sexta-feira, 22 de março de 2019

Qual Deus?

Qual Deus você se refere? Por que não os deuses pagãos? 
Por Yuri Schein



Quando um não-cristão te perguntar "qual Deus?" e você afirmar que está se referindo ao Deus cristão o revelado na bíblia e ele te perguntar: "Por que Ele deve ser o verdadeiro Deus e não os deuses pagãos mitológicos?" Pergunte a ele: De acordo com que critério e padrão o não cristão requer uma aprovação de que este ou aquela divindade é o Deus verdadeiro? Ele pode ficar chateado e perguntar "que diferença faz e por que essa pergunta é relevante?". A resposta é simples. se ele acha que os critérios para PROVAS são empíricas então use a metodologia cientifica evidencialista, o Argumento cosmológico, primeiro motor etc... Mesmo que você saiba que tentar provar a existência de qualquer coisa pelos métodos empíricos, estes metodos não podem nos certificar de nada. O não-cristão assumiu que acredita no empirismo e os argumentos da apologética evidencialista embora falhos são melhores que os argumentos dos não-cristãos, embora sejam falseáveis, após demonstrar o argumento cosmológico por exemplo, você vai ter demonstrado a necessidade [segundo os padrões empíricos do não cristão] da existência de um criador, só nesse argumento você já descarta varias divindades pagãs,Por exemplo: Zeus na mitologia pagã não criou o mundo, o mundo já existia, Zeus não é a primeira causa do Universo, bem como todas as divindades do Olimpo, isso se aplica a maioria das divindades pagãs, pois o argumento da primeira causa, alega que Deus deve ser a primeira causa do Universo, outra coisa, esse argumento também remove um Deus que faça parte do universo [segundo os padrões empíricos] Pois Deus é a causa e transcendente ao mundo que ele criou por necessidade. Se você pegar os deuses gregos mais antigos, como Ouranos [Urano] ou Gaia eles são o próprio universo ou parte dele, logo eles não são causa do Universo e a ciencia empirica nos demonstra que o Universo teve uma causa, portanto eles não podem ser essa causa, também estão descartados. Então te resta apenas o Teísmo ou Deísmo. Embora nós não acreditemos que esses argumentos provem alguma coisa [pois o empirismo não pode nos provar nada disso] o não cristão acredita no empirismo e deve aceitar isso.

Os próprios filosofos gregos começaram a abandonar o ceticismo por vários motivos auto-contraditórios, Zenão de Eleia  (490/485 a.C.430 a.C.) diz:

“Se Deus é o mais poderoso de tudo, então lhe é próprio que seja Um; pois, na medida em que dele houvesse dois ou ainda mais, ele não teria poder sobre eles; mas enquanto lhe faltasse o poder sobre os outros não seria Deus. Se, portanto, houvesse mais deuses, eles seriam mais poderosos e mais fracos um em face do outro; não seriam, por conseguinte, deuses; pois faz parte da natureza de Deus não ter acima de si nada mais poderosos; pois o igual não é nem pior nem melhor que o igual – ou não se distingue dele. Se, portanto, Deus é e se ele é de tal natureza, então só há um Deus; não seria capaz de tudo o que quisesse, se houvesse mais deuses.”

Vincent Cheung comenta em seu livro "Confrontações Pressuposicionais:

"Deus é transcendente, o que significa que é distinto do universo, embora também seja imanente, pois criou o universo e agora o sustenta e causa todos os eventos nele. Por outro lado, os deuses mitológicos dos atenienses faziam parte do universo [assim como os deuses nórdicos e todos os deuses pagãos]. Paulo afirma, porém, que o Deus verdadeiro “não habita em santuários feitos por mãos humanas” (v. 24) e que “ele não é servido por mãos de homens, como se necessitasse de algo” (v. 25). Paulo lida com a natureza de Deus com ênfase específica porque remete às religiões gregas populares de forma específica. O resto da Bíblia nos dá informação suficiente para sabermos que a nossa visão de Deus diverge de todas as religiões e filosofias não cristãs, e devemos adaptar os nossos comentários a essas religiões e filosofias, quando nos dirigimos a elas, para evidenciar as divergências.Claramente contradizemos os ateus e hindus em suas visões de Deus; contudo até cristãos professos negam que diferimos radicalmente dos mórmons e muçulmanos. Tais pessoas são ignorantes tanto da teologia cristã, a qual condena todas as demais religiões, como das religiões não cristãs, que contradizem a revelação bíblica em cada ponto principal."

Depois de demonstrar pela própria cosmovisão do não-cristão que é inconcebível qualquer divindade que não seja um Deus transcendente, agora a investigação seria sobre QUEM é esse Deus, se o não-cristão continuar defendendo o empirismo, pois para negar esse argumento ele deve rejeitar o empirismo, pois uma negação do argumento é uma negação de que as sensações podem nos passar qualquer conhecimento, portanto, você passa agora para o argumento da veracidade das escrituras sagradas, na manuscritologia, se ele aceita a ciência empírica e a história, ele deve aceitar a escritura como um livro histórico, visto que há mais "provas" históricas para a escritura do que para qualquer literatura que temos. Passamos agora a examinar o que a escritura diz, e você pode passar a argumentação das profecias bíblicas, por exemplo, eu gosto muito de usar o Salmo 22, neste salmo você vê o sofrimento de Jesus descrito por Davi 1000 a.C, depois podemos usar Isaias 53, e depois diversas outras profecias bíblicas. Sobre a veracidade do novo testamento e da ressurreição de Cristo como provas, podemos ir para as 500 testemunhas oculares que viram Jesus (1 Cor 15) também podemos usar os mártires como prova de que eles realmente testemunharam a ressurreição de Jesus e por isso morreram pela sua fé.

Aqui o não-cristão pode cair em um ceticismo, ele vai dizer que essas provas não são suficientes, ele pode ficar irritado, ele pode tentar solapar essas provas com outros registros apócrifos, mas ai ele já está negando o empirismo. Como assim? Nenhuma prova é suficiente para que ele creia, simplesmente porque jamais podemos ter certeza através da experiência empírica, nem mesmo o não-cristão pode usar qualquer documento como argumento empírico, é uma auto-contradição, mesmo que "probabilisticamente" você esfregue em sua cara que todos esses argumentos que você o passou são historicamente autenticados, ele se recusará e cairá no ceticismo, ele está negando as "provas" e as "probabilidades", sendo assim ele cai em um problema, você não pode provar que a fé cristã é verdadeira empiricamente, mas muito menos ele poderá provar que ela é falsa empiricamente. Se você for para o racionalismo também poderá defender a fé cristã, mas da mesma forma ele vai cair em ceticismo. 

Neste ponto você diz a ele que a Fé Cristã é um dom divino, e que Ele já sabe que Deus existe, e mesmo vendo as provas na cosmovisão empírica dele ele rejeita tais "evidencias" caindo em um ceticismo, mas o ceticismo é auto-contraditório, pois não podemos sustentar para sempre que não sabemos de nada, pois alegar que nada sabemos sobre alguma coisa já é saber. Ele jamais poderá comprovar como ele sabe de algo, ou até como ele sabe de si mesmo através das cosmovisões não cristãs. Neste ponto ele já pode estar enfurecido por ter sido refutado [principalmente se ele for um militante], eu diria para ele que sua ira pode demonstrar claramente que Deus o está entregando a sua própria irracionalidade, pois não o elegeu para a salvação, visto que ele continua rejeitando o Deus Cristão provado como verdadeiro por todas as suas vias de conhecimento que são insustentáveis e não podem provar nada também. E que sua rejeição ao cristianismo não vem de mais nada a não ser de seu preconceito e ódio contra Deus, devido a sua depravação que herdou de Adão, e que por sua rejeição continua a crença do Verdadeiro Deus, mais ainda ele cairá no irracionalismo. A única saída para ele é receber a Fé de Deus e crer em Deus, se render e baixar suas armas contra Ele.

Então você propõe que Deus nos revelou através da bíblia sagrada como único Deus verdadeiro, Ele nos requer arrependimento e fé incondicionais nEle, e deu a todo homem um conhecimento inato sobre seus ser, fazendo com que a natureza relembre o homem de sua existência (Rm 1) e imprimindo em seu intimo a sua regra moral (Rm2)

O não-cristão pode objetar porque Ala, por exemplo, é o verdadeiro Deus pois Maomé alega ter revelação de Deus. Então você demonstra que o Islamismo é auto-contraditório pois alega que Jesus era um profeta mas o que Jesus diz de si mesmo é que Ele não é meramente um profeta, mas o Filho de Deus, e o próprio Deus (Jo 8.24,58) a afirmação de Maomé sobre Jesus é falsa mesmo se tomada nas duas proposições possíveis, pois se Jesus é Deus Maomé mentiu, e se Maomé disse que ele é um profeta e Jesus profetizou e disse que era Deus Jesus estaria mentindo sobre isso e Maomé também pois Jesus alegou ser Deus. Da mesma forma outras religiões que usam a bíblia como base dizendo serem uma revelação além da bíblia se auto refutam pois a bíblia afirma que não haverá outra mensagem para os homens serem salvos (Gl 1.8-9). Isso elimina crenças, seitas e heresias que se fundamentam sobre a revelação cristãs como o Mormonismo por exemplo.

Vincent Cheung comenta sobre isso em "Confrontações pressuposicionais":

"Os mórmons sequer são monoteístas, pois afirmam que Elohim é deus apenas deste mundo, que há muitos deuses para muitos mundos diferentes e que a “salvação” de um homem é sua obtenção de natureza divina para governar um mundo em particular. Eles fazem de Elohim e Jeová entidades diferentes, de modo que Jesus é Jeová e foi criado pela união sexual de Elohim e Maria. Os cristãos podem rir da reivindicação mórmon que o Jardim do Éden se localizava no que é hoje a cidade de Independence, no Estado de Missouri, mas quando os mórmons fazem de Satanás o irmão de Jesus, cristãos e não cristãos deveriam ter bom senso suficiente para notar as diferenças entre o cristianismo e o mormonismo. Mas claro, pessoas idiotas mesmo assim insistem que os dois estão essencialmente em concordância. Naturalmente alguns mórmons dirão que essa é uma distorção de suas crenças, mas é provável que eles mesmos não saibam o que o mormonismo de fato ensina. Em todo caso, como a fé cristã foi "de uma vez por todas confiada aos santos” (Judas 1.3), ela não está sujeita a revisões ou acréscimos; portanto, Joseph Smith era um falso profeta. Será que o mórmon concorda com essa avaliação? Se não concorda, o cristianismo não está em concordância com o mormonismo.
Quanto ao islamismo, Alá certamente não é igual ao Deus descrito pela Bíblia. Quem diz que Alá é apenas outro nome para o Deus cristão deve mostrar também que Alá é uma trindade, pois é isso que afirmam os cristãos, que Deus é um em termos de divindade e três em termos de personalidade; que o Pai, o Filho e o Espírito participam todos plenamente nos atributos divinos. Nenhum muçulmano verdadeiro concordaria com isso. Em adição, Robert Morey argumenta que Alá, na verdade, era um deus pagão da Lua."


Nesses pontos o ateu geralmente vendo que seus argumentos empíricos não resolveram seu problema, pode se encher de fúria e dizer que o Deus do cristianismo é mau, que suas atitudes são cruéis e mesquinhas, que Ele é autoritário, etc... Então, vem a pergunta natural "de acordo com que padrão Deus é horrível?" O não-cristão não tem como justificar sua objeção de que algo é "injusto" se não houver uma regra máxima de moralidade, e essa regra máxima vem de Deus, porém se esse padrão de moralidade vem de Deus, ele não pode sujeitar Deus debaixo desses mesmos padrões morais. Pois são padrões do criador para a criatura, por exemplo "não matarás" se refere ao homem, mas Deus é o criador e tem o direito sobre a sua criação, e ao mesmo tempo não existem outros deuses no universo que ele possa matar e ser julgado por isso, nem essa regra de justiça vem de outro Deus, as objeções morais do não-cristãos são apenas desculpas para que ele continue rejeitando a fé cristã como verdadeira. Alguns ateístas chegam a dizer "se existe um Deus ele terá que me pedir perdão por tudo que aconteceu no mundo" esse tipo de argumento é insustentável e ridículo, pois Deus é quem deu padrões morais para ele, dizer que Deus é injusto é objetar que existe uma moralidade absoluta, mas objetar que existe uma moralidade absoluta é crer na existência do Deus cristão, o Juiz de todos os homens. A cosmovisão não-cristã cai em solipismo ela não tem padrões morais par julgar nada e terá que roubar da cosmovisão cristã a moralidade da mesma para tentar a contradizer, mas a cosmovisão cristã aplica aos homens o dever para com Deus e não o oposto. Deus não deve explicações ao homem, do contrário o homem seria Deus, e mesmo as coisas que ocorrem no mundo provem do pecado do homem e de sua alienação moral comprovam a crença da depravação total e que o homem caiu no Éden. Muitos não-cristãos nesses momentos dizem que eles estão falando sobre como se sentem e que não creem que exista regras e padrões morais absolutos, pois isso seria advogar a existência de Deus. Mas como eles se sentem é irrelevante como um argumento, existem pessoas que se sentem mal ao comer carne e eu já vi pessoas que se sentem mal ao cortar uma arvore para fazer uma casa, como ele se sente é subjetivo e irrelevante para o debate em questão, ele também pode apelar para a opinião popular dizendo que "a maioria das pessoas não se sente bem com isso", mas isso é uma falácia popular também colocada sob uma base subjetiva ao senso comum, você poderia perguntar de onde vem os padrões morais da sociedade e demonstrar que em varias sociedades a opinião é diferente, ou seja, se a opinião dele sobre moralidade é relativa sua objeção ao Deus cristão é irrelevante e ele deve aceitar todos os outros argumentos mencionados acima, a não ser que ele caia em um ceticismo autocontraditório, mas ai ele já não poderá nem provar que ele mesmo está correto e deverá admitir que ele pode estar errado pois não sabe de nada a respeito.

Novamente a positiva nossa é que a Fé Cristã é um dom de Deus e embora Deus esteja se evidenciando ao não-cristão através do seu conhecimento inato que é relembrado pela criação, pela moralidade dEle impressa em sua mente (a mesma que ele distorceu tentando usar contra Deus por pura rebelião), e ter deixado a mensagem do evangelho para que o não-cristão se arrependa e creia, ele jamais crerá se Deus não remover seu preconceito e não der a ele um coração de carne. Se o verdadeiro Deus não se revelar ao não-cristão ele continuará um não cristão, mas ele não tem argumentos contra Deus e todos os seus argumentos são injustificáveis e se autodestroem.