segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Alguns termos filosóficos



por Yuri Schein

O que é lógica? lógica se trata de uma estrutura de pensamento a respeito afirmações sejam verdadeiras ou falsas. A lógica é inegável. Por exemplo, a lei da não contradição é uma verdade lógica, uma coisa não pode ser a e não-a ao mesmo tempo. Você não pode ser um solteiro-casado, ou um casado-solteiro, isso é uma afirmação ilógica. Clark define de maneira melhor quando fala "lógica é a ciência das inferências necessárias"

O que é proposição? Uma proposição é uma afirmação sobre alguma coisa, todo o conhecimento é proposicional, pois se trata de afirmações positivas ou negativas de algo. Por exemplo: "Branco é uma cor" Isso é uma proposição verdadeira, mas "Branco não é um número" isso é uma proposição verdadeira. Mesmo que a primeira afirmação seja positiva e a segunda seja em forma de negação, ambas as proposições são verdadeiras.

O que é Indução? A indução é uma conclusão árbitraria que uma pessoa chega pelo fato de assumir arbitráriamente uma premissa. Por exemplo: 1. Carlos mora na Africa 2. Todos os africanos são negros 3. Logo, Carlos é negro Porém a primeira premissa não leva a conclusão por necessidade, o fato de uma pessoa "morar na Africa" não faz dela um africano nativo, mas a pessoa chega a conclusão de que quem mora na Africa é negro por indução, ela assumiu algo arbitrariamente.

Outro exemplo de indução é o método cientifico "Se telefones são pizzas e pizzas são alimentos, este telefone me alimentará" Isso é uma afirmação indutiva totalmente árbitraria.

O que é uma inferencia? Inferência pode ser indutiva ou dedutiva, ela portanto ela é o mesmo que a conclusão que uma pessoa chega a partir de algum pressuposto ou premissa.

O que são premissas? Premissas são raciocinios primeiros, pontos de partida que uma pessoa chega para chegar a uma conclusão, para formar um silogismo valido uma pessoa deve oferecer duas premissas validas que levem necessáriamente por dedução até a conclusão de seu raciocinio.

O que são pressupostos? Pressupostos são idéias e hipoteses que uma pessoa tem, são "pré-condições", ou melhor falando idéias pré-conceituais que alguém tem para formular sua cadeia de raciocínio, esses pressupostos equivalem a premissa quando organizados.

O que é epistemologia? De maneira resumida se trata da teoria do conhecimento, e o conhecimento pode ser classificado na filosofia por "crença ou opinião verdadeira e justificada"

O que é metafísica? Se trata de como funciona a realidade e sua estrutura, aquilo que está além da física ou da natureza, é a teoria que ensina como o mundo foi criado e é regido.


Já parou pra pensar?

 Você já parou para pensar que o Poder de Deus é infinito de tal forma que ele poderia criar universos infinitamente por "toda a eternidade"? 

Já parou pra pensar que Deus não precisa de nada da criação pra ser o que É? Nem necessita de nada da criação? Parou pra pensar que ele poderia ter feito seres que seriam apenas consciências (mentes) sem corpos, mesmo assim ele fez com corpos.

Já parou pra pensar que ele criou seres com olhos, quando ele poderia não ter criado olhos, ou os sentidos, nos fazendo meramente seres conscientes de nós e dele mesmo? 

Já parou para pensar o quão arbitrário Deus é de criar todas as coisas da maneira que criou, tendo o poder de fazer de outra forma?

Já parou para pensar que as definições de todas as coisas criadas vem diretamente de Deus e interpretar a realidade do seu ponto de vista particular é um pecado terrível?

Então qual a objeção que nós vermes rastejantes dessa terra, pedaços de barro nas mãos do Oleiro, podemos levantar contra ele fazer qualquer coisa?

Se Deus controla todas as coisas o que significa ser controlado pelo Espírito Santo

 Pergunta 1:

Pergunta sincera: Se Deus controla tudo que todas as criaturas fazem, qual o sentido da descrição biblica de alguém estar cheio do Espirito Santo em contraste com os que não estao ou não tem a habitação do Espirito Santo.? Veja que a Bíblia descreve tres estados possíveis de um ser humano, 1 - não ser habitado pelo ES, 2- Ser habitado "normalmente pelo ES, 3- Ser habitado por e cheio do Espírito Santo.

Resposta 1:

Sua pergunta não tem relevância lógica ao controle de Deus sobre todas as coisas. Deus controla tanto os vasos de ira como os de misericórdia, estar cheio do Espírito é uma dádiva que somente os eleitos podem ter e até mesmo se encher do Espirito Santo depende Soberanamente de Deus, visto que Ele opera no eleito o quere e realizar. Para que a sua pergunta tivesse sentido você teria que provar que para que Deus controle totalmente alguma pessoa ele precisa "habitar" nessa pessoa de maneira soteriologica, o que não é um pressuposto biblico, é uma postulação sua que a Biblia não faz.

Pergunta 2:

Estou perguntando justamente o que significa a habitação do Espirito Santo e o enchimento do Espirito Santo, dentro do pressuposto que Deus já controla todas as criaturas. Pessoas que não crêem no controle exaustivo de Deus sugerem que o ser cheio do Espirito Santo seria um momento em que Deus passa a controlar totalmente um ser humano. Esta nao pode ser a explicação do determinista já que ele afirma que Deus já controla totalmente demonios, homens perdidos, homens salvos 'normais, e homens salvos cheios do Espírito Santo. Qual o sentido de 'ser habitado pelo Espirito Santo' e 'ser cheio do Espirito Santo, dentro da visão do determinismo exaustivo? Que diferença ocorre para os seres humanos não habitados e os habitados mas não-cheios?

Resposta 2:

Quando somos cheios do Espirito Santo somos controlados por ele para agirmos PRECEPTIVAMENTE de acordo com as suas leis. Isso não é um aumento da onipotência divina, mas uma MANIFESTAÇÃO dessa em um ato redentivo e gracioso divino. Deus controla todas as coisas, e quando Deus nos habita Deus nos controla PARA agirmos de acordo com suas leis, quando ele nos enche, ele nos controla PARA agirmos PLENAMENTE de acordo com sua Palavra e revelação. Não há contradição. Assim como o Deus ilumina a nossa mente (Efesios 1), mas também é a luz que ilumina a mente de todo o homem (João 1.9. Pv 20.27) de maneira que o que qualquer homem aprende, seja impio ou não, foi causado por Deus, porém, a nós pequeninos e eleitos, Deus revela MAIS coisas, ou seja, aquelas referentes a salvação, enquanto os demais, Deus oculta e usa isso para queima-los no inferno Mt 11.25-27)

Ezequiel 18:23 e 33:11 | Vincent Cheung

 

Tenho algum prazer na morte dos ímpios? declara o Soberano SENHOR. Em vez disso, não fico satisfeito quando eles abandonam seus caminhos e vivem? (Ezequiel 18:23)

Diga-lhes: “Tão certo como eu vivo, declara o Soberano Senhor, não tenho prazer na morte dos ímpios, mas antes que eles se convertam de seus caminhos e vivam. Convertei-vos! Afaste-se de seus maus caminhos! Por que você vai morrer, ó casa de Israel? ” (Ezequiel 33:11)

Quando se trata da soberania de Deus e sua relação com a eleição, reprovação e escolha e responsabilidade humana, é estranho que as pessoas tenham tido mais problemas com esses versículos do que muitos outros na Bíblia. Eles são alguns dos versículos mais fáceis de integrar em uma compreensão coerente da soberania de Deus. Isso ocorre porque seu contexto é muito elaborado, e o contexto define o significado de um texto. Aqui, o contexto é tão completo, tão enfatizado e tão repetido, e então colocado em um contexto mais completo da missão e mensagem do profeta Ezequiel, que requer um esforço extraordinário para ser desconsiderado.

Tanto os arminianos quanto os calvinistas fizeram usos ridículos do texto. Os arminianos apresentam a ele um tópico no qual não tem interesse, e muitas vezes eles enquadram a questão estreitando o debate em apenas um versículo em Ezequiel 18 e um versículo em Ezequiel 33. Os calvinistas são tão tolos quando respondem aos arminianos ou quando eles formulam sua própria doutrina com base nesses versículos. Eles também apresentam este tópico no qual o texto não tem interesse, ou pelo menos eles não desafiam os arminianos por fazê-lo, e então eles também limitam sua consideração do texto a apenas um versículo em cada capítulo.

O resultado é que os calvinistas recorrem a teorias blasfemas, como instalar uma personalidade complexa em Deus, transformar o evangelho em uma oferta sincera e até mesmo afirmar que existem “duas vontades” em Deus. Dado todo esse lixo, mesmo que os calvinistas cheguem a uma teologia melhor no final, ela é apenas ligeiramente melhor do que a teologia dos arminianos. Na verdade, o produto é indiscutivelmente mais herético. Os arminianos distorcem o texto para seu próprio propósito, e os calvinistas respondem blasfemando contra Deus, e então se congratulam por sua ortodoxia, por serem heróis que defendem a soberania paradoxal de um Deus esquizofrênico.

Para ilustrar a loucura, suponha que eu lhe envie uma carta que diz: “Tommy estava com fome, então ele saiu para almoçar. Ele tinha uma salada de frango que incluía muitos ingredientes, mas como ele não gostava de berinjela, ele a evitou. ” Seria injusto você perguntar na carta: "Qual é o propósito de vida de Tommy?" e insista que a resposta seja: “Para evitar berinjela”. Minha carta não tem interesse no propósito de vida de Tommy. Está falando sobre seu almoço, e apenas sobre seu almoço.

Vamos considerar um exemplo bíblico. Quando Abraão demonstrou sua disposição de sacrificar Isaque, Deus disse: “Agora sei que temes a Deus” (Gênesis 22:12). Seria errado negar a onisciência de Deus com base neste versículo, porque ele não está falando sobre o quanto Deus sabe. Não tem interesse nesse tópico. A declaração serve para reconhecer a demonstração de obediência de Abraão. Além disso, quando a Bíblia aborda o quanto Deus sabe, ela diz que ele sabe tudo (Hebreus 4:13, Jó 37:16, Isaías 46:10, etc.).

Você poderia pensar que não há necessidade de lembrar as pessoas de algo assim, mas quando se trata de teologia e interpretação bíblica, parece que as pessoas se tornam sobrenaturalmente estúpidas. Agora imagine dois grupos de bandidos começando uma grande briga sobre o propósito de vida de Tommy com base em minha carta, e isso é como o absurdo dos argumentos arminianos e calvinistas sobre esses versículos de Ezequiel.

Preceito vs. Decreto

Para entender esses versículos da perspectiva correta, devemos reconhecer a distinção entre o preceito de Deus e o decreto de Deus. Selecionamos essas palavras para falar sobre a distinção por uma questão de conveniência, mas a distinção em si é necessária porque vem da Bíblia. O preceito de Deus é sua definição (do que é certo), e o decreto de Deus é sua determinação (do que acontecerá). Isso é visto em toda a Bíblia, e às vezes ambos aparecem no mesmo texto.


Gênesis 50:20

Quanto a você, intentou o mal contra mim, [preceito], mas Deus intentou o bem, [decreto]

para fazer com que muitas pessoas sejam mantidas vivas, como são hoje.


Para que José estivesse correto ao chamar sua intenção ou ação de “mal” (livrar-se dele vendendo-o como escravo, e fazendo isso por ódio e ciúme), isso teria que ser definido como mau por Deus. A mesma intenção ou ação neles que era “má” conforme definida por Deus, era para ser boa conforme decretado por Deus.


Até os calvinistas costumam dizer que Deus “usou” isso para o bem, mas o texto não diz isso. Não foi como se Deus fosse confrontado pela ação maligna das pessoas e então descobrisse como manipulá-la para o bem. Não, a Bíblia diz que Deus fez o bem - ele não respondeu ao pecado deles com sua própria ação, mas intentou o pecado para seu próprio bom propósito. Ambas as partes da declaração de José referem-se à mesma ação. Era mau de acordo com o preceito de Deus, mas bom de acordo com o decreto de Deus.


1 Samuel 2:25

Seus filhos, porém, não deram ouvidos à repreensão do pai, [preceito],

porque era a vontade do Senhor matá-los. [decreto]


Eli repreendeu seus filhos por seus pecados, mas eles não se arrependeram. Essa recusa em se arrepender era contra o que Deus havia definido como certo, então eles estavam errados de acordo com o preceito de Deus. Então, a explicação para essa recusa em se arrepender foi que foi isso que Deus decidiu que acontecesse, de modo que aconteceu de acordo com o decreto de Deus. Seu decreto era para que eles permanecessem em pecado, para que ele pudesse determinar matá-los (seu decreto) de acordo com seu próprio padrão (seu preceito).


A decisão de Deus de matá-los não foi uma resposta à sua recusa em se arrepender, mas a mesma ação que era contra o preceito de Deus de fato seguiu o decreto de Deus. Ele não disse: “Não se arrependa, porque eu quero matar você”. Se ele tivesse dito a eles para recusarem, então teria sido seu preceito que eles permanecessem em pecado, e teria sido certo por definição recusarem. Em vez disso, Deus emitiu o preceito para que eles se arrependessem, e emitiu o decreto para que eles recusassem. Ele fez com que eles executassem o que ele definiu como errado, para que ele pudesse matá-los.


Atos 17:30

Ele ordena que todas as pessoas em todos os lugares se arrependam. [preceito]


2 Timóteo 2:25

Deus pode talvez conceder-lhes arrependimento levando ao conhecimento da verdade [decreto]


Paulo fez ambas as declarações. Primeiro, Deus ordena que todos os homens se arrependam. Isso se refere ao preceito de Deus, no qual ele define o certo e o errado, de forma que todos os homens devem se arrepender, e seria errado recusarem. Então, o mesmo apóstolo disse que Deus é aquele que concede o arrependimento, e ele pode conceder ou não. Isso se refere ao decreto de Deus, no qual ele decide o que aconteceria, para que alguns homens obedecessem ao preceito de se arrepender e outros homens não obedecessem.


A vontade de Deus


Em seguida, devemos também reconhecer que a Bíblia às vezes usa as mesmas palavras ou idéias para se referir a coisas diferentes. Nosso interesse atual é que a palavra ou ideia da “vontade” de Deus é usada de duas maneiras diferentes na Bíblia que correspondem ao preceito e decreto de Deus.


Marcos 3:35

Pois qualquer que faz a vontade de Deus , esse é meu irmão, irmã e mãe. [preceito]


Romanos 12: 2

Não sejais conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação da vossa mente, para que, provando, possamos discernir qual é a vontade de Deus , o que é bom, agradável e perfeito. [preceito]


Romanos 15:32

... para que pela vontade de Deus eu possa ir a você com alegria e ser refrescado em sua companhia. [decreto]


1 Pedro 3:17

Porque é melhor padecer fazendo o bem, se essa for a vontade de Deus , do que padecendo o mal. [decreto]


A “vontade” de Deus em Marcos 3 e Romanos 12 se refere ao preceito de Deus. Refere-se ao que Deus define como certo, e não ao que ele decide que acontecerá. Por outro lado, a “vontade” em Romanos 15 e 1 Pedro 3 se refere ao decreto de Deus. Refere-se ao que Deus decide que acontecerá, e não ao que ele define como certo. Isso mostra que a Bíblia usa o termo ou a ideia de duas maneiras diferentes, com dois significados diferentes. No entanto, não há confusão, porque mesmo a leitura apenas da frase ou da frase oferece um contexto que torna o significado inconfundível.


Alguns calvinistas afirmam que existem duas “vontades” em Deus. Talvez não haja ninguém tão estúpido a ponto de dizer que existem duas “apple” - cujos significados são tão próximos, mas as características são tão diferentes que geram um paradoxo - porque por um lado há uma fruta com esse nome, e então por outro lado, existe uma empresa com o mesmo nome. Mas esses calvinistas são exatamente tão estúpidos. Não, eles significam coisas tão diferentes que são, na verdade, duas palavras diferentes e, na verdade, podem ser representados por duas palavras diferentes, como "fruta" e "empresa". O mesmo é verdade com o uso da "vontade" de Deus pela Bíblia. Podemos chamar um de “preceito” de Deus e o outro de “decreto” de Deus.


Para usar o exemplo de Abraão novamente, Deus disse: “Agora eu sei que você teme a Deus” (Gênesis 22:12), mas quando a Bíblia fala sobre o quanto Deus sabe, diz que ele sabe tudo (Hebreus 4:13, Jó 37 : 16, Isaías 46:10, etc.). Seria ridículo dizer que Deus tem duas mentes divinas, em que uma só conhece algo depois de informado, e a outra conhece todas as coisas.

A Bíblia também diz: “Certamente o braço do Senhor não é muito curto para salvar” (Isaías 59: 1), mas quando fala sobre a natureza de Deus, diz que Deus é espírito (João 4:24), e que ele não tinha forma quando se manifestou a Israel (Deuteronômio 4:12, 15). Seria ridículo dizer que Deus tem duas naturezas divinas, onde uma é física, capaz de exercer seu poder até onde seu braço pode alcançar, e a outra é espírito, não tendo forma ou dimensão corporal.


Novamente, seria ridículo dizer que Henry vai a duas igrejas todos os domingos, porque existe a “igreja” que se refere ao povo, e então existe a “igreja” que se refere ao edifício. Não, eles significam coisas tão diferentes que são, na verdade, duas palavras diferentes e, de fato, podem ser representados por duas palavras diferentes, como "pessoas" e "construção". Henry se encontra com as "pessoas" no "prédio".


O que diabos estamos fazendo? Por que precisamos explicar isso? Quão estúpida uma pessoa pode ser e ainda respirar? É incrível que pessoas tão estúpidas possam sobreviver até a idade adulta. Como alguém pode ser um cessacionista, quando vemos teólogos em todos os lugares que são estúpidos demais para viver, mas ainda não morrem? Eles são milagres, sinais e maravilhas ambulantes. Pode ser isso que Jesus quis dizer com “obras maiores”, porque ninguém foi tão estúpido enquanto esteve na terra?

 

Voltar para Ezequiel


Agora voltamos a Ezequiel. A discussão sobre como a Bíblia se refere à “vontade” de Deus é relevante porque é comparável a como se refere ao “prazer” de Deus. Na verdade, é apenas outra maneira de dizer sua “vontade”. No entanto, há uma grande diferença entre os versículos acima sobre a “vontade” de Deus e os versículos de Ezequiel. A diferença é que ao invés de ter apenas uma cláusula ou sentença como em alguns de nossos exemplos, Ezequiel 18 e 33 oferece mais de 30 versículos - em cada capítulo - para nos mostrar o contexto.


Leia os dois capítulos. Ambos obviamente se referem ao preceito de Deus de que as pessoas se arrependam, de que sua “vontade” ou “prazer” não é pela morte dos ímpios, mas por seu arrependimento. Eles não falam sobre o que Deus causa, mas falam sobre o que ele define como certo para o povo. Eles não falam sobre a soberania de Deus, especialmente no que se refere à salvação ou arrependimento. O tópico não é metafísica, ontologia, determinismo ou coisas assim.


Porém, quando a Bíblia fala sobre o que Deus causa em relação ao arrependimento, diz que alguns homens não ouviram porque Deus queria matá-los, que Deus escolhe a quem amar ou odiar, que Deus endurece o coração de alguns, que Deus fez os réprobos porque deseja exibir sua ira e seu poder, e que concederá arrependimento apenas a algumas pessoas. Essas outras passagens são aquelas que discutem o tópico que os arminianos e calvinistas forçam Ezequiel 18 e 33 a abordar, mas Ezequiel 18 e 33 não abordam o tópico.


Suponha que eu seja o CEO da Hello Theology Corporation e você seja meu funcionário. Minha “vontade” ou “prazer” (meu preceito) é para você trabalhar duro (mas não estou fazendo você trabalhar), mas porque você não trabalha duro, então minha “vontade” ou “prazer” (meu decreto) é para removê-lo (agora estou fazendo você sair). Mesmas palavras, grande diferença. Embora o contexto não seja elaborado, ele ainda é óbvio, de modo que não há confusão, nem mistério, nem paradoxo. No entanto, quando se trata de teologia, de repente as pessoas perdem a cabeça e tudo isso se torna um enorme quebra-cabeça que requer séculos de debate. Por quê? Como Lutero disse, quando as pessoas confundem o indicativo (preceito) com o causal (decreto), é porque são estúpidas.


 

Aplicação à Doutrina


O contexto é essencial. Calvinistas freqüentemente introduzem confusão porque eles se propuseram a abordar um tópico que pertence à metafísica ou ontologia, mas então eles o abordam da perspectiva da soteriologia, ou alguma outra categoria que é logicamente secundária. Tudo é primeiro uma questão de metafísica ou ontologia, ou teologia propriamente dita. É, por exemplo, fútil discutir a origem do mal antes de estabelecermos ou presumirmos que este universo é tal que pode existir algo como o mal. Que tipo de universo é este que determina o que o mal significa, se pode haver tal coisa e como ele opera. Uma vez que chegamos ao fato de que existe um Deus que cria, sustenta e causa todas as coisas, e que é ele quem então chama algumas coisas de boas e outras de más.


Por essa razão, os calvinistas geralmente conseguem fazer pouco mais do que enfurecer seus oponentes. Poderíamos falar do ser e do poder de Deus, obviamente da perspectiva da metafísica ou ontologia, ou da teologia propriamente dita. Então, uma pessoa pergunta: "Então, o homem possui liberdade?" Os calvinistas de repente oferecem uma resposta da soteriologia: "A verdadeira liberdade é encontrada na justiça e no serviço a Cristo!" Isso é verdade em seu próprio contexto, mas a declaração pertence a outro tópico completamente diferente. Mas os calvinistas permanecem alheios à justiça.


Uma vez que tenhamos resolvido a questão da metafísica ou ontologia (Existe um Deus? Que tipo de Deus? Que tipo de universo é este?) - uma vez que tenhamos construído a teologia adequada - a soteriologia vem como um tópico subsidiário. Uma vez que coisas como ser e causa foram estabelecidas, a soteriologia lida com o que o “causador” faz com seu poder em relação à salvação. É uma consideração mais específica e restrita. Metafísica, ontologia ou a questão da mera soberania de Deus podem ser discutidas mesmo se não houver algo como pecado ou salvação, mas a salvação não pode ser discutida separadamente da metafísica ou ontologia, como em que tipo de Deus existe e que tipo de mundo isto é. Alguns podem pensar que é piedoso lançar a cristologia e a soteriologia em todas as direções, independentemente do contexto ou tópico. Esta é uma piedade falsa.


Deus é poder - o Todo-poderoso. Ele é um poder universal, sem o qual nada pode existir e nada pode acontecer. No entanto, esse poder não é uma força impessoal, mas um poder inteligente - um espírito ou mente - e isso significa que tudo o que existe e tudo o que acontece o faz porque ele decide e faz com que seja assim.


Com uma força impessoal como a eletricidade, poucas pessoas teriam problemas com o fato de que ela pode salvar e matar, tanto ajudar quanto prejudicar. Mas, uma vez que Deus é um ser inteligente, presume-se que ele não pode ter tal relação com o mal, ou então isso significaria que ele é mau. Assim, tem sido a ortodoxia do credo que Deus não é o “autor” do pecado. No entanto, isso na verdade relega Deus ao nível de uma força impessoal, apenas para que ele tenha consciência do que está fazendo. Ou seja, a eletricidade senciente ainda é eletricidade, e a eletricidade que decide matar seria uma assassina, não apenas uma força que mata. Assim, presume-se que, se Deus faz mal, ele iria ser mal.


Isso é, de fato, um insulto a Deus, porque ele não é apenas uma força que passa a ser senciente. Ele é DEUS - um poder inteligente e onipresente que está em uma classe à parte. Ele não é apenas uma força que pode causar o bem e o mal que passa a saber o que está fazendo, de modo que os teólogos devem explicar como ele está distante do mal, mas sua própria natureza e definiráo que é bom e mau. Algo como a eletricidade que é senciente ainda seria incapaz de fazer isso. Ele nos explicou muito mais na Bíblia, mas mesmo que não o tenha feito, esse fato por si só deve dissipar a noção de que ele não deve ser o autor do pecado do ponto de vista metafísico ou ontológico. Contanto que ele não tenha definido algo como mal para ele fazer, e contanto que ele aprove a si mesmo, então tudo o que ele faz é justo por definição, porque ele faz a definição. Por esta razão, aqueles que evitam chamá-lo de autor do pecado, ou qualquer termo equivalente, não o fazem por causa de uma reverência abundante, mas porque sua visão de Deus é muito baixa.


Freqüentemente, eu teria gasto menos tempo com esse aspecto da soberania de Deus se não fosse o fato de que tantas pessoas estão obcecadas em negá-la, até o ponto de blasfêmia. A doutrina básica é apenas "Deus é soberano". Esta é toda a doutrina, e não há necessidade de qualificá-la ou listar as coisas que ele realmente é soberano e acabou. Seria desnecessário até mesmo mencionar o bem e o mal se não fosse o fato de que aqueles que afirmam crer na doutrina estão tão interessados em restringi-la. Para aqueles que aceitam Deus como ele é, ou pelo menos que não são obcecados com a doutrina da soberania divina com uma paixão demoníaca - alguns são obcecados em debatê-la, mesmo que o façam mal, e não a recebam ou desfrutem - entregamos a mensagem da Escritura em sua proporção saudável. Esta é a teologia de que Deus é soberano sobre todas as coisas sem restrições, que ele é cheio de compaixão, que sempre cumpre sua palavra, que está ansioso para perdoar nossos pecados e curar nossas doenças. De fato, é óbvio que muitos daqueles que se representam como defensores da soberania e bondade de Deus negando que ele também é o autor soberano do pecado reconhecem essas qualidades divinas apenas no papel. Na realidade, eles não acreditam neles - em nenhum deles; caso contrário, eles esperariam que Deus se manifestasse em glória e poder em suas vidas.


Eles dizem que acreditam na soberania de Deus, apenas que ele não é o autor do pecado. Mas eu digo que Deus é soberano sobre todas as coisas, e ele usa sua soberania para cumprir todas as suas promessas - convertendo pecadores, curando os enfermos, respondendo orações por libertação em face de aparentes impossibilidades, resgatando pessoas da fome, pobreza, desastres, por reformando suas vidas, bem como fazendo milagres em seu meio. Ele derrama suas bênçãos e milagres em tal abundância que muitas vezes afetam os incrédulos, de modo que até eles são curados de cegueira, paralisia e doenças terminais, assim como os cães consomem as migalhas que caem da mesa dos filhos. (No entanto, os réprobos são confirmados em sua condenação quando não se convertem e oferecem graças a Deus.) Visto que Deus é soberano sobre todas as coisas, então ele pode vencer o pecado, mal, doença, pobreza, ódio, luxúria, ciúme e todas essas coisas nesta vida, de acordo com nossa fé e seu poder que está operando em nós. Então, quem realmente acredita e honra a bondade de Deus? E quem é apenas um hipócrita religioso cuja doutrina consiste no que Deus não faz, que é apenas um deísta disfarçado ou cuja ortodoxia equivale ao ateísmo prático?

 

Aplicação à pregação


Afirmamos que Deus é soberano em um sentido absoluto, e quando o assunto é metafísica ou ontologia, ele é a causa direta e o poder de todas as coisas. Essa visão da soberania divina evita o erro categórico cometido por aqueles que tratam do assunto principalmente no nível soteriológico. Ele reconhece Deus como o poder metafísico ou ontológico absoluto, mesmo antes que qualquer coisa possa ser logicamente considerada boa ou má. (Um evento, antes de poder ser logicamente chamado de bom ou mau conforme definido pelo preceito de Deus, ou mesmo antes de poder ser chamado de “ação” como se realizada por intenção, é apenas um evento. O que causa esse evento, ou qualquer evento? ) Em seguida, é aplicado a outros tópicos de teologia e filosofia, incluindo soteriologia.


Dito isso, na maioria das vezes a Bíblia não fala da perspectiva da metafísica ou da ontologia, e nem nós. Todas as declarações como “Adão chamou sua esposa de Eva” e “Amy comeu ovos no café da manhã” referem-se a “causas” relativas ou aparentes, ou seja, a relação aparente entre Adão e Eva e entre Amy e os ovos. Eles descrevem o relacionamento como se fosse de causa e efeito apenas por causa de uma correlação percebida, e não porque um produza um efeito real no outro. Eles não pretendem dizer que Adão tinha soberania sobre Eva no sentido metafísico, ou que Amy tinha esse tipo de soberania sobre os ovos. As declarações não têm interesse em metafísica, ontologia ou soberania divina, embora uma pessoa que faz essas declarações possa assumir a visão correta da doutrina, quer a tenha ou não em mente enquanto fala.


Portanto, não há nada de errado em dizer algo como Abraão deu à luz Isaque. De fato, ele o fez, embora Abraão não tenha criado Isaque do nada, e não tenha feito seu espírito e corpo a partir de materiais existentes. Não há nada de errado em dizer que o diabo é o pai da mentira (João 8:44). Ele é um mentiroso e o pai da mentira. Isso não contradiz a soberania de Deus. Não estamos falando de uma causa ou poder, mas de uma relação. Não há nada de errado em dizer que a doença vem do diabo e que Jesus veio para nos libertar dessa opressão (Lucas 13:16; Atos 10:38). Na verdade, vendo como a Bíblia fala sobre este assunto, seria falsa doutrina dizer que a doença vem de Deus e não do diabo, de modo que devemos suportá-la "para a glória de Deus" em vez de considerá-la como um inimigo e resistindo pela fé. Muitas pessoas sofrem “para a glória de Deus” em desafio a todas as suas promessas de libertação. E então eles nos contam tudo sobre isso, para que possamos admirar sua descrença heróica. Eles são golpistas religiosos.

Contanto que não seja uma rejeição da soberania de Deus, não é errado pregar: “Deus quer que você se arrependa. Acredite em Jesus e seja salvo! ” Não há negação da predestinação e não há "oferta sincera". Só existe confusão porque as pessoas estão cometendo os erros que mencionei. Eles enquadram a questão erroneamente quando a discutem. Além disso, eles são obcecados por suas doutrinas favoritas, de modo que pensam que a Bíblia está falando sobre elas, mesmo quando se refere a algo diferente, e pensam que todos devem estar falando em relação a essas doutrinas o tempo todo ou eles são hereges.


Se um louco obcecado por sushi tentar pedir sushi em todos os lugares, mesmo quando vai a restaurantes que servem apenas hambúrgueres, tacos, curry e outros itens que pouco têm a ver com sushi, ele pensará que está recebendo algum sushi estranho. Se ele quer sushi, deve ir a restaurantes que servem sushi. Só porque ele gosta de sushi não significa que todo restaurante no mundo seja um restaurante de sushi. Isso é tão simples, mas parece que quando você está falando sobre teologia, você precisa falar com as pessoas como se fossem crianças. Eles estão tão presos sem um bom motivo.


A confusão foi fabricada à força, pela máquina teológica dos homens. Alguns condenaram erroneamente outros por pregarem assim. Quando digo “Deus quer que você se arrependa” ou mesmo “a vontade de Deus é que você confie em Jesus para salvá-lo”, declaro o preceito ou comando de Deus para você. A Bíblia geralmente fala neste plano. Vimos um exemplo onde se refere à “vontade de Deus” neste sentido em Romanos 12. Ou, como Pedro pregou ao povo, “Salve-se desta geração corrupta” (Atos 2:40). Visto que a Bíblia pode falar assim, e às vezes muda de um sentido para outro, sem uma negação da soberania divina, não há nada de errado quando eu faço o mesmo. Se a nossa aplicação de uma doutrina nos impede de acreditar e falar como a Bíblia, e se resulta em opressão em vez de liberdade e poder em sua apresentação,

Podemos fazer o mesmo com aqueles que foram criticados por pregar: “Deus quer você bem. A cura é a vontade de Deus. Acredite em Jesus e receba a cura! ” A Bíblia diz que Jesus “tomou as nossas enfermidades e carregou as nossas doenças” (Mateus 8:17). Diz: “E a oração feita com fé curará o doente; o Senhor o levantará ”(Tiago 5:15). A oposição contra esse tipo de pregação surge da rejeição das Escrituras e de um coração mau e incrédulo. Na verdade, devemos criticar aqueles que não pregam dessa maneira.


Existe uma diferença entre Ezequiel 18:23 e Tiago 5:15, a menos que as pessoas tenham fé em um e não tenham fé no outro? Como Jesus disse: “O que é mais fácil: dizer: 'Seus pecados estão perdoados' ou dizer: 'Levante-se e ande'?” (Mateus 9: 5). Agora você entende? Tiago o faz, e no mesmo versículo ele diz: “Se ele pecou, será perdoado” (Tiago 5:15). Deus sempre colocou as duas coisas juntas (Salmo 103: 3).

 

Pedido de Oração


Enquanto estamos nisso, pode não haver nada de errado mesmo em dizer: “A oração muda as coisas”. Tiago diz isso no versículo 16: “A oração de um justo é poderosa e eficaz.” Embora se presuma que Deus é quem realiza a obra (v. 15), Tiago não vê nada de errado em falar como se o efeito fosse atribuído à oração. Isso não é uma negação da soberania divina, porque ele é o mesmo que escreve: “Deves dizer: 'Se for a vontade do Senhor, viveremos e faremos isto ou aquilo'” (4:15). No entanto, ele não aplica isso à oração, mas diz para repreender aqueles que “se orgulham e se gabam” (4:16) de si mesmos.


Ele menciona a soberania divina e usa palavras como “se” e “a vontade do Senhor” apenas para aqueles que confiam em si mesmos. Ele enfoca a responsabilidade do cristão no restante da carta. Ele começa com a fé que não tem dúvidas (1: 6), e continua com aquele que não culpa a Deus (1:13), aquele que se revela em ações (1: 19-26), aquele que resiste ao diabo e o afasta (4: 7). E termina com a fé que cura os enfermos, que é poderosa e eficaz para fazer milagres (5: 15-18).


É verdade que o slogan pode parecer rude. A maioria das pessoas que o pronunciam levianamente tem pouco entendimento - mas o mesmo ocorre com aqueles que as criticam. Freqüentemente, eles têm uma visão defeituosa da soberania divina - e o mesmo ocorre com aqueles que os criticam. Os dois grupos são deficientes, apenas de maneiras diferentes, e as diferenças geralmente não são muito grandes. A questão realmente depende do que se entende por declaração. Certamente seria errado supor que a própria oração muda as coisas. Se não houvesse Deus para quem orar, a oração não mudaria nada. A declaração seria aceitável apenas se significasse que Deus mudaria as coisas em resposta à oração.


Talvez a pior coisa que se possa fazer é rejeitar a declaração de uma vez, porque então seria difícil não rejeitar Tiago 5:16 também. Uma resposta popular é que a oração muda você mesmo, mesmo que nada mais. Tornou-se outro slogan, que causou muito mais danos do que “a oração muda as coisas” jamais pode infligir. Quando se diz que a oração muda você mesmo, não significa que a oração mudará alguma coisa em sua situação, incluindo seu corpo ou sua saúde, mas se refere apenas à condição de sua alma. Neste contexto, isso é uma desculpa. ISTO ... É ... UMA ... DESCULPA! Tiago discorda disso. Ele diz que a oração da fé “curará o doente” (v. 15). Ele não está falando sobre melhorar a si mesmo ou sua condição espiritual, mas orando para mudar uma “coisa”, um corpo físico, até mesmo o corpo de outra pessoa. Ele diz que a oração de um homem justo é “poderosa e eficaz” (v. 16). Então, ele usa Elias para ilustrar seu ponto, e sua oração mudou o tempo. O clima é uma “coisa”, não é? E ele era um homem “igual a nós” (v. 17).


O slogan às vezes é afirmado assim: “A oração não muda Deus, mas muda você”. Isso é lixo carregado e uma pista falsa. Não há necessidade de mudar Deus para mudar as coisas. Na verdade, conto com ele para permanecer o mesmo - sempre - porque isso significa que ele continuará a manter sua palavra e cumprir suas promessas, incluindo suas promessas de mudar as coisas quando eu orar. Deus é soberano, e é por isso que não há nada que possa impedi-lo de manter sua palavra para mim.


A desculpa é freqüentemente usada para atacar cristãos que confiam em Deus para “coisas”, mas que supostamente carecem de ênfase no arrependimento, santidade e assim por diante. No entanto, se esses cristãos têm coceira nos ouvidos para um tipo de ensino, essa desculpa  é apenas uma teologia para um tipo diferente de coceira nos ouvidos, desta vez para satisfazer uma audiência incrédula. Assegura aos fracos na fé que não há nada de errado com eles e que não precisam se arrepender de sua incredulidade. Se os outros estão faltando em alguns aspectos, isso não o desculpa por faltar em outros. Para muitas pessoas, o que pensam que estão fazendo bem é a parte mais importante da palavra de Deus, e o que não estão fazendo bem é sempre uma heresia. Mas Jesus quer que acreditemos e sigamos tudo isso: “Devias ter praticado o último, sem deixar o primeiro por fazer” (Lucas 11:42).


Tradução Yuri Schein, link original: https://www.vincentcheung.com/2015/02/05/ezekiel-1823-and-3311/


A eleição é aleatória?

 Sobre a questão se a eleição é aleatória, ou de outra forma baseada nas condições previstas em nós, tenho abordado isso várias vezes e de maneiras diferentes em meus escritos, então ao invés de repetir tudo, eu vou oferecer uma resposta curta.

Suponha que eu lhe diga que estou fazendo dois recipientes, um para joias preciosas e outro para lixo. Depois de tê-los feito, passo a colocar as joias em um e a colocar lixo no outro. Quando você vê isso, você me perguntaria se eu escolhi suas funções aleatoriamente? Preste atenção! Não faria sentido me perguntar isso. Eu criei cada um para o seu propósito. Eu decidi o que faria com cada um antes que eles existissem.


*Sua pergunta só faria sentido se você apresentasse para mim dois recipientes que eu não fiz, e escolhesse um para joias e o outro para lixo.* Então você pode me perguntar se eu os selecionei aleatoriamente, ou se eu percebi características em um que o tornou apropriado para joias, e características no outro que o tornou apropriado para o lixo.


A Bíblia ensina a eleição como base para a criação. Deus *NÃO* previu indivíduos que seriam criados por algum outro poder, e então escolheu salvar alguns deles, seja aleatoriamente ou por causa de certos traços que eles possuíam. Em vez disso, *ele cria cada indivíduo com a salvação ou a perdição em mente*:

..................................................................

Mas algum de vocês me dirá: “Então, por que Deus ainda nos culpa? Pois, quem resiste à sua vontade?” Mas quem é você, ó homem, para questionar a Deus? “Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o formou: ‘Por que me fizeste assim?’” O oleiro não tem direito de fazer do mesmo barro um vaso para fins nobres e outro para uso desonroso? E se Deus, querendo mostrar a sua ira e tornar conhecido o seu poder, suportou com grande paciência os vasos de sua ira, preparados para destruição?

Que dizer, se ele fez isto para tornar conhecidas as riquezas de sua glória aos vasos de sua misericórdia, que preparou de antemão para glória, ou seja, a nós, a quem também chamou, não apenas dentre os judeus, mas também dentre os gentios? (Romanos 9:19-24)

..................................................................


Deus cria os indivíduos eleitos como indivíduos eleitos e cria indivíduos reprovados como indivíduos reprovados. _Dado o que a Bíblia ensina sobre eleição, sua pergunta não faz sentido. Seria aplicável somente se Deus não fosse o Criador._ Só faria sentido se primeiro rejeitássemos o Deus cristão e rejeitássemos a fé cristã, e então poderíamos fazer essa pergunta sobre uma divindade pagã ou hipotética que não criou pessoas.

__________

CHEUNG, Vincent. Random Choice or Foreseen Condition.

Traduzido por Luan Tavares.