segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Calvinistas "ortodoxos" fazendo "ortodoxisses"


Yuri Schein
 

Traduzi uma obra de mais de 20 páginas do Alvin Plantinga dando pontos ao ocasionalismo e metendo o pau no causalismo secundário. Você acha que algum desses desonesto vai ler antes de dizer "A visão do Cheung não é nem considerada no ambiente acadêmico"? Aposto que não vão, eles não querem nada eles só querem lacrar, algum deles me respondeu satisfatoriamente como uma causa transcedental definida na Escritura  como um oleiro ou escritor de uma obra pode concorrer com o pedaço de argila ou personagem da peça? Nem eles, nem o mestre deles me explicou. Eles responderam a minha pergunta de como se justifica a causalidade aristotélica depois de apresentar o problema d Dave Hume e de Immanuel Kant? Não, então do que adianta usarem termos diversos que dizem respeito a metafísica Aristotélica pra tentar ganhar no grito? No que uma possibilidade ontológica pode ajudar eles a defender sua metafísica? Visto que meu ponto é que Deus controla a ontologia da criatura rigidamente, ou seja, qualquer entidade poderia fazer x ou y em relação ao seu aspecto temporal-especial, mas não em relação Transcedental. Como Deus da o impulso para a criatura fazer x ou y, e isso não se aplica também a criatura pensar x ou y, visto que pecamos em pensamentos palavras e ações? E mais, como uma mente por sua própria natureza gera proposições, quais foram as causas anteriores de tais proposições? A natureza? Mas a natureza não é uma mente? O que causa o pensamento x ou y? (Lembrando que pensamento é pecado). De acordo com concorrentistas se aplicarmos o que acontece com os atos aos pensamentos: Deus move a criatura a pensar conforme a sua natureza, e ela delibera (produz o próprio movimento de seus pensamentos), mas cada deliberação tem uma cadeia de pensamentos, o que causa essa cadeia, e o que causou o primeiro pensamento? Como a mente concebeu ele? Sozinha? Uma teoria epistemológica é necessária antes de uma teoria metafísica, mas o importante é o lacre.

Mas Quem é Você, Ó Homem?

 


Mas algum de vocês me dirá: “Então, por que Deus ainda nos culpa? Pois, quem resiste à sua vontade?” Mas quem é você, ó homem, para questionar a Deus? “Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o formou: ‘Por que me fizeste assim?’” O oleiro não tem direito de fazer do mesmo barro um vaso para fins nobres e outro para uso desonroso? (Romanos 9:19–21)

Paulo demonstrou nos versículos anteriores que se um homem alcança a salvação através de Jesus Cristo, isso não depende da vontade ou decisão da pessoa, mas de Deus que escolhe mostrar misericórdia a esse indivíduo. Então, um homem não crê ou até mesmo se opõe a Deus não porque decide isso por si mesmo, mas porque Deus escolheu endurecê-lo para o seu próprio propósito. O apóstolo conclui: “Portanto, Deus tem misericórdia de quem ele quer, e endurece a quem ele quer” (v. 18).
Um homem crê em Jesus porque Deus faz com que ele creia em Jesus. Outro homem é endurecido contra o evangelho porque Deus faz com que ele seja endurecido. O caminho de cada pessoa é determinado antes de ela nascer, mesmo na eternidade antes da criação do mundo. Suas decisões não determinam seu caminho, mas seu caminho pré-determinado determina suas decisões. O destino de um homem não é determinado, mas sim revelado por suas escolhas, isto é, pelo que Deus faz com que ele decida de acordo com o propósito divino.


Esta é uma das doutrinas bíblicas mais simples e explícitas. No entanto, é também a doutrina mais detestada porque apresenta mais claramente Deus como Deus, e até mesmo os cristãos não gostam muito de Deus. Nessa doutrina, nos defrontamos com o que significa ser Deus, e somos compelidos a mostrar se realmente o reconhecemos como o soberano total, ou se desejamos manter o controle sobre alguns aspectos de nós mesmos e para entreter a ilusão de que é de fato possível fazer isso. Mesmo que os crentes e os teólogos prestem reconhecimento à soberania de Deus, muitos poucos recebem essa doutrina de sua causação direta e total de todas as coisas, sem tentar escapar por si mesmos. Ou condenariam esta verdadeira versão de Deus e depois o resgatariam reduzindo-o a algo menor.


Então Paulo antecipa discordância. Ele espera que alguém lhe diga: “Então, por que Deus ainda nos culpa? Pois, quem resiste à sua vontade?”. Em outras palavras, se Deus é aquele que endurece o homem para que ele não possa buscar a justiça ou crer na verdade, então por que Deus ainda condena e pune o pecador? A objeção não faz sentido a menos que se assuma que a responsabilidade pressupõe a liberdade, de modo que uma pessoa deve ser livre para tomar suas próprias decisões, se ela for responsabilizada por elas. Mas Deus não concede essa suposição; de fato, todos esses versículos anteriores descartaram isso. Uma pessoa é condenada e punida por seus pecados porque transgrediu os mandamentos de Deus. A causa de suas transgressões é irrelevante. Se alguém transgrediu, então é um transgressor.


Paulo continua a responder ao desafio e, no processo, revela discernimentos adicionais sobre a doutrina. Ele declara que o oleiro tem o direito de fazer da mesma massa um vaso para uso honroso e outro para uso desonroso. O apóstolo tem feito o contraste entre dois tipos de pessoas — os eleitos, ou aqueles que Deus predeterminou para se tornar cristãos, e os réprobos, ou aqueles a quem Deus predeterminou para permanecer não cristãos. Assim, o vaso honroso representa o cristão, e o vaso desonroso representa o não cristão. O vaso honroso provavelmente seria exibido na casa como uma prova da riqueza e do refinamento do proprietário. Por outro lado, um vaso desonroso provavelmente se refere a uma lata de lixo ou até a um vaso sanitário. Assim, Deus pensa que os réprobos são as latas de lixo e os vasos sanitários deste mundo. Sabemos vasos sanitários estão cheios de… de algo que cheira a incredulidade, ciência e religião não cristãs.


A Bíblia contradiz a opinião quase unânime dos teólogos cristãos, já que a exposição que a Bíblia faz da doutrina não deixa espaço para liberdade e autodeterminação em nenhum sentido, ou a noção de que a soberania divina é compatível com estes. O que importa se o controle do oleiro sobre o barro é compatível com os desejos do barro? Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o formou: “Por que você me fez assim?”. O homem não é representado como dizendo, de algum modo: “Por que você ordenou passivamente que eu deveria usar meu poder de autodeterminação para ao mesmo tempo decidir se tornar o que você decretou que eu deveria ser?”. Não, ele diz: “Por que você me fez assim?”. Você. Você me fez. Você me fez assim.

Por contato direto, e com suas próprias mãos, o oleiro molda o barro no vaso que ele quer que ele se torne. Embora isso se aplique tanto ao honroso quanto ao desonroso, a objeção refere-se àqueles a quem Deus “culpa” — está principalmente preocupado em como o vaso desonroso é feito. A resposta de Paulo significa que o Deus ativamente manuseia o homem iníquo para transformá-lo em quem ele é. Ele faz isso usando o “mesma massa” do qual ele faz os vasos honrosos, e não algum material com traços desonrosos existentes. Em outras palavras, as características do réprobo vêm diretamente e inteiramente das mãos de Deus e de nenhum outro lugar. Paulo não vê nada de errado nisso. Deus tem o direito de transformar um homem em sua obra-prima e outro homem em um vaso sanitário. Quem diz que um oleiro mestre não deve fazer um vaso sanitário se ele quiser fazer um? E quem é o vaso sanitário para dizer ao oleiro: “Por que você me fez assim?”. Mas até mesmo um vaso sanitário queixoso é mais esperto do que aquele que clama “Eu tenho livre-arbítrio!”, ou até mesmo “Eu não sou coagido!”.

A verdade da fé cristã é clara e óbvia. Nunca há uma boa objeção contra ela, mas ela deve ser reverentemente aceita. E porque a verdade é clara e óbvia, toda objeção contra a fé cristã é sempre estúpida e má. Porque toda objeção contra a fé cristã é estúpida e má, devemos atacar todas as objeções, e, para evitar que a questão seja evitada, devemos respondê-la também. Porém mais do que isso, é característico da Bíblia atacar a pessoa que faz a objeção. Isso porque sempre que uma pessoa questiona a fé cristã, isso significa necessariamente que há algo errado com ela.

Paulo não diz: “Ó homem maravilhoso e inteligente, por que você faz uma objeção tão ultrajante contra Deus?”. Não, o apóstolo ataca o próprio homem — “Mas quem é você, ó homem, para questionar a Deus?”. Esta é uma pergunta retórica — ele quer dizer que o homem é um joão-ninguém e que deve calar a boca. Paulo não é estúpido como nossos pregadores e teólogos. Eles nos dizem que os não cristãos podem ser sinceros e inteligentes e ainda fazer objeções contra Deus. De onde veio esse absurdo? Talvez tenham aprendido com os não cristãos, que estão sempre desesperados para afirmar sua sinceridade e inteligência. Ou talvez os pregadores e teólogos desejem elogiar seu próprio desafio contra Deus. Mas Jesus disse que a boca fala da abundância do coração. O não cristão faz objeções porque é pecador, um rebelde — ele não apenas age como um, mas ele é um. Qualquer cristão que faça uma contribuição significativa na pregação e no debate deve criticar e menosprezar a pessoa — o próprio não cristão — e não apenas seus argumentos e suas ações.


Quem é você, ó não cristão, para desafiar a verdade de Deus, quando a Bíblia declara que você já sabe sobre ele? Como um covarde, como uma criancinha traumatizada, você reprime esse conhecimento para que não precise lidar com a realidade. Quem é você para rejeitar um veredicto de culpado quando a Bíblia mostra que todos pecaram e ficaram destituídos da glória de Deus? Você responde: “Quem é você para me julgar?”. Bem, quem é você para me dizer que eu não posso declarar o julgamento de Deus sobre você? Quem é você para recusar o evangelho? Você não é um ninguém. Você não é nada.

Quem é você, ó legalista, ó moralista religioso, para recusar Jesus Cristo, quando a própria Lei lhe diz para abandonar seus próprios esforços e depender dele como seu mediador e campeão? Quem é você para pensar que você pode ser igual ou melhor? Quem é você para dizer que pode alcançar o céu pelo que considera boas obras, quando Deus as renunciou como trapos imundos? Você não é ninguém. Você não é nada.
Quem é você, ó arminiano, para dizer que Deus não decreta e causa todas as coisas somente por sua própria vontade e para seu próprio propósito sem considerar a fé e decisão do homem, mas causar a fé e a decisão do homem por causa de sua decreto eterno? Quem é você para pensar que o homem tem o poder de escolher, até mesmo decidir seu destino eterno? Quem é você para dizer que Cristo poderia pagar o preço para redimir um homem, e ainda assim perder o homem para a ira de Deus? E quem é você para dizer que um homem, uma vez apreendido por Deus, pode arrancar-se das mãos de Cristo? Você não é ninguém. Você não é nada.

Quem é você, ó calvinista, para dizer que Deus não pode ser o autor do pecado, e aquele que diretamente cria e endurece os homens maus? Quem é você para dizer que Deus meramente passa pelos réprobos, quando a Escritura declara que ele os forma por suas próprias mãos como um oleiro molda barro em latas de lixo e vasos sanitários? Seu hipócrita! Você finge defender a justiça e a santidade de Deus, quando o assunto surge apenas porque você o julgou pelo padrão do homem. Com uma mão você rouba a Deus de sua soberania divina, e com outra você o recompensa na justiça humana. Quem és tu, ó homem, para pensar que podes fugir com isto? Você não é ninguém. Você não é nada.


Quem é você, ó teólogo reformado? Você é muito melhor que o arminiano? Repetidas vezes, com um pé na ortodoxia e o outro na blasfêmia, você gera inúmeros paradoxos e contradições, e chama isso de alto mistério de Deus! Ó vaidade de vaidades, uma teologia de futilidade sistemática!
Caiam fora todos vocês! Deus exerce controle total e imediato sobre todas as coisas, incluindo as decisões e destinos de todos os homens. Assim como ele molda seus escolhidos em suas obras-primas, ele molda os réprobos em receptáculos de lixo e fezes. Diferentemente de nossos pregadores e teólogos, o oponente de Paulo pelo menos entende a doutrina, que é Deus quem cria e endurece o pecador, mas o pecador ainda é culpado e punido. Deus endurece quem ele quer endurecer (v. 18), para que eles não possam crer e ser salvos. Ele faz isso pelo seu poder ativo e direto, como um oleiro molda o barro (v. 21). Esses homens estão preparados para a destruição (v. 22). Eles não podem resistir à sua vontade, mas ele ainda os culpa e pune (v. 19). Ele pode fazer isso porque ele é Deus, e ninguém pode proferir coisa alguma contra ele (v. 20).

Vincent Cheung. But Who are You, O Man? Disponível em Sermonettes — Volume 5, pp. 66–69. 

Traduzido por Luan Tavares em 07/02/2019.

Lei, Causa e Ocasionalismo (Alvin Plantinga)


tradução Yuri Schein

 

 Pense na teologia natural como a atividade de apresentar argumentos para a existência de Deus - argumentos, grosso modo, de algum recurso ou outro do nosso universo. Richard Swinburne é certamente o notável teólogo natural de nossos dias; na verdade, seu trabalho nos últimos trinta anos até então resultou no mais poderoso, completo e sofisticado desenvolvimento da teologia natural que o mundo viu até agora. Em um deles os argumentos partem da  remissa de que existem leis naturais, e existem leis naturais simples e particulares. Na opinião de Swinburne, a existência de leis naturais simples são muito mais prováveis, dado que existe tal pessoa como Deus, do que na proposição de que não existe tal pessoa como Deus.

Agora estou fortemente inclinado a concordar com Swinburne aqui, embora existem perguntas. (Por exemplo, é claro que podemos chegar a qualquer coisa como uma probabilidade decente para a existência de tais leis, dado o alegar que não existe tal pessoa como Deus? E temos que levar em consideração a probabilidade antecedente de haver uma pessoa como Deus, e em caso afirmativo, como estimamos isso?) Não pretendo explorar essas questões, por mais convidativo que seja esse cliente em potencial. Além disso, meu projeto, ao contrário do de Swinburne, não é apologético; Não me proponho a oferecer um argumento teísta aqui. Em vez disso, quero começar examinando algumas questões sobre lei ou leis da natureza. Existem boas razões para pensar que existam tais coisas? Se sim, que tipo de coisas são essas? Como eles se relacionam com determinismo? Como as leis naturais (se existirem) estão relacionadas a Deus e quais são as maneiras mais promissoras de pensar nas leis da natureza a partir de um perspectiva cristã?

Vou argumentar que as três maneiras mais promissoras são (1) a ideia de que as leis da natureza refletem os poderes causais das criaturas que Deus fez, (2) a ideia de que as leis naturais são ordenanças divinas, parte do modo de Deus de dirigir e ordena a criação, e (3) a ideia, devido a Del Ratzsch, que as leis da natureza são contrafatuais da liberdade divina. O primeiro, então eu vou argumentar, se encaixa melhor com o pensamento de que existem causas secundárias, bem como causação divina; o segundo e o terceiro se encaixam melhor com o ocasionalismo, o pensamento de que toda atividade causal é atividade causal divina. Vou concluir por dar suporte ao ocasionalismo. 

1. Lei Natural e sua Natureza

Primeiro, a questão da natureza das leis naturais - que tipo de coisa seria uma lei natural, se de fato existem tais coisas? A Lei Gravitacional Newtoniana e suas três Leis do Movimento seriam possíveis exemplos, bem como as leis de conservação do momento, energia e momento angular. As leis da natureza, normalmente, são generalizações universais, embora talvez haja também algumas lei naturais prováveis.

Mas é claro que nem qualquer declaração universal é uma lei: todos os livros sobre minha mesa pertencem a mim, e todos os pássaros no quintal de Sam são pardais são universais de certa forma, mas dificilmente seriam leis. Podemos pensar que o problema aqui é que essas proposições fazem referência essencial a um determinado momento ou lugar ou pessoa. Mas esse não é o problema real. Aqui estão alguns exemplos historicamente importantes (van Fraassen 1989: 27):

(1) Todas as esferas sólidas de urânio enriquecido têm um diâmetro de menos de uma milha e 

(2) Todas as esferas sólidas de ouro têm um diâmetro de menos de uma milha.

Nenhuma das duas afirmações faz referência a qualquer época, lugar ou pessoa em particular; ainda, alguém tende a duvidar de que (2) é uma lei da natureza, mas muito mais provável para fornecer esse status [de lei] para (1)¹ Por quê? O que faz a diferença? Alguma coisa ao longo das seguintes linhas: Alguém quer dizer que (2), se verdadeiro, é apenas um acidente - certamente poderia ter havido uma esfera sólida de ouro maior do que uma milha de diâmetro, e se alguma fosse descoberta - digamos, na lua - todas as nações civilizadas lutariam por ela. Mas não poderia existido uma esfera sólida de urânio enriquecido com uma milha de diâmetro; a pois a massa crítica do urânio enriquecido tem apenas cerca de 110 libras. A questão é que as leis da natureza parecem ser, em certo sentido, necessárias. O pensamento é que é necessário que os objetos materiais se atraiam com certa força; é necessário que o momentum seja conservado em um sistema isolado; isto é, não é possível que a energia aumente em um sistema fechado, ou que um material/objeto atinja uma velocidade maior do que a velocidade da luz. Então outro e característica crucialmente importante das leis da natureza, se existir alguma  é que elas seriam necessárias.

2. A Necessidade da lei

2.1 Necessidade absoluta

Essa necessidade, no entanto, embora possa ser sua glória, também é, por assim dizer, seu calcanhar de Aquiles. Primeiro, de que tipo de necessidade estamos falando aqui? Alguns filósofos, por exemplo Sydney Shoemaker (1980) e mais recentemente, Chris Swoyer (1982: 203 ss.), Evan Fales (1990), e Alexander Bird (2005: 353 ss.), Argumentam que as leis da natureza são absolutas ou estritamente necessárias², ou necessárias em um sentido amplamente lógico - necessárias da mesma forma que os solteiros são solteiros ou que vermelho é uma cor ou que 7 + 5 = 12.

É claro que as leis da natureza não estão entre as verdades da matemática ou as verdades da lógica. Claro que existem absolutamente muitas proposições necessárias que não são verdades da lógica nem verdades da matemática: por exemplo, tudo o que é vermelho é colorido e nenhum ser humano é um número primo. Mas as leis da natureza também não parecem ser desse tipo, o fato é, assim nos dizem, que quaisquer dois objetos se atraem com uma força diretamente proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles; esta é uma lei de natureza. Mas não parece ser absolutamente necessário. Certamente parece que esta força atrativa poderia ter sido inversamente proporcional a algum outro poder de distância entre eles; se tivesse sido, sem dúvida as coisas ocorreriam diferente, mas isso não quer dizer que seja absolutamente impossível. Que nada pode viajar mais rápido do que a luz é considerado uma lei da natureza; mas certamente parece possível, no sentido estrito, que partículas elementares de algum tipo (ou, nesse caso, uma nave espacial) poderia vir a fazer isso. E mesmo se nós, humanos, não pudéssemos fazer uma nave espacial capaz de essa façanha, Deus não poderia fazer isso? Verdade, pode haver (e talvez haja) proposições absolutamente necessárias cuja necessidade não podemos detectar apenas pensando nelas. Mas nosso melhor guia para a necessidade é a intuição; vemos que algumas proposições são necessárias, e aprendemos o observado que as outras seguem aquelas do primeiro tipo. Então, se as leis da natureza parecem ser contingentes (ou seja, não são absolutamente necessárias), devemos supor que sejam contingentes, na ausência de um argumento poderoso para sua necessidade (absoluta). E como tanto quanto eu sei, não há nenhum argumento decente, muito menos poderoso, para a sua necessidade absoluta.

2.2 Necessidade contingente?

D. M. Armstrong sugere que as leis da natureza³ são necessárias, mas não absolutamente necessárias:

Suponha que seja uma lei que Fs seja Gs. F-ness e G-ness são consideradas universais. Uma certa relação, uma relação de necessidade não lógica ou contingente, mantém entre F-ness e G-ness. Este estado de coisas pode ser simbolizado como ‘N (F, G) (Armstrong 1983: 85)⁴ 

Isso parece se encaixar muito bem com nossas intuições sobre as leis de natureza. Parece haver necessidade de algum tipo associação a elas, mas elas não parecem ser absolutamente necessárias. Mas o que é essa  relação de necessidade não lógica ou contingente? Até agora, Armstrong não nos disse nada sobre esta relação, exceto que não é lógico e contingente. Claro que ele lhe deu um nome: ele diz que é uma relação de necessidade não lógica e contingente. Como David Lewis diz, no entanto, tem que haver mais nesta relação do que apenas aquele nome: apenas portar o nome não pode equipá-lo para explicar as leis da natureza: não pode fazer isso apenas por com um nome, "mais do que se pode ter bíceps poderosos apenas por ser chamado ‘Armstrong’ ”(1983: 366). Mas o que é mais? Leis da natureza, portanto, se existir tais coisas, são necessárias em algum sentido, mas não seriam necessárias no sentido amplamente lógico. E este é o problema: o que é esse o sentido em que as leis da natureza são necessárias? Como vamos entender isso? Necessidade estrita que conhecemos e amamos; Mas o que é isso necessidade não estrita?⁵ Como devemos interpretá-la? Armstrong não nos diz.

2.3 Concepções humeanas de lei

Se é tão difícil dizer que tipo de necessidade é desfrutada pela lei natural, talvez devêssemos seguir David Hume e Lewis na rejeição de toda idéia da necessidade de leis da natureza. Assim, o falecido David Lewis entendeu que as leis da natureza são simplesmente teoremas comuns de verdadeiro sistemas axiomático que desfrutam de uma melhor combinação de força e simplicidade (por exemplo, Lewis 1973 e 1983). Alguns sistemas axiomáticos desfrutam de grande simplicidade: por exemplo, aquele em que o único axioma é 2 + 1 = 3. Outros gostam de sistemas mais fortes: por exemplo, um sistema em que toda proposição verdadeira é um axioma. O primeiro sistema, no entanto, carece de força e o último carece simplicidade. Força e simplicidade competem claramente; um maximamente simples sistema - por exemplo, aquele cujo único axioma é 2 + 1 = 3 - será fraco; um sistema formalmente forte - aquele em que toda proposição verdadeira é um teorema - não será simples. Não temos muito conhecimento sobre o que os melhores sistemas de Lewis serão⁶, mas presumivelmente eles exibirão um ótimo sistema muito forte, mas também muito simples. Há pouca razão para pensar que existe apenas esse tal sistema, talvez haja uma infinidade de sistemas cada um insuperável por qualquer outro.

Há mais de um problema com essa visão das leis, mas eu gostaria para apontar uma consequência particularmente interessante desta forma de olhar no assunto: é se nesse determinismo (pelo menos tão amplamente compreendido) e liberdade são compatíveis. Aqui estou pensando em liberdade no clássico sentido libertário. Uma pessoa é livre, com respeito a um determinado ato, e em um determinado momento, se e somente se naquele momento ela tiver a capacidade (dentro seu poder) para realizar esse ato, e também, naquele momento, a capacidade de se conter de realizá-lo. Se agora estou livre com relação à ação de levantar minha mão esquerda, então agora mesmo eu posso levantá-la, e também agora mesmo eu posso evitar levantá-la. E mesmo se eu começar a levantar, eu poderia também me conter de fazer isso.

Agora, a definição mais comum de determinismo é a seguinte. Deixei Ut e Ut* são os estados completos do universo nos tempos t e t *, respectivamente; e seja L a conjunção das leis da natureza. Então determinismo é válido apenas se a conjunção de L com Ut acarreta Ut* (por exemplo, van Inwagen 1983: 16). Para ser mais coloquial, o determinismo mantém apenas se o estado do universo em qualquer momento juntamente com as leis de a natureza implica o estado do universo em qualquer outro momento. Mas agora suponha que as leis da natureza sejam parcialmente dependentes do que, como um questão de fato particular, acontece: passado, presente ou futuro. E suponha que em uma determinada ocasião eu levantei minha mão esquerda (talvez para voluntariamente fazer uma objeção à visão de Lewis). Dado o determinismo, as leis, juntamente com o estado do universo, digamos, 1.000 anos atrás (chame-o de Uminus 1000), implica que eu levanto minha mão então. Mas isso não significa que não estava dentro meu poder, então, de abster-me de levantar a mão. Quais seriam essas leis depende, entre outras coisas, do que eu faço. Eu levantei minha mão aquela ocasião, e os axiomas de algum sistema favorecido juntamente com Uminus 1000 implica que eu fiz isso; mas esse fato não implica que não fosse ao meu alcance evitar levantá-la então. Claro se eu tivesse abstido-me naquela ocasião, então (dado Uminus 1000) então a proposição de que aquela era uma lei da natureza seria falsa e, portanto, não teria sido uma lei da natureza.

Portanto, o ponto importante aqui é que essas concepções humeanas das leis da natureza são, no fundo, meramente descritivas do que realmente acontecer, as leis da natureza estão (ou podem estar) ao meu alcance no sentido que eu tenho a habilidade de agir de tal forma que sua conjunção foram falsos. Normalmente pensamos nas leis da natureza como fora de nosso poder, mas nessas concepções humeanas isso não é verdade. Se realmente fizermos tenham liberdade libertária, estará ao nosso alcance quebrar as leis, ou seja, as leis que realmente valem são tais que está ao meu alcance fazer o contrário a elas.

Isso nos dá uma boa razão, eu acho, para rejeitar esses conceitos humeanos das leis. Se existem leis da natureza, não está em meu poder, nem mesmo em seu, de modo que agir de forma que o que é uma lei não operaria.

É claro que isso está relacionado à aparente necessidade dessas leis; a as contas humeanas deixam de fora essa necessidade e, portanto, eu digo, elas não pode ser pensado como relatos corretos das leis. Na verdade, as contas humeanas são, na verdade, versões do anti-realismo em relação ao leis. Uma maneira de um anti-realista proceder seria dizer francamente: “Não existem leis da natureza; existem apenas universais não necessárias generalizações (de um tipo ou de outro).” Mas outra maneira de ser um anti-realista no que diz respeito às leis é dizer: existem leis da natureza, e o que eles são, são generalizações universais não necessárias de um certo tipo.⁷

2.4 “Inviolabilidade da criatura”

As leis naturais, portanto, são generalizações universais que gozam de certo tipo de necessidade. Mas de que tipo? Não é uma necessidade amplamente lógica, mas que outro tipo existe? Talvez possamos abordar esta questão ao longo do seguintes linhas. A Apollo 11 foi lançada em 16 de julho de 1969 a partir de Kennedy Space Center e pousou na lua em 19 de julho. total de 3 dias, 3 horas e 49 minutos para voar até a lua. Mais tarde, a sonda New Horizons da NASA Plutão, a uma velocidade de 58.000 km / h, levou apenas 8 horas e 35 minutos para chegar à lua da Terra. Talvez futuro inovações tecnológicas serão capazes de reduzir esse tempo para 1 hora, ou, na verdade, até mesmo 1 minuto. Não importa o quão boa nossa tecnologia se torne, no entanto, não seremos capazes de reduzir esse tempo para 1 segundo. Isso é porque nada pode viajar mais rápido do que a velocidade da luz; mas a velocidade da luz é cerca de 186.000 milhas por segundo e a lua está a 238.900 milhas de terra. A velocidade da luz é uma espécie de limite de velocidade universal; Nada pode excedê-lo. Não importa o quão boa nossa tecnologia se torne, não seremos capazes de construir uma nave espacial que viaje mais rápido que a luz.

Que nada pode viajar mais rápido do que a velocidade da luz é uma lei da natureza; e podemos dizer que é inviolável pelas criaturas. Nenhuma criatura pode agir de forma a violar esta lei (ou fazer com que não seja um lei). Mas o mesmo vale para as outras leis da natureza: não importa o quão boa nossa tecnologia se torne, não seremos capazes de construir uma máquina que viola uma lei da natureza ou de alguma outra forma age de forma a falsificar qualquer delas. Então, que tipo de necessidade as leis têm? Uma primeira aproximação seria esta: as leis da natureza são necessárias no sentido de que desfrutam inviolabilidade da criatura, mas nenhuma criatura pode desenvolver uma tecnologia pelo qual eles podem agir de forma a violar uma lei da natureza. Não duvidar que Deus possa agir de tal maneira; Mas nós não podemos. Portanto, a necessidade da lei é uma questão de serem invioláveis pelas criaturas - ou pelo menos serem humanamente invioláveis.

3. Deus e as Leis

Isso é demais para uma descrição preliminar e geral das leis da natureza. Mas como elas se relacionam com Deus? Parece haver três possibilidades, três maneiras pelas quais. Deus poderia se relacionar com as leis da natureza, novamente assumindo que existem algumas. Por uma questão de concretude, vamos considere uma lei particular: a Lei da Gravitação de Newton (e aqui vou não se preocupe com a relatividade geral ou especial ou com a mecânica quântica). Como esta lei se relaciona com Deus? Uma possibilidade é o causalismo secundário: que as leis da natureza refletem os poderes causais das criaturas Deus fez. Deus cria objetos materiais com uma certa natureza ou certos poderes, e de forma que eles tenham a propriedade P de ser tal que quaisquer dois deles se atraiam da maneira especificada pela Lei Newtoniama; isto é, eles exercem um certo tipo de força com respeito a cada de outros. A Lei de Newton especifica o grau e a natureza desta força. Uma segunda possibilidade seria o decretalismo. A Lei de Newton é ou representação de um decreto divino, um decreto que Deus emite que especifica como os objetos materiais irão se mover sob várias condições. Uma terceira possibilidade é dada por Del Ratzch: uma sugestão muito interessante de que as leis naturais são contrafactuais da liberdade divina: a Lei de Newton especifica como Deus age e o faria agir, como ele trataria as coisas que ele fez, sob vários diferentes condições (Ratzsch 1987). Vamos analisar um de cada vez e em ordem.

3.1 Causalismo secundário

Deus cria objetos concretos com poderes causais, o poder de causar comportamento de certos tipos. De acordo com esta maneira de ver as coisas, existem dois tipos de causalidade: causalidade primária, exercida somente por Deus; e causalidade secundária, exercida por algumas das criaturas de Deus. Deus cria todos os objetos concretos;⁸ Deus também os mantém na existência. Mas eles são criados de forma que eles também possam se envolver na causalidade - não apenas como efeitos, mas também como causas. Aqui devemos fazer duas distinções. Primeiro, existe forte causalismo secundário, a noção de que uma causa secundária, Deus está à sustentando e dando a ela de seus poderes, para poder fazer com que algo aconteça sem qualquer ação ou ajuda divina adicional. Mas também há simultaneamente: a ideia mais comum de que qualquer transação causal envolvendo uma causação secundária também deve envolver a concordância de Deus - a sua, por assim dizer, ratificação desse exercício particular de poder causal. Simultaneidade, é claro, é não simplesmente a ausência de objeção ou atividade compensatória; isto é, em vez disso, uma atividade positiva da parte de Deus. (pensa Peter Van Inwagen o concorrente meramente paga a Deus cumprimentos metafísicos vazios.) Essa é a primeira distinção. A segunda é esta: Podemos pensar que objetos concretos têm esses poderes causais por natureza, de modo que é um elemento essencial de que a propriedade de um objeto material exerça as forças que exerce.  Nenhum objeto fisíco poderia ter existir sem exercer essa força; nem mesmo Deus poderia criarar um objeto físico que não exerce essa força. Por outro lado, podemos pensar que os objetos materiais realmente exercem essas forças, mas fazer isso não é essencial para eles, e Deus poderia ter criado objetos materiais que careciam dessa propriedade

Causalidade secundária é talvez a maneira de pensar do senso comum sobre matéria. Normalmente consideramos que muitos objetos criados pode causar mudanças em outros objetos criados. Eu posso causar uma fileira de dominó cair exercendo uma pequena força sobre o primeiro dominó; então cada dominó faz com que o dominó seguinte caia ao acertá-lo. Eu posso causar uma bilhar bola para rolar batendo nela com um taco; aquela bola de bilhar pode atingir outra bola, fazendo com que a outra bola role para longe. (Isso faz com que a bola faça a outra bola rolar? Ou é melhor o evento que faz com que a bola que está batendo na outra bola cause o evento consistindo na outra a bola está rolando? O primeiro seria uma questão de causalidade do agente e a segundo da causa do evento.) Esta maneira de pensar também tem pedigree histórico; é totalmente desenvolvido por Tomás de Aquino, que, como é de seu costume, seguiu Aristóteles. No entanto, tem problemas e dificuldades.

Talvez a principal dificuldade aqui seja que a própria ideia de criaturidade a causalidade é obscura. Claro que podemos usar outra terminologia: podemos falar de forças, ou poderes, ou trazendo isso, ou aquilo. Mas nós realmente entendemos algumas dessas locuções quando falamos de criaturas? Existe um conceito ou ideia razoavelmente clara e coerente associado com esses termos? Dói concordar com Hume, mas ele não está certo aqui? Vemos a primeira bola de bilhar rolar e atingir a segunda, e nós vemos a segunda rolar é claro que não vemos ou experimentamos qualquer coisa como uma conexão causal entre a primeira bola e a segunda, ou o movimento da primeira bola e o movimento da segunda, ou o evento consistindo em a primeira bola atingir a segunda e a segunda se mover longe. Nós apenas vemos a primeira bola rolar para a segunda e se tornar justaposta a ela, ouvimos um clique e então vemos a segunda bola rolar fora. Além disso, não parecemos ter uma ideia coerente de uma necessidade ligando os dois eventos. O que é essa ideia de causação das criaturas? Claro que podemos apenas "considerá-lo primitivo", recusando-se a oferecer uma explicação para isso. Mas, novamente, é claro, isso realmente não ajuda. Se nós realmente não entendemos essa ideia de causalidade criatural, não vai adiantar mais ainda tomá-la como primitiva. 

Alternativamente, podemos tentar seguir Immanuel Kant, que, acordado por Hume de seu sono dogmático, argumentou que a causalidade deve ser uma espécie de prisma ou lente através da qual olhamos para o mundo, uma espécie de ideia que impomos ao mundo, uma que o mundo como ele é em si mesmo não mostra. Mas, novamente, isso não ajuda realmente. Se não tivermos uma boa compreensão da noção, não ajudará declarar que há uma contribuição da nossa parte - ainda não temos um compreensão disso.

3.2 Decretalismo

Uma segunda possibilidade é o decretalismo. Talvez a relação entre Deus e as leis são que Deus apenas decreta que objetos - objetos materiais, digamos - devam se comportar de acordo com as leis. Objetos materiais não, de fato, exercem força um sobre o outro e não apresentam, de fato, eficácia causal; antes, Deus emite um decreto. Ele diz como que os objetos materiais devem se comportar como se houvesse uma força atrativa entre qualquer par deles, uma força que varia diretamente com o produto de suas massas e inversamente conforme para o quadrado da distância entre eles. Nesta alternativa, não há realmente nenhuma força entre eles - ou seja, eles não exercem forças um sobre o outro - mas se comportam como se houvesse. Esses objetos não tem realmente quaisquer poderes causais; na verdade, eles não exercem nenhuma força um sobre o outro. Eles simplesmente se comportam de acordo com o decreto divino.

3.3 Contrafatuais da liberdade divina

Nesta terceira possibilidade, as leis naturais são ou representam contrafactuais de liberdade divina: elas especificam como Deus trataria (livremente) as coisas que ele fez em várias condições diferentes. Elas estão de forma general sob as condições C, Deus causaria o estado de coisas S, Nesta sugestão como na segunda, os objetos não têm poderes causais; eles não exercem forças uns sobre os outros de outra forma que atuem como causas. E nesta sugestão, como na segunda, toda atividade causal é divina atividade causal.

A segunda e a terceira possibilidades estão relacionadas de uma maneira interessante. Em cada um deles, a única atividade causal é a atividade divina. Mas no decretalismo, é como se Deus, ao emitir o decreto em um ato causal, a emissão de esse decreto causa tudo o que acontece a qualquer momento. Por outro lado, a sugestão de que as leis são contrafatuais da liberdade divina, a atividade causal de Deus consiste em muitas ações diferentes espalhadas pelo Tempo. Mas, novamente, em qualquer sugestão, todas as atividades causais em todo o lugar o poder é divino. E isso significa que ambas as sugestões são variantes do que tradicionalmente se chama ocasionalismo.

4. Ocasionalismo

Esta é a visão de que o único poder causal é o poder causal divino. Deus causa cada mudança que ocorre. Deus é a única causa real. As vezes, no entanto, há uma correlação entre certos eventos e a causa de Deus algum outro evento; por exemplo, há uma correlação mais ou menos constante entre minha vontade de levantar meu braço e meu braço levantado. Isso é porque Deus normalmente aceita minha vontade de levantar meu braço conforme a ocasião por fazer meu braço subir. O ocasionalismo pode remontar a Nicholas de Autrecourt (1300 – d. Após 1350). Infelizmente, suas ideias encontraram menos do que uma aprovação esmagadora: suas obras foram queimadas e Nicholas ele mesmo foi proibido de dar palestras.

Outro Nicholas, Nicholas Malebranche, é o ocasionalista mais conhecido em nossa tradição, e ele disse assim: “Há apenas uma causa verdadeira porque há apenas um Deus verdadeiro... todas as causas naturais não são verdadeiras causas, mas apenas causas ocasionais” Em outro lugar, ele diz: “Mas causas naturais não são causas verdadeiras: são apenas causas ocasionais que agem apenas através da força e eficácia da vontade de Deus "(trad. Lennon e Oscamp 1997: 449). No ocasionalismo, portanto, não há criaturas com poder de causalidade; as criaturas não têm o poder de causar eventos ou mudanças ou algo mais. Todo poder causal é poder causal divino. Agora, uma vantagem do ocasionalismo é apenas o outro lado do principal problema com causalismo secundário. Não temos uma concepção clara de causalidade da criatura, mas esse problema não surge com a causalidade divina. Causalidade divina, como podemos supor, segue apenas por meio de decreto divino: Deus diz: “Haja luz” e há luz. Deus quer que haja luz, ou que haja luz em um determinado momento e lugar, e há luz então e ali. E a conexão entre a vontade de Deus de que haja luz e havendo luz é necessário no sentido amplamente lógico sentido: é necessário nesse sentido que se Deus quiser que p, p ocorra. Na medida em que temos uma compreensão da necessidade (e temos uma compreensão de necessidade), também temos uma compreensão da causalidade quando é causalidade divina isso está em questão. Acho que este é um ponto a favor do ocasionalismo, e em Na verdade, constitui uma vantagem muito poderosa do ocasionalismo.

5. Qual é o melhor?

Devemos, portanto, atribuir a palma ao ocasionalismo, tomando-o como provado, ou, uma vez que as provas raramente ocorrem na filosofia, em melhor forma do que seus rivais? Dificilmente. Isso ocorre porque o ocasionalismo pode ter graves dificuldades próprias. Afinal, não se pode estabelecer que o conjunto de conjuntos não auto-membros não são membros de si mesmos, mostrando que não poderia ser um membro de si mesmo. Existem sérias dificuldades para o ocasionalismo? Pelo que eu sei, não é uma doutrina popular atualmente: o que as pessoas veem como problemas com isso? Bem, para começar, a ideia de que substâncias criadas frequentemente causam eventos e mudanças no mundo parecem não ser mais do que parte do bom senso: por exemplo, eu vou para o geladeira e abra a porta. Este certamente parece um caso bastante claro que estou fazendo com que algo aconteça, ou seja, a abertura da porta da geladeira. Agora, talvez uma ideia seja apenas bom senso vantagem ou uma reivindicação inicial de nossa credibilidade. Mas aqui não é muito de uma vantagem: se a ideia de causação das criaturas realmente é totalmente obscura, o fato de ser aparentemente endossado pelo bom senso não irá  ajudar muito.

5.1 Ocasionalismo forte

Ainda assim, pode haver algo na vizinhança que seja realmente sério ponto contra o ocasionalismo - pelo menos uma versão dele. Posso ver facilmente como pode ser que quando eu tento erguer meu braço, Deus faz uma criação real, meu empreendimento sendo a ocasião para sua atuação assim. Mas e se eu quisesse isso em primeiro lugar? Aqui temos uma mudança, um mudança em mim mesmo, ou seja, de mim mesmo. Antes eu não me comprometi a levantar minha mão; depois eu faço. Deus causa essa mudança? Tanto quanto eu posso ver, o problema não depende de qualquer posição particular na relação entre mente ou eu e corpo; apenas para definição, no entanto, e porque este é um volume sobre Swinburne, pensarei no problema em termos de dualismo de substância. Eu mesmo sou uma substância; Eu não sou um corpo ou objeto material, mas estou intimamente e unicamente relacionado a um certo objeto físico particular, a saber, meu corpo. E é claro que mudanças ocorrem em mim ou talvez para mim. Meu dedo é atingido por um martelo; Eu sinto dor. (Talvez então eu também diga algo para mim mesmo, sabiamente mantendo para mim mesmo.) Você me pergunta o que eu comi no almoço; Eu penso por um momento, e então forma a crença de que o que comi no almoço foi um cachorro-quente. Eu tento me lembrar do nome da pessoa que está falando comigo, e de repente me ocorre. Enquanto eu sento no meu computador, tento descobrir a melhor forma de colocar o próximo ponto que estou tentando fazer.

Portanto, há mudanças em mim, em mim mesmo. Presumivelmente, essas mudanças causas. Mas qual é a causa dessas mudanças? De acordo com forte ocasionalismo, toda causa é causa divina; Deus, portanto, é o causa dessas mudanças. Eu preguiçosamente decido pensar sobre a rota Exum Ridge no Grand Teton e imediatamente fazê-lo; é Deus quem causa essa decisão, e faz com que eu pense nessa rota. Isso pode estar certo? Nós pensamos em tomar decisões nas seguintes linhas: Eu organizo o razões para um curso em oposição a outro, pense sobre o assunto, e depois opte por um curso. No forte ocasionalismo, quando eu organizo as razões para a decisão, é realmente Deus quem faz o empacotamento; isto é Deus que me faz pensar em uma dada circunstância como uma razão para um linha particular de ação, Deus que faz com que essa circunstância venha a minha mente, e Deus que me faz tomar a decisão que realmente tomo. Mas então faz sentido dizer que sou eu quem toma essa decisão? Como posso tomar essa decisão, quando é Deus quem causa cada circunstância em todo o processo? Sobrou algum espaço para a agência, para ser um agente? Parece que a resposta é não. Nada eu faço aqui exemplifica qualquer coisa que possa ser considerada minha agência; é tudo agência de Deus. Como posso ser considerado um agente nessas condições? Agora, materialistas e outros às vezes parecem estar dispostos a desistir a noção de agência humana. Mas do ponto de vista cristão, isso é não é uma possibilidade real. Se Deus me faz fazer tudo o que faço, então, quando, por exemplo, eu tomo uma decisão errada, decidindo agir de uma forma autograndizante, não sou eu quem é o responsável ou quem causa essa decisão; é Deus quem o faz. Na verdade, eu realmente não faço nada que poderia ser sensatamente chamado de "tomar" essa decisão: é antes que Deus apenas faz com que um determinado estado mental ocorra naquele momento. Portanto, considere um ocasião em que eu caio em pecado - eu faço um desagradável comentário sobre alguém, principalmente porque eu me ressinto do acadêmico sucesso dessa pessoa. O que acontece nesta ocasião? Deus me faz ficar ressentido com isso sucesso da pessoa; Deus também me faz fazer essa observação, e não é o caso em que meu ressentimento causa a observação. A única conexão entre meu ressentimento e minha observação é que Deus faz com que cada um deles, faz com que ocorram na ordem em que ocorrem, e faz por razões próprias.

Um aspecto importante da crença cristã é que nós, seres humanos, somos assuntos apropriados para avaliação moral, para elogios e acusações. A verdade central da crença cristã é que nós, seres humanos, pecamos, pelo que A magnífica resposta de Deus é a Encarnação e a Expiação. Mas se for verdade que Deus causa cada pensamento meu, cada "decisão" minha, bem como todas as minhas ações, como posso ser culpado, ou mesmo considerado responsável, por essa observação? Eu não tive nenhuma agência nem em sua ocorrência nem na ressentimento do qual surgiu. Mas então minhas ações e estados mentais não são o assunto adequado para avaliação moral. Mais exatamente, eu não sou o assunto apropriado de avaliação moral. Não é apenas que eu não poderia ter evitou realizar esta ação ou ficar neste estado mental; é que eu não fiz realmente qualquer coisa aqui. Deus fez tudo o que foi feito. ¹⁰

Ainda outra dificuldade óbvia para o ocasionalismo forte: Deus é perfeitamente amoroso e perfeitamente bom. Mas se Deus causa tudo o que acontece, faz com que aconteça, desejando que aconteça, então Deus não é a causa de mal? Na verdade, ele não é, então, a causa de todo o mal que ocorre? ¹¹ A crença cristã, portanto, impede um forte ocasionalismo. De acordo para a fé cristã, sou um sujeito adequado para avaliação moral; mas se assim for, eu sou responsável por minha condição de inveja, e sou responsável por essa observação sarcástica. Deus não é a causa do mal que o mundo contém; isto é, são as criaturas que causam o mal.

5.2 O Eu e meus empreendimentos 

Mas agora não temos um problema? A atração do ocasionalismo é apenas essa causalidade divina, envolvendo apenas necessidade lógica, é claro e compreensível; mas a causalidade por parte das criaturas não. E se rejeitamos o ocasionalismo forte, no entanto, assumindo que os seres humanos e talvez outras pessoas causem mudanças - decisões, por exemplo, ou empreendimentos - em si mesmos, de alguma forma causam o evento consistindo em tomar uma determinada decisão, então não estamos de volta a obscuridade da noção de causação da criatura? Bem, talvez sejamos confrontados com uma noção obscura aqui, mas é um noção obscura diferente. A relação entre mim e uma das minhas decisões ou empreendimentos, mesmo que sejam propriamente pensados ​​como causais, é muito diferente de uma relação causal entre mim e minha mão está subindo. Suponha que eu me comprometa a levantar minha mão; a relação entre mim e esse empreendimento é muito diferente de uma relação causal (se houver) entre mim e minha mão está subindo. Talvez possamos ver isso voltando-nos para o caso divino. Eu disse que podemos entender a causalidade divina, só porque é uma questão de necessidade amplamente lógica: necessariamente, se Deus deseja que assim e assim, então e assim acontece. Mas não há nada parecido no caso do relação entre Deus e aquele que se quer. Deus faz com que haja luz desejando que haja luz; ele não faz com que seja o caso que ele deseja que haja luz, desejando que ele deseje que haja luz. Essa questão da relação entre uma pessoa e alguns de seus estados mentais, tais como decisões e empreendimentos é uma questão bem diferente da questão sobre (possíveis) relações causais entre uma pessoa e tal eventos enquanto seu braço está subindo. Quanto ao primeiro, sabemos que as pessoas de fato tomar decisões, eles de fato desejam que certos estados de coisas sejam o caso, eles de fato realizam certas ações, mesmo que não possamos dizer muito sobre como eles fazem isso, ou o que está envolvido em tais casos, ou se qual causa que está envolvida nesses casos.

Objeção: você disse anteriormente que a obscuridade da causação das criaturas foi um ponto forte a favor do ocasionalismo; aqui você diz que devemos apenas aceitar esta relação entre pessoas e certezas de seus estados, mesmo que não possamos realmente dizer o que está acontecendo lá. Por que deveríamos não dizer o mesmo sobre a causalidade das criaturas? Respondo: porque existe um alternativa no caso de causação da criatura: podemos, em vez disso, optar por ocasionalismo. Mas não há alternativa no caso dessa relação, seja o que for precisamente, entre mim e minhas decisões e empreendimentos. Em particular, não podemos dizer com sensatez que são causados ​​por Deus. ¹²

5.3 Um problema para o ocasionalismo fraco?

O ocasionalismo forte, portanto, é muito forte. Vamos distinguir forte ocasionalismo de ocasionalismo fraco. Eu não vou perder tempo tentando dar uma definição séria de ocasionalismo fraco: digamos apenas, por enquanto propósitos, que é o pensamento de que a única causação da criatura é de o tipo envolvido em eu causar minhas decisões, volições e empreendimentos (se de fato essa relação for de causação). De acordo com fraco ocasionalismo, eu sou a causa, naquele sentido peculiar, de minhas decisões e empreendimentos, mas quando eu quero fazer algo - levantar minha mão, por exemplo - é Deus quem faz minha mão levantar.

Mas o ocasionalismo fraco não está realmente sujeito a um dos mesmos dificuldades que afetam o ocasionalismo forte? Uma objeção ao forte ocasionalismo é que torna Deus a causa do mal no mundo; Deus é a única causa de minhas más decisões e volições. No ocasionalismo fraco, isso não é verdade, mas Deus ainda causa quaisquer efeitos malignos no mundo que estão associados às minhas decisões e volições. Eu decidi roubar um banco; no decorrer do roubo, atirei em alguém. Deus não causa eu decidir roubar o banco ou atirar no guarda, mas ele faz todos os movimentos dos meus membros, incluindo atirar no guarda, e ele também causa ferimentos ou morte ao guarda. Isso não torna Deus o causa do mal? Esta não é uma pergunta fácil.¹⁴ Primeiro, entretanto, devemos fazer uma distinção. O mal, suponho, é uma questão de alguém cometer um erro ou uma má ação - no contexto de ocasionalismo fraco,¹⁵ realizando um ato maligno de vontade ou um mau empreendimento. Deus não causa tais atos de vontade ou empreendimentos. Porém, além do mal, existem situações ruins ou estados de coisas - alguém está sofrendo ou sendo tratado injustamente, por exemplo. Vamos nos referir a essas situações ou estados de coisas, deselegantemente, como "o mau". Não é Deus, no ocasionalismo, responsável por o mal? Deus não é a causa do mal, mas ele é a causa do mal, e é isso não é ruim o suficiente? Talvez possamos abordar esta questão perguntando como o outro posição, causalismo secundário, responde com relação a este assunto. Faz causalismo secundário se sai melhor com respeito a questão.¹⁶ O causalismo secundário se sai melhor com respeito à questão de Deus causando mal? Aqui devemos distinguir dois casos: o cenário em que apenas agentes pessoais imateriais têm poderes causais, e o cenário em quais agentes pessoais e substâncias materiais, objetos materiais, têm tais poderes. Primeiro, o que dizer dos objetos materiais como causas? Isto é óbvio, suponho, que objetos materiais como tais não são agentes pessoais e não ajam livremente. Portanto, tudo o que eles fazem é por acaso ou a título de determinação por causa anterior. Mas os objetos materiais fazem o que eles fazem por acaso é implausível. Como algo poderia ocorrer apenas por acaso, dada a existência de Deus? Podemos pensar que Deus poderia emitir um decreto e dizer: "Seja aquele A ou B, e não me importa qual." Mas sendo onisciente, Deus saberia qual de A e B ocorreria se ele emitiu esse decreto. E como isso seria diferente, em qualquer aspecto significativo, de apenas decretar A ou decretar B? E quanto ao caso de objetos materiais agindo como agem em virtude de sendo levado a causar tudo o que eles fazem? Faça qualquer evento em particular E: pode ser que haja uma cadeia ininterrupta de causalidade terminando em E e indo de volta à criação. Nesse caso, a relação de Deus com E seria como segue: Deus criou um conjunto inicial desses objetos, com aqueles causais poderes, sustentou-os e seus sucessores na existência, sabendo que E eventualmente ocorreria como resultado de sua criação e sustento. Deus indiretamente causa E, ou seja, coloca em movimento e sustenta uma série de eventos que questões em E. Suponha que E é um evento ruim: no ocasionalismo, Deus diretamente causa E, mas no cenário atual, ele o faz indiretamente. Existe alguma razão para pensar que, no primeiro caso, Deus tem mais responsabilidade por o ruim do que no segundo caso? Eu penso que não. Até agora, o causalismo secundário não se sai melhor do que o ocasionalismo neste ponto. Passando para a outra alternativa, suponha que um agente pessoal criado causa livremente algum evento na ancestralidade causal de E - por exemplo, suponha que eu me comprometa a esfaquear alguém. No causalismo secundário, meu empreender (presumivelmente) causa certos eventos em meu cérebro, que em por sua vez, colocou em movimento uma cadeia causal de eventos, o último membro da qual é o esfaqueamento. Na (fraca) leitura ocasionalista, Deus considera meu empreendimento como a ocasião para ele causar os eventos em meu cérebro, bem como o evento que resulta no esfaqueamento. Em cada caso, meu empreendimento resulta no esfaqueamento está ocorrendo. Presumivelmente, Deus endossa e subscreve este arranjo para nos conferir liberdade significativa; meus empreendimentos podem resultar em eventos moralmente significativos, incluindo eventos que são parte do mal.

Tanto no ocasionalismo quanto no causalismo secundário, Deus permite que eu empreender algo ruim. Na leitura ocasionalista, Deus então causa diretamente os eventos que são posteriores ao meu empreendimento, e que culminar no esfaqueamento; na leitura do causalismo secundário, meu querer causa os eventos em meu cérebro, e Deus estabelece o causal relações que existem entre o evento cerebral e os membros subsequentes da cadeia culminando no esfaqueamento, causando indiretamente aqueles eventos, incluindo o esfaqueamento. No ocasionalismo, Deus causa diretamente o eventos cerebrais; no causalismo secundário, não éDeus quem causa esses eventos (embora, é claro, Deus me conserve na existência e concorde com minha atividade causal). Mas essa diferença não parece relevante para a questão de saber se Deus causa o mal de uma forma incompatível com ele ser totalmente bom. No ocasionalismo, Deus causa diretamente os eventos subsequentes ao meu empreendimento, incluindo o esfaqueamento; no causalismo secundário, Deus indiretamente causa esses eventos, incluindo o esfaqueamento. Em qualquer caso, Deus direta ou indiretamente causa o mal. Como argumentei, no entanto, é difícil ver como Deus é mais responsável por causar o mal se ele causa diretamente do que se ele causasse indiretamente. É difícil ver como poderia ser que causar o mal diretamente é incompatível com ele ser totalmente bom, ao passo que causar o mal indiretamente não é. Ainda assim, tenho que admitir que permanece uma espécie de atração intuitiva em direção ao pensamento de que Deus causar diretamente o mal o envolve mais intimamente com o mal do que indiretamente causando isso.

6. Conclusão

Vamos fazer um balanço. O problema com causalismo secundário é que não temos nenhuma concepção clara de causalidade como realizada por criaturas; entendemos a causação divina, mas a causação das criaturas é, na melhor das hipóteses, duvidosa. No ocasionalismo, é claro, não há causação das criaturas, de modo que em esse ocasionalismo de cabeça goza de uma clara vantagem. No ocasionalismo, no entanto, existe aquela ideia intuitiva de que a causação direta de Deus do mal se encaixa menos bem com ele ser totalmente bom do que causar indiretamente o mal. Essas duas considerações não são realmente comensuráveis; mas isso parece-me que o problema com o ocasionalismo é um menor problema do que o problema com a causalidade da criatura [causalismo secundário]. Portanto, sugiro que um melhor compromisso com o ocasionalismo fraco.

 

 

Notas 

¹ Estritamente falando, (1) é uma consequência da lei natural, não em si uma lei da natureza.

² Não podemos realmente dar uma definição de necessidade absoluta aqui - ou, se pudermos, será em termos de outras noções tão (ou pouco) que precisam de explicação (possibilidade e impossibilidade, por exemplo). Mas também não precisamos realmente de uma definição: podemos tirar a ideia de exemplos.

³ A rigor, nada pode acelerar de uma velocidade menor do que a da luz para um velocidade maior que a da luz; talvez haja táquions que estão sempre se movendo mais rápido do que a luz. No que se segue, devo ignorar essa qualificação.

⁴ Outros que adotam esta mesma abordagem (ou seja, assumem que as leis são "contingentemente necessárias ”) são Dretske (1977: 248 ss.) e Tooley (1977: 667 ss.).

⁵ A discussão de Van Fraasen (1989) permanece talvez a melhor discussão do problema

⁶ Nem mesmo sabemos que força e simplicidade são igualmente importantes: talvez força conta mais do que simplicidade, ou simplicidade mais do que força.

7  Compare o nominalismo:

(a) não há universais; o que há são nomina, nomes;

(b) Existem universais e são nomina, nomes.

⁸ Exceto, é claro, por si mesmo. Existem também objetos abstratos, como números, proposições, propriedades e semelhantes; Eu os considero seres necessários, mas dependentes de Deus. Aqui, não me preocuparei com objetos abstratos.

⁹ The Search after Truth and Elucidations of the Search after Truth, trans. Lennon and Oscamp (1997: 448), cited in Lee (2014).

¹⁰ N.T: Perceba que depois de ter percebido que o ocasionalismo tem uma forte sustentação física Alvin Plantinga começa a falar como o barro de Romanos 9 "Por que me fizeste assim?" A resposta de Paulo não é que a responsabilidade moral está fundamentada na capacidade ou na liberdade da criatura, mas que o Oleiro-Mestre "Tem o direito de fazer isso". Essa é uma reação comum da maioria dos cristãos todavia eu manterei a tradução até o final do Artigo afinal Plantinga nos deu diversos argumentos em prol do Ocasionalismo até então

¹¹ N.T: A resposta é SIM, deus determina cada coisa seja boa ou má que acontece no universo e ocasionalistas "fortes" como P,antiga momeia já responderam essa questão. Veja a resposta de Vincent Cheung no artigo: "O Problema do Mal"

¹² N.T: Depois de dar tantos passos para frente Plantinga assume um padrao nao cristão de moralidade baseado na tradição e não justifica sua afirmação diretamente das Escrituras Sagradas.

¹³ N.T: Volto a lembrar que a única objeção que ele levantou até agora contra o que ele chama de ocasionalismo forte é que ele seria determinado e Deus estaria causando ele causar o mal. Ou seja, ele não vê nenhuma objecao ou necessidade de segunda causa a não ser por sua visão ética conyrabandeada de pressupostos não cristãos que permeiam a história da Igreja até hoje. 

¹⁴ N.T: LOL

¹⁵ Doravante, deixarei de lado o "fraco" do "ocasionalismo fraco".

¹⁶ N.T: plantinga reconhece o poder lógico do ocasionalismo, o único motivo dele tergiversar as vezes é que ele está tentando sustentar padrões éticos da tradição, ele lançou um ceticismo forte sobre a causalidade aristotélica de maneira que rejeitou o Tomismo por necessidade lógica, foi por esse motivo que eu traduzi esse artigo.

 

Referências 

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Páginas onde você pode encontrar este artigo original: www.andrewmbailey.com, oxford.universitypressschoolarship.com, www.semanticschoolar.org etc...