terça-feira, 13 de outubro de 2020

Creia e Obedeça

 Seja lá o que você esteja passando, ou ataque do diabo sobre a sua vida, as Escrituras dizem que Deus é o Oleiro e não o diabo, as garras de Satanás podem estar sobre a sua cabeça e a sua mente tentando te amedrontar e te destruir, tentando você com dardos e blasfemias, sua boca demôniaca e destruídora pode estar com os dentes pontiagudos sobre a sua cabeça, o abismo parece estar diante dos seus olhos e você pode parecer não ter esperança alguma, mas o diabo não é o oleiro, ele é só um instrumento de Deus, ele é um pedaço de barro como você, ele é uma criatura e Deus tem pleno poder e controle sobre ele, Deus pode livrar você a qualquer momento, basta clamar por misericórdia, reconheça a autoridade e poder de Deus sobre o diabo e as potestades e principados, peça ao Senhor misericórdia, Ele é o Oleiro, as mãos dele estão sobre a sua vida e sobre a vida do enganador (Jó 12.16). Ele prometeu que vai te salvar, então não há nada que Satanás possa fazer.

Você também precisa aprender a obedecer as Escrituras, nesse momento terrível é importante que você creia em tudo que ela diz ao Seu Respeito, uma das coisas é que quando você recebeu o Espírito Santo de Deus, você recebeu poder e autoridade sobre todos os demonios, ela diz que você está assentado com Cristo à direita de Deus, acima de todos os principados e potestades. Ela diz que você deve resistir ao diabo e ele vai fugir de você.

O Fim para o qual Deus criou o mundo | Jonathan Edwards (Introdução m)

 Para evitar toda confusão em nossas indagações concernentes ao fim para o qual Deus criou o mundo, deve-se observar uma distinção entre o fim principal e o fim último pelo qual um agente realiza uma obra. Estas duas frases nem sempre têm precisamente a mesma significação – e, embora o fim principal seja sempre um fim último, nem sempre o fim último é um fim principal. Um fim principal é contrário a um fim inferior; um fim último é contrário a um fim subordinado.

Um fim subordinado é aquele que um agente visa, não de todo por causa dele, mas inteiramente por causa de um fim ulterior, do qual aquele é considerado como que um meio. Assim, quando um homem faz uma viagem para obter um remédio para curar sua doença, a obtenção desse remédio é o seu fim subordinado; porque este não é um fim que ele valoriza de todo por causa dele, mas inteiramente como um meio para um fim ulterior, a saber, a sua saúde. Separe o remédio desse fim ulterior, e de modo algum aquele será desejado. Um fim último é o que o agente procura, naquilo que ele faz, por sua própria causa; aquilo que ele ama, valoriza, ou no que tem prazer por sua própria causa, e não meramente como um meio para um fim ulterior. Como quando um homem adora o sabor de algum tipo particular de fruta, e faz um grande esforço e paga qualquer preço para obtê-la, por causa do prazer desse sabor que ele valoriza por sua própria causa, uma vez que ama o seu próprio prazer; e não meramente por causa de algum outro bem, do qual ele supõe que o desfrutar desse prazer será o meio.

Alguns fins são subordinados, não somente enquanto subordinados a um fim último, mas também a outro fim que seja ele mesmo subordinado. Sim, pode haver uma sucessão ou cadeia de muitos fins subordinados, um dependente do outro, um buscado pelo outro, antes de se chegar a algo visado pelo agente, e buscado por sua própria causa. Como quando um homem vende uma roupa para conseguir dinheiro, para comprar ferramentas, para cultivar sua terra, para prover-se de alimento, para gratificar o apetite. E ele busca gratificar o seu apetite, por sua própria causa, como aquilo que é grato em si mesmo. Aqui, o fim do seu vender da sua roupa para conseguir dinheiro é apenas um fim subordinado; e não somente é subordinado ao fim último – gratificar o seu apetite – mas a um fim mais imediato – comprar ferramentas de cultivo; e o seu obter destas é apenas um fim subordinado, sendo apenas por causa do cultivo da terra. E o cultivo da terra é um fim não buscado por sua própria causa, mas por causa da colheita a ser produzida; e a colheita produzida é um fim buscado apenas por causa do preparo do pão; e o pão é buscado por causa da gratificação do apetite. Aqui, a gratificação do apetite é chamada de o fim último, porque é o último da cadeia em que o objetivo de um homem repousa, obtendo nisto a coisa finalmente visada.

Assim, sempre que um homem chega àquilo em que o seu desejo termina e repousa, sendo algo valorizado por sua própria causa, então ele chega a um fim último, seja a cadeia mais comprida ou mais curta; sim, mesmo se houver apenas um elo ou um passo que ele dê antes de chegar a este fim. Como quando um homem que adora mel o põe em sua boca, por causa do prazer do sabor, sem visar a qualquer outra coisa. Desse modo, um fim que um agente tem em vista pode ser tanto o seu fim imediato como o último; tanto o seu próximo como o seu último. Esse fim que é buscado por causa dele mesmo, e não por causa de um fim ulterior, é um fim último; aí o objetivo do agente se detém e repousa.

Uma coisa buscada pode ter a natureza de um fim último, e também de um subordinado, na medida em que possa ser buscada em parte por sua própria causa, e em parte por causa de um fim ulterior. Assim um homem, naquilo que ele faz, pode buscar o amor e o respeito de uma pessoa em particular, em parte por sua própria causa, porque é em si mesmo agradável aos homens serem objetos da estima e do amor de outros; e em parte porque ele espera, através da amizade daquela pessoa, ter o seu auxílio em outros afazeres, e assim ter a vantagem de obter fins ulteriores.


Um fim principal, que é contrário a um fim inferior, é algo diverso de um fim último; é mais valorizado e, portanto, mais buscado pelo agente naquilo que ele faz. É evidente que um fim ser mais valorizado do que outro não é exatamente a mesma coisa que um fim ser valorizado ultimamente, ou por sua própria causa. Isto parecerá claro, se for considerado:


Um fim principal, que é contrário a um fim inferior, é algo diverso de um fim último; é mais valorizado e, portanto, mais buscado pelo agente naquilo que ele faz. É evidente que um fim ser mais valorizado do que outro não é

exatamente a mesma coisa que um fim ser valorizado ultimamente, ou por sua própria causa. Isto parecerá claro, se for considerado:


1. Que dois fins diferentes podem ambos ser últimos e, contudo, não ser fins principais. Eles podem ambos ser valorizados por sua própria causa, e ambos buscados na mesma obra ou atos; e, contudo, um ser valorizado e buscado mais do que o outro. Assim um homem pode fazer uma viagem para obter dois benefícios ou satisfações diferentes, ambas podendo ser agradáveis a ele, consideradas em si mesmas; e, contudo, uma pode ser muito mais agradável do que a outra, e assim ser aquela em que ele especialmente ponha o seu coração. Assim um homem pode fazer uma viagem, em parte para obter a posse e a satisfação de uma noiva que seja muito querida a ele; e em parte para gratificar a sua curiosidade olhando em um telescópio, ou alguma lente óptica extraordinária recentemente inventada; e um não ser propriamente subordinado ao outro; e, portanto, ambos podem ser fins últimos. Mas a obtenção de sua noiva amada pode ser o seu fim principal, e o usufruto da lente óptica o seu fim inferior.


2. Um fim último nem sempre é o fim principal, porque certos fins subordinados podem ser mais valorizados e buscados do que certos fins últimos. Assim, por exemplo, um homem pode visar duas coisas em sua viagem; uma, visitar seus amigos, e outra, receber uma grande soma de dinheiro. Este último pode ser apenas um fim subordinado; ele pode não valorizar a prata e o ouro por sua própria causa, mas apenas pelo prazer, gratificação, e honra – o dinheiro é valorizado apenas como um meio para o outro. Mas a obtenção do dinheiro pode ser mais valorizada, e assim ser um fim mais elevado da sua viagem do

que o prazer de ver seus amigos; embora este último seja valorizado por sua própria causa e, portanto, é um fim último.


Mas aqui várias coisas podem ser observadas: Primeiro, quando é dito que certos fins subordinados podem ser mais valorizados do que certos fins últimos, não se supõe que sempre um fim subordinado seja sempre mais valorizado do que aquele ao qual é subordinado. Por esta razão é chamado de fim subordinado, porque é valorizado e buscado não por sua própria causa, mas apenas em subordinação a um fim ulterior. Mas um fim subordinado pode ser valorizado mais do que algum outro fim último a que não esteja subordinado. Assim, por exemplo, um homem faz uma viagem para receber uma soma de dinheiro, apenas pelo valor do prazer e da honra dos quais o dinheiro pode ser um meio. Neste caso, é impossível que o fim subordinado, a saber, o seu possuir do dinheiro, seja mais valorizado por ele do que o prazer e a honra dos quais aquilo é o meio. Mas ele pode valorizar o dinheiro, ainda que sendo apenas um fim subordinado, mais do que qualquer outro fim último ao qual não esteja subordinado, e com o qual não tenha nenhuma ligação. Por exemplo, mais do que o conforto da visita aos amigos, que era um fim último da sua viagem.

Segundo, o fim último é sempre superior ao seu fim subordinado, e mais valorizado pelo

agente, a menos quando o fim último depende inteiramente do subordinado. Se ele não tem outro meio para obter o seu fim último, então o subordinado pode ser tão valorizado quanto o fim último; porque o fim último, nesse caso, depende totalmente, e é completa e certamente atingido por meio daquele. Como, por exemplo, se uma mulher grávida tivesse um apetite peculiar por certa fruta rara que se acha apenas no jardim de uma amiga sua particular, a certa distância – e ela fizesse uma viagem até a casa ou jardim de sua amiga, para obter essa fruta – o fim último da sua viagem é gratificar esse forte apetite; a obtenção dessa fruta é o seu fim subordinado. Se ela considerar que o apetite não pode ser gratificado por qualquer outro meio senão pela

obtenção dessa fruta, e que certamente será gratificado se ela a obter, então ela valorizará a fruta tanto quanto valoriza a gratificação do seu apetite. Mas, do contrário, não será assim. Se tiver dúvida quanto a se essa fruta satisfará a sua ânsia, então ela não a valorizará igualmente com a gratificação do seu apetite. Ou, se houver alguma outra fruta que ela conheça que gratifique o seu desejo, ao menos em parte, e que ela possa obter sem problemas que contrabalanceiem a

gratificação – ou, se o seu apetite não puder ser gratificado sem esta fruta, e, contudo, nem somente por ela, sem algo mais combinado com ela – então a sua valorização do seu fim

último será dividido entre estes vários ingredientes como fins subordinados, e nenhum deles sozinho será igualmente

valorizado com o fim último. Por isso ocorre que raramente um fim subordinado é igualmente valorizado com o seu fim último;

porque a obtenção de um fim último raramente depende de um meio único, não combinado, e infalivelmente ligado àquele. Portanto, os fins últimos dos homens são geralmente os seus fins mais elevados. Terceiro, se algum ser tem um único fim último, em tudo o que ele faz, e há uma grande variedade de operações, o seu fim último pode ser justamente considerado

como o seu fim supremo. Pois, neste caso, qualquer outro fim além desse é no intuito desse fim; e, portanto, nenhum outro pode ser superior ao mesmo. Porque, como foi observado antes, um fim subordinado nunca é mais valorizado do que o fim ao qual está subordinado. Além disso, os efeitos ou eventos subordinados, realizados como meios para este fim, todos se unindo para contribuir com a sua parcela para a obtenção do único fim último, são muito variados; e, portanto, através do que se observou agora, o fim último de todos deve ser valorizado mais do que

qualquer dos meios particulares. Este ​parece ser o caso das obras de Deus, como poderá

parecer mais claro na sequência. Quarto, o que quer que algum agente tenha em vista em algo que faz, que seja agradável a ele em si mesmo,

e não meramente por causa de algo mais, é visto por esse agente como o seu fim último. O mesmo pode ser dito sobre evitar aquilo que em si mesmo é doloroso e desagradável, pois evitar o que é desagradável é agradável. Isto ficará evidente a qualquer um que tiver em mente o sentido dos termos; por fim último querendo dizer aquilo que é visto e buscado por um agente como agradável ou desejável por sua própria causa; por subordinado, aquilo que é buscado somente por causa de algo mais. Quinto, daí se segue que, se um agente tem em vista mais coisas além daquela que é realizada por aquilo que ele faz, que ele ama e

no que se deleita por sua própria causa, então ele deve ter mais coisas além daquela que considera como seus fins últimos naquilo que faz. Mas, se há apenas uma coisa que um agente procura, por sua própria causa, então só pode haver um fim último que ele tem em todas as suas ações e operações.

Mas aqui há uma distinção que deve ser observada acerca de coisas que se pode dizer que são agradáveis a um agente, em si mesmas consideradas: (1) o que em si mesmo é grato a um agente, e valorizado por sua própria causa, simplesmente e absolutamente considerado, antecedente a, e independente de todas as condições, ou de qualquer suposição

de casos e circunstâncias particulares; e (2) o que se pode dizer que é em si mesmo agradável a um agente, hipoteticamente e

consequentemente; ou, na suposição de tais e quais circunstâncias, ou na ocorrência de um caso particular. Assim, por exemplo, um homem pode originalmente amar a sociedade. Uma inclinação pela vida em sociedade pode estar implantada em sua própria natureza; e a vida em sociedade pode ser agradável a ele antecedentemente a todos os casos e

circunstâncias pressupostas; e isto pode levá-lo a buscar uma família. E o conforto da vida em sociedade pode ser originalmente o

seu fim último, ao buscar uma família. Mas, depois de ter uma família, a paz, a boa ordem, a justiça e a amizade recíprocas em sua família podem ser agradáveis a ele, e aquilo em que se deleita por sua própria causa; e, portanto, estas coisas podem ser o seu fim último em muito do que ele faz no governo e

ordenação de sua família. Mas elas não eram o seu fim original com respeito à sua família. A justiça e a paz de uma família não eram propriamente o seu fim último antes de ele ter uma família, que o induzisse a buscar uma

família, mas consequentemente. E, sendo o caso de ele ter uma família, então estas coisas em que consistem a boa ordem e a beleza de uma família tornam-se o seu fim último em muito do que ele faz em tais circunstâncias.

De modo semelhante devemos supor que Deus, antes de criar o mundo, tinha algum bem em vista, como consequência da existência do mundo, o qual era originalmente agradável a ele em si mesmo considerado, e que o inclinou a trazer o universo à existência, do modo tal como ele o criou. Mas, depois de o mundo ter sido criado, e tais e quais criaturas inteligentes realmente terem tido existência, em tais e quais circunstâncias, então uma ordenação sábia e justa acerca delas era algo agradável a Deus, em si mesma considerada. E o amor de Deus à justiça, e a sua aversão à injustiça, seriam suficientes em tal caso para induzir Deus a tratar justamente suas criaturas, e para impedir toda a injustiça nele em relação a elas. Mas não há necessidade de supor que o amor de Deus por agir justamente para com seres inteligentes, e a aversão pelo oposto, fosse aquilo que originalmente induziu Deus a criar o mundo, e a fazer seres inteligentes, e assim

ordenar a ocasião de agir quer justa ou injustamente. A justiça da natureza de Deus faz de uma justa ordenação algo agradável, e o

contrário desagradável, na medida em que haja ocasião; o sujeito sendo suposto, e a ocasião dada. Mas devemos supor algo mais que o inclinou a criar os sujeitos, ou a ordenar a ocasião. Desse modo, a perfeição de Deus que chamamos de sua fidelidade, ou sua inclinação para cumprir suas promessas a suas criaturas, não poderia ser propriamente aquilo que o moveu a criar o mundo; nem poderia esse cumprimento de suas promessas a suas criaturas ser o seu fim último ao dar existência às criaturas. Mas, depois que o mundo é criado, depois que criaturas inteligentes são feitas, e Deus se compromete com elas por promessa, então, essa disposição, que é chamada de sua fidelidade, pode movê-lo em suas disposições providenciais para com elas; e este pode ser o fim de muitas obras da providência de Deus, inclusive do exercício de sua fidelidade ao cumprir suas promessas, e pode ser, no sentido menor, o seu fim último; porque a fidelidade e a verdade devem ser aquilo que, em si mesmo, é agradável a Deus, e aquilo em que ele se deleita por sua própria causa. 


Assim Deus pode ter fins para obras particulares de providência, que são fins últimos em um sentido menor, e que não eram fins últimos para a criação. Desse modo, aqui temos dois tipos de fins últimos, dos quais um pode ser chamado de original e independente, e o outro, consequente e dependente; pois é evidente que os deste último tipo têm verdadeiramente a natureza de fins últimos, porque, embora, ao serem agradáveis ao agente, sejam consequentes da sua existência; o sujeito e a ocasião sendo supostos, aqueles são agradáveis e amáveis em si mesmos. Podemos supor que, para um Ser justo, fazer

justiça entre duas partes pelas quais ele está interessado é agradável em si mesmo, e não meramente por causa de algum outro fim; e, contudo, podemos supor que um desejo de fazer justiça entre duas partes pode ser consequente da existência dessas partes e da ocasião dada. Pode-se observar que, quando eu falo do fim último de Deus na criação do mundo, no discurso que se segue, geralmente quero dizer naquele sentido mais elevado, a

saber, o fim último original. Sexto, pode-se ainda observar que o fim ou fins últimos originais da criação do mundo é aquilo que exclusivamente induz Deus a dar ocasião a

fins consequentes, por meio da criação original do mundo, e da sua disposição original. E, quanto mais original é o fim, mais

extensivo e universal este é. Aquilo que Deus tinha primariamente em vista ao criar, e a ordenação original do mundo, devem ser constantemente lembradas, e ter uma influência determinante em todas as obras de Deus, ou com respeito a tudo o que ele faz às suas criaturas. E, portanto, Sétimo, se usamos a frase fim último neste sentido mais elevado, então, a mesma coisa que é o fim último de

Deus ao criar o mundo, se supormos apenas um fim dessa natureza, deve ser aquilo de que ele faz o seu objetivo último em todas as

suas obras, em tudo o que ele faz, quer na criação ou na providência. Mas devemos supor que, no uso que Deus dá às suas criaturas, ele sempre deve ter em consideração o fim para o qual as criou. Mas, se tomarmos fim último no outro sentido menor, Deus às vezes pode ter em consideração, como

fins últimos, em obras particulares de providência, aquelas coisas que não poderiam, em um sentido próprio, ser o seu fim último ao criar o mundo.

Oitavo, por outro lado, o que quer que pareça ser o fim último de Deus, em qualquer sentido, das suas obras de providência em geral, esse deve ser o fim último da obra da própria criação. Pois, embora Deus possa agir por um

fim que seja último em um sentido menor, em algumas de suas obras de providência, e que não seja o fim último da criação do mundo, isto não acontece com respeito às obras de providência em geral; pois as obras de providência de Deus em geral são as

mesmas que o uso geral que ele dá ao mundo que criou. E podemos muito ​bem provar, a partir daquilo que vemos do uso geral que Deus faz do mundo, o fim geral pelo qual ele planejou o mundo. Embora possa haver alguns fins para obras particulares de providência, que não eram o fim último da criação, e que são em si mesmos gratos a Deus nessas

circunstâncias emergentes particulares, e assim são fins últimos em um sentido inferior; isto se dá apenas em certos casos, ou ocasiões particulares. Mas, se são os fins últimos dos procedimentos de Deus

no uso do mundo em geral, isto mostra que o fato de ele fazer daqueles fins últimos não depende de casos e circunstâncias particulares, mas da natureza das coisas em geral, e do seu desígnio geral na existência e constituição do universo. Nono, se existe apenas uma coisa que é originalmente, e independente da suposição de qualquer caso

futuro, agradável a Deus, a ser obtida pela criação do mundo, então só pode haver um fim último para a obra de Deus, neste sentido mais elevado. Mas, se existem várias coisas,

propriamente diversas entre si, que são absolutamente, e independentemente agradáveis ao Ser Divino, e que são realmente

obtidas pela criação do mundo, então haveria diversos fins últimos para a criação, nesse sentido mais elevado.