJV, INT) II. "TRAMAR" Ester 9.24 (NAS) III. "CONSPIRAR" Ibid (INT) IV. "DETERMINAR" Lamentações 2.8 (KJV, INT) V. "PROJETAR" Ester 8.3 (ACF) VI. "EMPREENDER" Ibid (ARA) VII. "INTENTAR" Ibid (ARC) VIII. "MÁQUINAR" Ibid (VC) IX. "DECIDIR" Lm 2.8 (NTLH) X. "RESOLVER" Lm 2.8 (AA) Assim, podemos ver que não existe no texto nenhuma ideia de Deus "TORNAR" algo em bem, mas em Deus INTENTAR, PROJETAR, ARQUITETAR, DECIDIR, DETERMINAR, PROPOR aquelas ações para o bem de José e até mesmo dos seus irmãos, portanto, José pode dizer "TODAS AS COISAS COOPERAM PARA O BEM DAQUELES QUE AMAM A DEUS" (Rm 8.28-30), porque Deus CONTROLOU tudo ativamente, até mesmo as ações dos seus irmãos foram PLANEJADAS E DETERMINADAS POR DEUS. Assim como o maior ato de injustiça que aconteceu na face da terra foi DETERMINADO, INTENTADO, PLANEJADO, CAUSADO, E PROJETADO POR DEUS (At 2.23, At 4.27-28) Deus controla tudo, inclusive as ações pecaminosas dos homens. Soli Deo Glória Yuri Schein, 6 de novembro, 2020