Esse artigo faz parte de uma seção do meu livro "Teologia Sistemática Pressuposicional" versão beta, porém atualizado e expandido. Yuri Andrei Schein 25/09/2020
Nós precisamos conhecer a Palavra de Deus para que saibamos quem Ele é, como também o que Ele requer de nós. Somente assim, saberemos responder as questões cruciais como: Quem é Deus? O que Deus é? Quais são os nossos deveres em relação à Ele? Qual deve ser a nossa posição em cada ocasião? Como eu posso glorificar mais a Deus com a minha vida? Esse conhecimento é fruto básico de todo o estudo teológico.
O título “apologética” tem significado de defesa, ou seja, está seção tem em vista fazer uma defesa do
estudo teológico. A palavra “teologia”
é duramente resistida nos nossos dias, pois as pessoas têm a ideia de que ela
se refere a uma visão particular de um homem sobre Deus. Portanto, a maioria
das pessoas conclui que o estudo teológico é basicamente estudar sobre a visão
especifica de algum homem a respeito de Deus, assim boa parte delas chega à
conclusão de que o melhor a se fazer é ficar “apenas com a Bíblia”, isso parece bem piedoso, porém existem
diversas objeções que a própria bíblia e a razão simples podem levantar contra
essa afirmação:
1. A Escritura diz que o próprio Deus instituiu Mestres para a edificação da igreja (Ef 4.11-12).
a) Sobre esse ponto devemos ter bastante cuidado, pois a mesma Escritura também diz que existirão falsos Mestres no nosso meio. Todavia, permanece a verdade de que o meio pelo qual Deus ensina a igreja através das eras é pela instituição de mestres que ele mesmo capacitou para isso.
b) Para que não caiamos no erro e nos lábios dos falsos Mestres, a Escritura nos dá direção a respeito disso. Devemos comparar o que eles falam com a própria Escritura seguindo o exemplo dos apóstolos (1 Co 2.13) e também o exemplo dos nobres bereanos (At 17.11). Também devemos ficar atentos ao testemunho do Espírito Santo (1 Jo 2.20,27) julgando o ensino de todos se não contradizem outros Ensino das Escrituras Sagradas, para isso devemos abraçar o ensino da Unicidade das Escrituras (que também veremos nesse livro).
2. Quando alegam que teologia é a visão
de um teólogo em particular sobre Deus, podemos lançar isso sobre eles toda vez
que eles fazem alguma afirmação sobre Deus. Isso também contradiz o ensino das
escrituras que fala que não existem diversas interpretações verdadeiras sobre
um texto, mas apenas uma mesma mensagem (2
Pe 1.20)
Eu deixarei para falar abundantemente
sobre esse assunto mais adiante, por enquanto isso basta para a introdução.
A palavra teologia vem da junção de dois termos “theos” que significa Deus e “logos" que significa estudo, sendo assim, praticar teologia é estudar sobre Deus.
Deus é maior que o homem! Deus é maior
que o Deus de Anselmo "O ser de grandeza máxima que o homem pode
pensar"¹ simplesmente porque Deus é Deus. E por Deus ser Deus sua
incompreensibilidade e glória não podem ser concebidas a priori pela mente
finita e carnal do homem. O racionalismo, que seria a razão humana sem a
Escritura como regra de Fé, sempre resulta em uma heresia que molda um deus
conforme à imagem formada pela cabeça do homem.
Como diz o profeta Isaías:
"Vós tudo perverteis! Acaso o oleiro há de ser reputado como barro, de
modo que a obra diga do seu artífice: Ele não me fez; e o vaso formado diga de
quem o formou: Ele não tem entendimento?” 29.16
Se Deus não se auto-revelasse, e não
nos desse a Escritura Sagrada o que nós criaturas finitas poderemos saber
certamente sobre Ele? Nós estaríamos como Paulo diz "buscando a Deus,
se porventura, tateando, o pudéssemos achar, o qual, todavia, não está longe de
cada um de nós" Atos 17.27. Em outras palavras, o que o Apóstolo quer
dizer é que, sem a Revelação, que seria a Escritura, nada poderíamos saber
sobre Deus, seriamos como um cego de
nascença falando sabe sobre uma luz que nunca contemplamos. Muito menos
poderíamos entender as Escrituras se o Espírito Santo não abrisse os nossos
olhos, como Agostinho fala:
"Nós abrimos os olhos para ver a
luz, porém os olhos da mente permanecem fechados, a não ser que sejam abertos
pelo Senhor."²
Toda a cosmovisão começa com o homem
autônomo fazendo perguntas, na cosmovisão cristã nós começamos com as respostas
e, além disso, confiamos nas respostas, pois elas derivam da Palavra de Deus, e
não existe autoridade maior do que Ele. Nós cremos na lógica, pois Deus possui
ela em si mesmo, em sua mente, ou como João diz “o Logos era Deus"
[João 1.1]³.
Cristo é o
Logos epistemológico que ensina todo o homem (Jo 1.9), Seu Espírito é aquele
que Ilumina o mais intimo do ser do ser humano (Pv 20.27), ele é o Mestre
Interior que nos ensina e testifica da Verdade de Sua Própria Palavra.
Na nossa era de irracionalismo e
relativização da teologia, as pessoas pedem para que sejamos tolerantes com
heresias e distorções bíblicas. Eles dizem “Eu não preciso de Teologia, mas
só de Jesus", então você pergunta “quem é Jesus?” eles
respondem que “Jesus é o filho de Deus que morreu pelos meus pecados”,
eles não percebem que quando respondem isso estão fazendo teologia. Existe
também uma ideia de simplicidade, ou seja, de que a teologia complica as coisas
que deveriam ser tão simples, “pois afinal”, dizem alguns, “de acordo
com a Bíblia, Deus é muito simples e direto e não precisamos usar muita a
cabeça para entender as Escrituras”, porém, o que essas pessoas diriam
sobre a epistola de Romanos que é cheia de “diatribes”⁴, conclusões
lógicas, e desafia o leitor a confrontos racionais? Com certeza, quem afirma
que Deus só se expressa com simplicidade querendo dizer que não precisamos
estudar muito as Escrituras nunca leu a carta de Romanos, se com simplicidade
ele quer dizer “clareza” eu concordo que a Escritura inteira é clara, mas mesmo
uma mensagem clara contém proposições e concordâncias lógicas.
Além disso, o estudo da Escritura é
essencial para nossa santificação, e também é por meio de Sua Palavra pregada
com fidelidade que Deus decidiu que através do Seu Espírito Santo deveria se
revelar e quebrantar os homens:
“Não é a minha palavra como fogo”, diz o
SENHOR, e como martelo que esmaga a rocha?” – (Jeremias 23.29)
Sem a nossa vida alicerçada somente na
Palavra de Deus e através da unção do Espírito Santo que opera pela e com a
Palavra de Deus não iremos progredir, e, portanto não poderemos conhecer mais o
nosso Deus se desprezarmos a Teologia.
A teologia protestante se solidifica
no princípio do Sola Scriptura⁵ e deveria ser “simples” no sentido em apontar
para onde e de onde deveríamos reger a nossa vida, ou seja: da Palavra de Deus.
Entender que somente a Escritura é a nosso princípio epistemológico⁶ é
fundamental para nossa proposta nesse livro. E já que estamos falando de
protestantismo e reforma é interessante atentarmos algo que Calvino nos ensina
sobre a Bíblia:
“Deus é seu Autor. A principal
prova da Escritura é que nela Deus fala pessoalmente. [Os profetas] proferem o
sagrado nome de Deus, por honra do qual todos são coagidos à obediência. [O]
nome de Deus, sem temeridade ou falácia, é invocado com líquida verdade, não
dependendo de uma opinião aparente. [Há] sinais manifestos de que Deus fala na
Escritura, patenteando que sua doutrina é celestial”⁷
Para fazermos uma boa teologia temos
que ser precisos e acurados, cuidado e cautela são fundamentais. Por isso é
imprescindível o conhecimento das Escrituras e a sabedoria dada pelo Espírito
Santo. Precisamos também ser diretos e o mais claros possíveis.
Falando sobre a responsabilidade dos
crentes de conhecer à Escritura e todas as coisas que se referem a mesma Lutero
diz:
Uma coisa é certa: quem entende os Dez
Mandamentos bem e inteiramente deve entender a Escritura toda, de sorte
que pode aconselhar, ajudar, confortar, julgar e decidir em todas as coisas e
casos, tanto no plano espiritual quanto no temporal, e pode ser juiz sobre
doutrinas, ordens, espíritos, direito e o que mais haja no mundo.⁸
Ou seja, nenhum crente capaz
mentalmente deve se extraviar de estudar a Escritura toda, com isso entendemos
como a Teologia é importante para o entendimento das Escrituras Sagradas.
Sobre a importância de fazer teologia
também posso citar Gordon Clark que diz:
“Para recomendar a Teologia em termos mais bíblicos,
poder-se-ia dizer: "E a vida Eterna é esta: que te conheçam a Ti, O único
Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste"(João 17.3). Esse
versículo tem muito mais significado que aparenta ao leitor apressado, mas é
evidente que ninguém pode ser crente sem Teologia - o conhecimento de DEUS.”⁹
As pessoas hoje em dia ficam
aborrecidas e rejeitam veementemente a ideia de verdades absolutas. O homem
moderno influenciado pela filosofia irracionalista não apenas abandona a busca
pela verdade absoluta, mas zomba, escarnece e quer destruir todas as formas e
meios que alegam ou trazem à luz uma verdade absoluta. Para ele, parece piedoso
continuar na irracionalidade e no relativismo. A grande verdade é que o
relativismo e a falsa piedade do homem moderno o deixa com a ilusão edênica¹⁰ de que ele é autônomo para pensar da forma que quiser. Porém, quando a
verdade não se encontra na mente autônoma do homem, mas é exposta por uma mente
externa à dEle, isso lhe confronta toda a espécie de autonomia.
Muitos dos teólogos neo-ortodoxos como
Karl Barth, Emil Brunner, Russell Norman Champlin, caio fabio d'araújo filho e
podemos citar também Ed René Kivitz, abraçam alguma forma de irracionalismo ou
anti-dogmatismo, toda a espécie de teologia que se opõe ao dogmatismo bíblico é
irracional, pois ao apelar para a razão autônoma, senso comum, experiência
empírica ou para opiniões intuitivas do ser humano, não se pode chegar até o
conhecimento certo de nada. A verdade deixa de ser absoluta e tudo cai na
esfera da opinião arbitrária, seja do público ou do teólogo em particular.
Assim, você não tem mais um ponto arquimediano de verdade e a única coisa que
resta é o ceticismo ou a “fé cega arbitrária”.
Por trás de uma capa de piedade e por
uma dogmática humanista a neo-ortodoxia atai diversas pessoas que dizem ser
piedosas. Esses teólogos e líderes geralmente abraçam causas de “minorias” e
arrotam que os ortodoxos não possuem realidade prática. Muitas pessoas aos
golpes cruéis de suas línguas repletas de veneno da serpente e se tornam presa
fácil para esse tipo de gente. Felizmente os eleitos serão livres do engano
pelo poder soberano e preservador do Espírito Santo. Mesmo que a carne resista
ao Espírito Santo, a fé e seu poder soberano sempre prevalecerá. Dentre esses
mesmos humanistas você pode ver também os grupos que relativizam doutrinas
nevrálgicas como a eleição incondicional ou a justificação pela fé somente lidando
com elas como secundárias, porque em suas opiniões elas são “pouco práticas”,
mas isso é o mesmo que dizer que a doutrina da encarnação ou do perdão dos pecados
é pouco prática, é o mesmo que dizer Deus poderia deixar os pecados todos sem
um redentor e que não precisamos que a ressurreição de Cristo seja real, afinal
o que conta é o exemplo que Jesus nos deu para vivermos essa “prática”. Colocar
a prática acima da doutrina é pragmatismo, líderes que fazem isso deveriam ser
excomungados. Por outro lado, nós temos o grupo que diz que a vida e as boas
obras não importam, afinal somos “justificados pela Fé”, então você tem igrejas
e práticas libertinas onde não há nenhuma mortificação do Pecado. A verdade é
que pelo simples fato de que a regeneração e a Justificação pela Fé são reais
elas afetarão sobrenaturalmente nossa vida natural. A verdade (epistemologia)
vem com realidade (ontologia).
Devido a esta grande influência do
liberalismo, também devido as grandes expressões do irracionalismo e da visão
cientificista não-cristã. A maioria dos teólogos e pregadores, como já
dissemos, tem cedido a teologia pragmática, e muitos também tem adentrado no
universo coaching e da miserável Teologia da prosperidade, existem também
aquelas pequenas empresas em forma de igreja onde o crescimento é visto como
resultado da qualidade ou realidade do ensino, sobre isto eu devo lembrar que o
Islamismo embora sendo uma falsa religião agrega a cada dia mais seguidores.
Outro argumento desses pragmáticos é que a teologia prática os motiva mais a
evangelizar do que a teologia bíblica. O evangelismo é sim muito importante,
mas também devo lembrar que se for buscar aprovações pela via do pragmatismo e
dos números: os Mórmons e testemunhas de Jeová são importunadores de tanto que
eles praticam o que essas pessoas chamam de “Ide".
Sobre os teólogos liberais e
irracionalista Gordon Clark nos ensina:
Quem tem aversão a filosofia sistemática, à teologia
sistemática, ou a sistemas de maneira geral, por exemplo Kierkegaard, Sartre, e
os pietistas, deviam ser pressionados para provarem a virtude de verdades
desconexas. [...] Não, a verdade não é desconexa assim. Ela é sistemática. E os
axiomas devem ser julgados pelos sistemas que produzem." ¹¹
Sobre Essa oposição a expor doutrinas firmes e
bem definidas biblicamente lançarei mão de uma ilustração:
Um certo homem tinha muitos filhos,
ele se ausentou do país e deixou tudo o que tinha ao cuidado de seus servos. O
Homem de Família incumbiu os servos a alimentarem os seus filhos, para isso ele
tinha um grande depósito e celeiro com uma quantidade gigantesca de alimento,
uma fazenda cheia de toda a sorte de animais no campo, plantações de grãos,
frutos, e verduras sem limite.
Quando este homem se ausentou do país
os servos começaram a alimentar seus filhos com lavagem. Mesmo depois que as
crianças cresceram eles aterrorizaram elas dizendo que elas não deveriam entrar
no celeiro nem desfrutar da fazenda, afinal, aquele tipo de comida podia ser
envenenada e era muito perigosa. As crianças cresceram doentes devido à
alimentação, sua saúde era precária, mas sobreviveram até à volta do seu pai.
O que o senhor da família fará com
esses homens?
Esse é o retrato da igreja atual, onde
as doutrinas básicas como a da segurança eterna, a Eleição Incondicional, a Soberania
Divina e todas as outras doutrinas maravilhosas que fluem da Graça de Deus e
nos servem de alimento, nos foram ocultadas por esses tiranos nojentos. Esses
homens apenas estavam interessados em si próprios, somente eles mesmos e uma
casta superior de legalistas cuja a autoridade não podiam ser questionada eram os
escolhidos. Em sua maioria eram falsificadores de milagres, e afastaram
todas as pessoas do alimento sadio da palavra de Deus.
Mas o que mais me impressiona, são
aqueles filhos que acordam para o que está acontecendo, me dizem que a doutrina
desses homens não é perigosa, que devemos ter paz com esses homens e tolerar
"o seu erro teológico". Esses crentes são como aquelas pessoas que
sofrem de síndrome de Estocolmo. Se afeiçoaram a esses Mercenários e a todos
aqueles que deturpam a sã doutrina. Ao invés de defender as ovelhas e atacarem
os lobos, eles defendem os lobos e atacam os pastores que querem afastar os
lobos.
Um exemplo que podemos pintar é o comentário
de um famoso líder neo-pentecostal e pregador da teologia da prosperidade¹²"é uma grande mentira do diabo, a doutrina que diz 'uma vez salvo,
salvo para sempre' ou que há predestinação", ou seja para esse pregador a
predestinação e segurança eterna é mentira do diabo, mas para chancelar a sua
afirmação ele diz "Eu falo isso com toda a autoridade e com toda a
unção que Deus me deu". Com certeza é hilário que ao mesmo tempo que
ele negue a doutrina da eleição apele para uma autoridade de negar as Escrituras
arbitrariamente que supostamente Deus tenha dado a ele, essa autoridade dele é
condicional ou incondicional? Deve ser a autoridade do pai da mentira que se
esforça para negar a doutrina bíblica. É compreensível que esse lobo devorador
odeie a doutrina da eleição, afinal como ele vai arrancar dinheiro dos outros
se eles souberem que a salvação é inteiramente pela graça de Deus.
Outro líder de uma Igreja
neo-pentecostal que certa vez negou a sempiternidade de Cristo, falando que
somente o Pai tinha esse atributo, também lança sua opinião sinergista contra a
doutrina da eleição incondicional, comentando sobre João 14 ele escreve:
"Se Jesus disse que no céu há moradas, significa que a vida é eterna. As teorias de quantidades de salvos caem por terra, são heresias. Jesus nos pergunta quem quer ser salvo e reserva nossas casas quando O aceitamos." ¹³
Me diga onde Jesus diz que só reserva
as casas no céu para os crentes no momento de sua conversão? Em nenhum lugar,
pelo contrário a Escritura afirma que o Reino do Pai nos está preparado desde a
fundação do mundo (Mt 25.34), todavia não diz que isso ele fez apenas quando o
aceitamos, afirmar isso e dizer que não há quantidade de salvos definidos é
absurdo, ainda mais dizer que isso é heresia sendo que é a própria posição da
Biblia. Ao contrário dele, ressoando a Escritura a Confissão de Fé de
Westminster no Capítulo III e Parágrafo 4 afirma claramente que:
"Esses homens e esses anjos,
assim predestinados e preordenados, são particular e imutavelmente designados;
o seu número é tão certo e definido, que não pode ser nem aumentado nem
diminuído."
João 10: 14-16, 27-28; 13:18; II Tim.
2:19.
Todo o teólogo que zela pela ortodoxia
bíblica deve mirar alcançar verdades eternas, pois a Bíblia traduz o eterno e
imutável pensamento divino para nós. Isso não significa que aquele estudante de
teologia ortodoxa não falhará muitas vezes na sua jornada. Por isso, ele também
deve saber que foi justificado pela Fé em Cristo, e mesmo que ele erre na sua
leitura, a Bíblia é infalível e o sangue de Cristo é suficiente para perdoar
esse pecado quando ele se arrepende. Estudar teologia sem entender o perdão dos
pecados e a justiça imputada de Cristo será um massacre para a própria consciência,
e também fará o estudante se tornar um legalista estúpido.
A honestidade do estudante para com as suas
debilidades deve estar acima da sua vontade de impressionar as pessoas e de ser
opiniático. A reflexão prolongada é necessária, a iluminação e a direção do
Espírito Santo é imprescindível, qualquer falha que um teólogo cometa pode ser
fatal na vida das outras pessoas. Por isso existe uma linha tênue entre o medo
irracional e o descuido irracional.
Medo irracional: Eu chamo de medo irracional a falta de fé,
confiança e auto-conhecimento do teólogo, a raiz deste medo está na
incredulidade como aponto primeiro, sem o testemunho do Espírito Santo pela
palavra e com a Palavra não há como vencer o medo irracional de se posicionar
contra heresias e erros, portanto é necessário ser regenerado e aprender a
“ouvir” o testemunho do Espírito Santo através das doutrinas bíblicas (Rm
8.16-17, Hb 8.11-12, 10.16-17, 1 Jo 2.20,27) sem o conhecimento e percepção da
voz do Espírito Santo o teólogo será apenas mais um espectador. É comum em
debates na internet as pessoas seguirem um teólogo x ou y, e se identificarem
com a posição x ou y, mas aqueles que fazem isso sem tomar a posição que se
identificaram geralmente são isentos sem personalidade. Boa parte deles está
cheio de medo e incredulidade, muitas vezes eles invejam aqueles debatedores
que possuem energia e postura e se escondem em uma capa de falsa humildade e
piedade para justificar sua fraqueza. É muito comum que uma pessoa pública
falhe e quando falhar os invejosos manchem a sua reputação mais ainda. A falha
deve ser combatida e pregar as Escrituras é uma tarefa séria, mas a omissão
também é pecado, os demônios amam isso, pois com a omissão da Igreja a heresia
continua a se alastrar. Outro erro comum
é que essas pessoas que se omitem ignoram o sacerdócio universal dos crentes (1
Pe 2.9, Ap 5.9), todos os crentes são sacerdotes e todo o corpo de Cristo deve
ser ativo na edificação da sua obra, não é porque alguns recebem 5 talentos e
outros apenas 1 que eles podem enterrar esses talentos na terra.
Descuido irracional: É importante que você tenha auto-conheciento,
mas é muito importante que não caia no erro de se estribar em seu próprio
entendimento. É comum para os teologos que em algum momento ele caia nesse erro.
Se o medo deve ser repreendido o descuido muito mais, o descuido vem por falta
de temor ao Senhor, com temor eu não me refiro ao medo, mas a reverência e ao
reconhecimento da autoridade e do poder de Deus. Muitas vezes por recebermos um
dom de Deus achamos que somos “donos” legítimos deles. Não somos! Nós usufruímos
dos dons que Deus deu para edificar os outros, mas na verdade somos apenas
mordomos deles. Algumas vezes elogios podem entrar em nosso coração e podemos
ficar vaidosos por causa dos dons que Deus nos deu, isso pode ser grave e fatal
para uma pessoa, o medroso ao ler isso já prefere nem ler mais nada nem dar a
sua opinião, mas ressalto que a omissão também é um pecado. Nossa atitude após
receber um elogio não deve ser apenas falar “Soli Deo Glória”, mas examinar o
que falamos antes para ver se realmente estávamos querendo glorificar apenas à
Deus e não à nós mesmos. Não nos esqueçamos de que o Rei Herodes ao ser
glorificado como se fosse um deus pelo povo morreu comido de vermes (At 12.23).
Até mesmo Moisés ultrapassou o que Deus havia mandado ele fazer por descuido, exortou
fortemente o povo e ao invés de falar com a rocha ele bateu nela (Nm 20.11-12)
e por causa dessa atitude sabemos que Deus privou ele e Arão de adentrarem na
terra prometida (vs 13) ele mesmo afirma que mesmo pedindo e clamando por isso
lhe foi negado:
"Rogo-te que me deixes passar, para
que veja esta boa terra que está além do Jordão; esta boa montanha, e o Líbano!
Porém o Senhor indignou-se muito contra mim por causa de vós, e não me
ouviu; antes o Senhor me disse: Basta; não me fales mais deste assunto; Sobe
ao cume de Pisga, e levanta os teus olhos ao ocidente, e ao norte, e ao sul, e
ao oriente, e vê com os teus olhos; porque não passarás este Jordão."
(Deuteronômio 3.25-27)
Podemos ver como esse assunto é sério, que
mesmo Moisés colheu algo que falou e fez por descuido irracional. Não é atoa
que Tiago nos exorta que não devemos desejar ser ou nos intitular mestres:
"Caros irmãos, não vos torneis muitos
de vós mestres, porquanto sabeis que nós, os que ensinamos, seremos julgados
com maior rigor" (Tiago 3.1)
O Juízo é maior para os que se tornam
mestres, isso nos leva à considerar também o que Jesus falou, que não devemos
buscar sermos chamados e nem chamar as pessoas de mestres, pois um só é o nosso
Mestre e um só é o nosso Senhor (Mt 23.8). Porém ele mesmo diz que envia “sábios,
escribas, profetas e mestres” aos judeus
(Mt 23.34). Ou seja, não procure ser chamado de mestre nem deseje esse
título em primeiro lugar, mas também não negue a existência desse dom se você
tem ele, isso é humildade. O bom mestre não precisa dizer que é um, ao falar as
pessoas sabem que é, mas ele mesmo sabe de onde veio a sua sabedoria e
conhecimento: do alto (Tg 3.17) pois todo o dom de Deus vem de lá (Jo 3.17). Se
ele sabe disso não irá buscar títulos, mas ele também não negará que recebeu o
dom de Deus para servir aos outros (Ef 4 11-12) e ele não passa de um servo
inútil, pois só faz a sua obrigação (Lc 17.10).
A Escritura ensina que aqueles que são
enviados do Senhor são como “despenseiros da sua multiforme graça”:
“Servi uns aos outros, cada um conforme o
dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1
Pedro 4.10)
Sem me prolongar muito a Palavra
“Despenseiros” aqui pode ser ilustrada pela pessoa que ficou com a chave do
armário onde ficam os recursos, essa pessoa tem a responsabilidade de alimentar
os irmãos. Qual é o alimento que devemos dar aos irmãos? Pedro diz “a
Multiforme graça de Deus”, isso significa que não alimentamos os irmãos com
legalismo e pauladas, mas com a Graça, Deus é gracioso para com os seus filhos,
e nós devemos expressar isso com a sua Igreja. O que é a Graça? A Graça pode
ser personificada na pessoa do próprio Cristo (Jo 1.17), ou seja, o que devemos
dar para os irmãos é a pessoa de Jesus Cristo através da Palavra de Deus, não a
nossa opinião, não a nossa experiência, não a pregação pragmática, mas a
revelação da Glória de Deus na face de Jesus Cristo (2 Co 4.4-6)! As pessoas
querem saber como melhorar sua vida amorosa, como sair da crise financeira,
como parar com as suas crises de ansiedade, como serem santas e cumprir todos
os requisitos da lei que (na cabeça delas elas tem cumprido desde a sua
mocidade Lc 18.21), elas querem com isso ganhar favores e poderes, sabedoria e
dons de Deus, mas Deus quer dar outra coisa para elas que é muito mais
excelente, ele quer dar: Cristo Jesus! Como Calvino ensina em seu comentário de
Efésios parafraseando Paulo em Romanos 10.4: “Cristo é a o fim da lei e a suma
do evangelho” ¹⁴
O apóstolo Paulo ensina aos coríntios uma
importante lição sobre a edificação do corpo de Cristo. Ele compara a Igreja
como um edifício cujo alicerce e fundamento é Cristo, aqueles que ensinam a
Palavra de Deus são os edificações, então ele trás a baila alguns elementos,
uma lista positiva: ouro, prata, e pedras preciosas, e uma lista negativa:
palha, madeira e feno. Ele diz que no final a edificação dos dois tipos de
pessoa que edificaram com elementos positivos e negativos será provada pelo
fogo, o mestre cuja obra prevaleceu ao teste receberá um galardão, e aquele que
a obra se queimar sofrerá a perda do galardão e da própria obra, todavia será
salvo (veja 1 Co 3). Muitas interpretações tem surgido aqui a que tem
prevalecido é que essa perda e ganho de recompensas virá no final, onde a
Palavra “Dia” (vs 13) segundo esses teólogos nos remete a Vinda do Senhor,
outros defendem que a melhor maneira de entender isso é que “o dia a dia"
vai provar a sua obra, ou seja, você receberá recompensa ou disciplina do
Senhor aqui mesmo. Eu vejo algo assim: alguns são disciplinados enquanto ainda
vivos e corrigem suas heresias e erros, outros obstinadamente continuam
ensinando erros mesmo depois de serem confrontados, esses últimos verão o
resultado de seu labor (queimados pelo fogo).
Essa passagem nos dá alívio e temor ao mesmo
tempo alívio, pois a Escritura afirma que esse mestre “será salvo, porém como
que ‘através do fogo’ ou seja, se você falha em interpretar alguma coisa na
Escritura não significa que você está condenado ao inferno, mas é claro que
permanece a existência de doutrinas basilares como a divindade de Cristo (Jo
8.24) o evangelho da graça (Gl 1.8) e diversas outras que são fundamentos e não
podem ser conspurcadas, tolerar isso é inaceitável e as pessoas que tocam
nessas doutrinas estão destinadas a danação eterna. O Temor vem, pois mesmo
aqueles que erram em pontos que não levam eles ao inferno sofrerão o dano.
O Senhor Jesus ensina o seu povo no Sermão do
Monte a ter cautela com aqueles que querem enganar as ovelhas, os falsos
profetas:
"Guardai-vos dos falsos profetas,
que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos
devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas
dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons
frutos; porém a árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar
maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom
fruto é cortada e lançada no fogo. Portanto, pelos seus frutos os
conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos
céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me
dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu
nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos
milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci;
apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade." – Mateus 7.15-23
De forma semelhante, Pedro diz ao povo para
tomar cuidado, não apenas com falsos profetas, mas também com falsos mestres:
"Mas houve também entre o povo falsos
profetas, como entre vós haverá falsos mestres, os quais introduzirão
encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou,
trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as
suas dissoluções, e por causa deles será blasfemado o caminho da
verdade; também, movidos pela ganância, e com palavras fingidas, eles
farão de vós negócio; a condenação dos quais já de largo tempo não tarda e a
sua destruição não dormita." – 2 Pedro 2.1-3
Dessa forma, podemos indagar aos
anti-intelectuais e teólogos liberais: como um cristão poderá detectar esses
falsos ensinos sem estudar as Escrituras e fazer teologia?
Em outra parte o apóstolo Pedro fala que
alguns torcem as Escrituras para sua própria perdição e ordena a Igreja a
crescer na Graça e no conhecimento do Senhor Jesus:
"como faz também em todas as suas
epístolas [O apóstolo Paulo], nelas falando acerca destas coisas, mas quais há
pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, como
o fazem também com as outras Escrituras, para sua própria perdição. Vós,
portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que pelo engano dos
homens perversos sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza; antes
crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
A ele seja dada a glória, assim agora, como até o dia da eternidade. – 2
Pedro 3.16-18
Como o povo de Deus saberá enxergar essas
distorções se não se interessarem pela interpretação correta dos textos
bíblicos? De fato o Espírito Santo ensina a Igreja aquilo que é correto, mas Ele
utiliza as próprias Escrituras Sagradas (escritas pelos homens que ele mesmo
inspirou) e pelos meios que Ele ensinou contidos nelas. Assim Ele o faz Testificando
a verdade limpa da Palavra no coração dos homens eleitos.
Para que um cristão tenha o coração
guardado na Palavra de Deus é essencial seu estudo desde cedo, isso o prevenirá
de posteriores adulterações e distorções das Escrituras Sagradas tanto de sua
parte como em tolerar ou aceitar aqueles que fazem isso.
Pregadores da nossa geração gostam de
falar muito do amor de Deus, eles mais parecem animadores de auditório do que
pregadores da palavra de Deus, outros gostam muito de ficar interagindo com os
membros: “Olhe para o irmão que está ao seu lado e diga” Depois dessa
afirmação geralmente vem alguma besteira, ou alguma proposição obvia e curta
das Escrituras Sagradas tiradas do contexto arbitrariamente, esses segundos
lidam com os membros da igreja como se fossem uma plateia. Como eu disse a
mensagem ultra-concentrada no que eles chamam de “amor de Deus”, mas quando
eles abrem a boca que este “amor de Deus” é vazio pois não tem nenhum conteúdo
proposicional, está mais embasado nos princípios não cristãos de ética do que o
amor de Deus revelado nas Escrituras. Sobre esse ponto Gordon Clark foi feliz
em afirmar:
"Os evangelistas emocionais adoram
proclamar que Deus é amor. É verdade. Deus é amor. E como verdade isso deveria
ser pregado e ensinado. Os pregadores populares não estão errados em pregar que
Deus é amor; mas estão erradíssimos não pregando que Deus é a verdade. Deus é
também um Deus de ira, tema bíblico raramente ouvido.”
¹⁵
Martin Lloyd-Jones também afirma algo
semelhante sobre o assunto:
“Todo falso ensinamento deve ser odiado e combatido. O
Novo Testamento nos diz que assim fez nosso Senhor e todos os apóstolos, e que
eles se opuseram e advertiram as pessoas contra isso. Mas pergunto novamente:
isto é realizado hoje? Qual sua atitude pessoal quanto a isso? Acaso é você uma
daquelas pessoas que diz que não há necessidade dessas negativas, e que
deveríamos estar contentes com uma apresentação positiva da verdade? Subscrevemos
o ensinamento prevalecente que discorda de advertências e críticas ao falso
ensinamento? você concorda com aqueles que dizem que um espírito de amor é
incompatível com a denúncia crítica e negativa dos erros gritantes, e que temos
de ser sempre positivos? A resposta mais simples a tal atitude é que o Senhor
Jesus Cristo denunciou o mal e os falsos mestres. Repito que Ele os denunciou
como “lobos vorazes” e como “sepulcros caiados” e como “guias cegos”. O
apóstolo Paulo disse de alguns deles: “o deus deles é o ventre, e a glória
deles está na sua infâmia”. Esta é a linguagem das Escrituras. Pode haver pouca
dúvida, mas a Igreja está como é hoje porque não seguimos o ensinamento do Novo
Testamento e as suas exortações, e nos restringimos ao positivo e ao assim
chamado “Evangelho simples”, e fracassamos em acentuar negativas e críticas. O
resultado é que as pessoas não reconhecem o erro, quando se defrontam com ele.
Aceitam aquilo que aparenta ser bom, e se impressionam com aqueles que vem às
suas portas falando da Bíblia e oferecendo livros sobre a Bíblia e profecias e
coisas deste tipo. E eles, na condição de sua ignorância infantil,
freqüentemente ajudam a propagar o falso ensinamento, porque não conseguem ver
nada de errado nele. Além disso não compreendem que o erro deve ser odiado e
denunciado. Eles imaginam-se a si mesmos cheios de um espírito de amor, são
iludidos por satanás, a fera destruidora que estava no encalço delas, e que,
num bote súbito, os agarrou com sua esperteza e sutileza”
¹⁶
Até poucos anos atrás as pessoas não se interessavam
muito por doutrinas ortodoxas e basilares da Fé como a Trindade, isso se deve a
falsa concepção de que a doutrina da trindade é uma coisa que a lógica humana
não pode receber, então ela necessita de um salto lógico. Esse tipo de
irracionalismo faz com que a doutrina da Trindade seja pouco estudada nos dias
de hoje. É comum, ainda hoje, você ver sermões na televisão sobre escatologia e
fim dos tempos, e a distorcida doutrinada da prosperidade, que tem levado
muitas pessoas ao engano. ¹⁷
Porém se você se atentar para essas
pregações você verá que elas tem fins pragmáticos: “seis formas de ter um
casamento abençoado”, “cinco passos para crescer na vida financeira” etc... Mas
você não vê nenhuma exposição de doutrinas básicas como a divindade de Cristo
por exemplo, sobre a personalidade e divindade do Espírito Santo, ou até mesmo
da justificação pela Fé. E mesmo que esses pregadores não sejam muito
ortodoxos, e sejam muito obtusos, por serem teístas deveriam expor respostas as
cosmovisões não-teístas. Mas atacar cosmovisões não teístas na mídia é algo que
não promove dinheiro, e faria eles perderem o resto de tolerância que os não
cristãos têm com eles. Todavia essa posição pragmática deles não engana nem
mesmo não cristãos, e essas práticas perversas deles maculam o evangelho, e
representa o cristianismo apenas como forma de ganhar dinheiro. Assim, neles se
cumpre o que Isaías fala (52.5) e Paulo repete em sua carta aos Romanos:
“Assim pois, por vossa causa, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios,
como está escrito. – Rm 2.24. Isso tudo seria algo menos “patrocinado"
se cristãos decidissem estudar teologia com a mesma paixão que querem assistir
novelas, animes, e/ou defender seu partido político. Como Deus nos deu uma
revelação proposicional, é nosso dever estudar ela com muita piedade e
humildade.
Adiantando um pouco sobre a questão de autoridade da
Palavra de Deus analisamos também que muitos não-cristãos negam a verdade “absolutizadora”
da Palavra de Deus e dizem que para que tenhamos confiança na Revelação
proposicional de Deus devemos dar provas de que ela é confiável, e muitos
cristãos compram essa ideia herética. Mas se existisse outra autoridade
anterior a Palavra viva de Deus esse outro critério ou principio seria maior e
mais essencial que Deus, e onde ficaria a autoridade máxima divina? Aqui o
homem revela sua depravação, pois se recusa dar a Deus a autoridade Máxima que
ele tem. Existe uma boa razão pela qual nem todas as coisas podem ser deduzidas
de outras e assim infinitamente, ou seja, se tudo deve ser demonstrado,
absolutamente nada poderá ser demonstrado, afinal não teríamos um ponto
arquimediano para começarmos a deduzir as proposições para chegarmos a verdade
seria impossível. E se nós não podemos chegar a verdade primeira também não
conseguiríamos chegar a verdade posterior e assim sucessivamente, isso se
auto-colapsa em um ceticismo autocontraditório.
O crente moderno vive falando sobre Deus. “Deus é
amor”, “senti a presença de Deus”, “Deus é bom o tempo todo, o tempo todo Deus
é bom”, “Jesus te ama”, “Deus amou o mundo, de tal maneira, que deu Jesus para
nos salvar”. Mas isso demonstra a obrigação dele de conhecer, pelo menos uma
pequena porção de teologia, ou então ele não deveria nem começar a falar, pois
não teria propriedade escrituristica para tal. De onde ele aprendeu que “Deus é
amor”, ou o que é “a presença de Deus”? Por isso, ele deve conhecer a Bíblia e
também a teologia para definir o que significa “amor” ou “presença de Deus”.
Antigamente a teologia era considerada e bem vista na sociedade, hoje um
teólogo é visto como apenas um vagabundo que perde seu tempo falando coisas
loucas quer nem mesmo ele entende, isso acontece pois a ciência substituiu a
verdade “absolutizadora” da Escritura nos nossos dias, mas estamos aqui para
reestabelecer a sacrossanta Palavra que sai da boca de Deus sobre todas as
autodenominadas “ciências”
O empirismo científico nos trás para uma ideia de que a
ética é relativa, isso acontece, pois o empirismo não pode fornecer
justificação dedutiva para qualquer afirmação ética. Mas uma ética que varia
pela arbitrariedade humana é como veremos, a opção dada pela serpente no jardim
do Éden. Alguns cristãos defendem uma relatividade ética, apelando para as
“consciências”, porém muitas vezes fazem isso sobre pontos em que a Escritura
faz afirmações absolutas sobre como deveria ser a nossa vida ética. Porém, quando
eles leem a bíblia eles deveriam reconhecer que Deus faz afirmações absolutas
sobre éticas afinal Deus é imutável. Para conhecer a moralidade que flui das
escrituras isso também requer uma analise teológica cuidadosa.
No final apenas aqueles que se empenham na tarefa de
“garimpar” e de se “aprofundar” na teologia podem se tornar grandes defensores
da fé, temos na história “Atanasio contra o mundo”, um jovem teólogo que
enfrentou de maneira ferrenha os heréticos de sua época defendendo a divindade
de Cristo. Me lembro da primeira vez que terminei de ler o comentário de "De
Decretis" de Atanásio, ¹⁸ a surra que ele deu nos arianos que negavam a
divindade de Cristo foi exemplar. Se os arianos estivessem corretos, Cristo seria
a Palavra e Sabedoria de Deus, mas não seria eterno, se Ele não fosse a Palavra
e Sabedoria de Deus eternamente os Arianos teriam que admitir que houve um
tempo que Deus não tinha "Palavra" nem "Sabedoria". Outro
exemplo de Atanásio na “guerra teológica pela verdade” é que ele dá outras
excelentes respostas à heresia de Ário. Atanásio fervorosamente ensina e
demonstra que os cristãos fazem orações
para Jesus Cristo e o adoram. Todavia, a teologia cristã também ensina "os
cristãos são totalmente proibidos de adorar alguém ou alguma coisa, exceto o
próprio Deus." Portanto, de acordo com Ário e as inúmeras seitas unitárias
como por exemplo, os Testemunhas de Jeová, os cristãos estão praticando
idolatria. Se dependesse dos teologos da velha guarda de hoje que desprezam os
jovens, Ário podia dizer que Atanásio era muito novo pra debater com ele sobre
a Cristologia e que tinha mais tempo de estudo que o mesmo. Em uma das partes
de seus escritos, ele argumenta que só Deus pode salvar o homem, então ele
afirma que é "Uma característica essencial de ser uma criatura é que se
requer ser resgatado. Nenhuma criatura pode salvar outra criatura. Somente o
criador pode resgatar a criação" e nós soteriologicamente sempre
defendemos a salvação que vem somente de “Jesus” pois Ele é “O Salvador”.
Atanásio produziu então a seguinte resposta: Só Deus pode salvar; Jesus Cristo
salva; portanto, Jesus Cristo é Deus. Assim como Ário não foi capaz de refutar
essas proposições teológicas, nem mesmo os unitaristas e as seitas como as
Testemunhas de Jeová poderão de alguma forma refutar. A surra de Atanásio sobre
Ario foi magnífica. Jesus é Deus! Em contraste com isso me lembro quando eu
cuidava de pessoas em um pequeno grupo muitos anos atrás e ensinava as
Escrituras para elas, e quando eu toquei no assunto da divindade de Cristo,
duas pessoas cristãs professas que participavam das reuniões a anos e eram
inclusive batizadas naquela igreja evangélica se escandalizaram quando eu disse
que de acordo com as Escrituras Jesus é “plenamente Deus”, elas disseram que
Jesus era apenas o filho de Deus. Conforme fui conversando com elas, então elas
me disseram que recebiam os testemunhas de Jeová em suas casas, aquilo foi algo
que me fez ferver o sangue e eu os exortei ferozmente, no final depois de
demonstrar logicamente a divindade de Cristo nas Escrituras elas disseram “mas
isso é apenas a sua opinião e já os testemunhas de Jeová tem outra”, a reunião
ficou bem tensa, mas eu não arredei e lhes disse que as Escrituras não podem se
contradizer, e que não há doutrina neutra, ou ela é uma doutrina bíblica fiel
ou ela é falsa. Infelizmente eles saíram de lá contrariados e muito bravos
comigo, em menos de um ano eles haviam “apostatado”, mas na verdade nunca
creram nas Escrituras. Somente o Espírito Santo pode produzir uma forte
convicção inabalável nas Escrituras Sagradas que ele mesmo produziu.
O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o
conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te
rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste
da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos. Quanto mais estes
se multiplicaram, tanto mais contra mim pecaram; eu mudarei a sua honra em
vergonha. Oseias 4:6-7
Não podemos culpar as pessoas em primeiro lugar por não
buscarem o conhecimento do Senhor, esse texto de Oséias é claro a primeira
causa é, pois o sacerdote desprezou o conhecimento do Senhor (esse é o
conhecimento da palavra de Deus).. Então o Senhor rejeitou o sacerdote também.
O Senhor está queimando toda palha, madeira e feno da
nossa nação, toda a obra que não está alicerçada na Palavra de Deus está sendo
reprovada, você pode ver pelo movimento de redescoberta das doutrinas mais
preciosas como a justificação pela Fé por exemplo. E o que é mais interessante
é que esse é um mover dos jovens. Sim, a maioria dos que se engajaram nesse
mover são jovens... Quando Moisés tirou o povo do Egito, foram os jovens de 20
anos para baixo que tomaram posse da terra, a geração velha e incrédula
permaneceu no deserto. O moço Samuel foi escolhido por Deus para substituir o
sacerdócio caído de Eli e seus filhos. Dos filhos de Jesse Davi era o mais novo,
e Ele começou a reforma em Israel, dos Reis de Judá o Jovem Josias tinha apenas
8 anos de Idade quando começou a reinar 2
Reis 22.1 e também promoveu uma grande reforma em Israel, quando Jesus
chamou os discípulos a maioria deles eram jovens. Quando João vai começar a
falar sobre os anticristos em 1 João 2,
pessoas que negariam a divindade e/ou humanidade de Cristo, ele diz que os
Jovens venceriam o Maligno pois a palavra de Deus habitava neles 1 João 2.13-14
João morreu com cerca de 100 anos de Idade, que ele foi
o último Apostolo vivo, a sua geração morreu, e 100 anos depois a Igreja estava
sendo atacada por uma grave heresia... Quem se levanta para defender a doutrina
bíblica?
Um Jovem! Sim, foi um jovem chamado Atanásio, em quem
habitava a Palavra de Deus que combateu as heresias de sua época, esse homem no
decorrer de sua vida foi exilado várias vezes por imperadores por manter sua fé
e testemunho. Mas através dele a palavra de Deus prevaleceu... Podemos ver a
importância dos jovens hoje na posição que o Senhor os colocou, jovens que
estão cansados de meramente lições de morais, mas que possuem sede e fome de
Justiça e de ouvir a Palavra de Deus.
Gordon Clark em sua obra sobre “Em Defesa da Teologia”
também cita Atanásio entre outros nomes pela defesa da Verdade:
“Só dentre estudantes de teologia pode surgir outro
Atanásio para defender a divindade de Cristo; um Agostinho para sustentar a
doutrina da graça; ou um Lutero ou Calvino para rejeitar a tradição e o
misticismo e defender o primeiro princípio: Somente a Escritura”.
¹⁹
Como podemos ver os teólogos que nos antecederam
estavam preocupados com a verdade, eles não a relativizaram nem adentraram em
filosofias não cristãs para padronizarem seus princípios, para eles a Bíblia
era única regra de Verdade absoluta, sobre a repugnância de nossa geração para
com verdades absolutas e seu amor a irracionalidade eu escrevi a algum tempo
atrás o texto a seguir:
Irracionalismo, um engano dos anticristos:
Quando a pessoa ignora que Deus instituiu mestres para
a edificação do corpo da Igreja, e que Deus nos deu meio de fazer exames das
escrituras por meio da lógica e julgar todos com base na escritura, ela cai no
anti-intelectualismo.
O resultado de todo anti-intelectualismo é que a pessoa
sempre será manipulada pelos outros por não conseguir pensar
proposicionalmente. Sua própria mente induz ela ao auto-engano.
Jesus nos deu várias chaves hermenêuticas como a lei da
não contradição, o princípio da inerrância, e outros princípios lógicos de
verificações textuais, os apóstolos fizeram o mesmo. Os cristãos que rejeitam
estudar teologia estão cometendo pecado, eles alegam que amam a Deus, mas não
procuram conhecer mais sobre ele, e o segundo pecado é ignorar que Deus
instituiu mestres para a edificação da Igreja.
O irracionalismo é o culpado de todos os grandes danos
a Igreja Cristã. Desde sempre Na história da Igreja Deus levantou mestres para
confrontar os falsos mestres, João confrontou os gnósticos, Paulo confrontou os
falsos apóstolos, Atanásio confrontou Ario, Agosinho confrontou Pelagio e os
pelagianos. A bíblia demonstra que existem duas sementes sobre a face da terra,
os filhos de Deus e os filhos do diabo (Gn 3.14-16, 1 João) um teólogo disse
recentemente que existem os hipócritas que tentam serem os dois, mas esses
também são mentirosos e portanto são filhos do diabo.
A cada momento nos aproximamos mais perto do final, e é
evidente que a cada dia que passa os filhos de Deus vão ser manifestos, e
consequentemente os falsos mestres e profetas vão arrastar cada vez mais
pessoas ao erro, a Bíblia não pode falhar, foi assim em todas as eras da Igreja
e não será assim agora. Durante as eleições eu vi vários desses crentes que
dizem não serem "Nem arminianos, nem calvinistas" tomarem um partido
político específico, sim, mesmo que não se filiassem ao partido apoiaram
abertamente um lado e rejeitaram o outro por não estarem em conformidades com
seus princípios, esses mesmos crentes são capazes de discernir algo assim, e
não podem discernir uma doutrina falsa de uma doutrina verdadeira? É evidente
que Cristo não está dividido, mas é um fato que nem Paulo, em Pedro, nem Apolo
pregavam outro evangelho ou doutrinas diferentes, contrário dos falsos mestres
que pregam doutrinas contrárias às escrituras. Paulo nunca contradisse nada que
Pedro ou João escreveram em suas epístolas, nem Pedro, pelo contrário, Pedro
exaltou a sabedoria de Deus na vida do apóstolo Paulo dizendo que ele tinha
recebido do alto. Portanto, ninguém venha alegar querendo comparar o erro de
tentar dividir do corpo de Cristo que tem a mesma doutrina bíblica, para a
separação que a Igreja deve ter dos infiéis e falsos mestres. Se você ainda não
consegue discernir isso, é porque falta estudar as escrituras. Cf: Efesios 4,
Mateus 23, Epistola aos Galatas, Epístola aos Filipenses, 1 João, etc...
Sobre a primazia da escritura acima de qualquer
autoproclamada ciência, Vincent Cheung nos lembra qual deve ser a posição de um
cristão genuíno:
"Cientistas e incrédulos podem chafurdar em
contradições, mas os cristãos não devem tolera-las. Pelo contrário, ao invés de
abandonar a unidade da Escritura e a lei da não-contradição como uma
"defesa" contra aqueles que acusam as doutrinas bíblicas de serem
contraditórias, devem afirmar e demonstrar a incoerência das crenças
não-cristãs, e desafiar seus adeptos a abandona-las."
²⁰
Como podemos ver o cristianismo não se trata apenas de
cantar louvores bonitos e ir a acampamentos na Igreja nas férias, também não se
trata de frequentar uma denominação todos os domingos onde se prega um
“evangelho alternativo” ou “misturado” com conceitos éticos e epistemológicos
não cristãos, cristianismo não se trata de fazer coreografias e danças, ele se
trata do estudo e do conhecimento sobre Deus e isso requer se debruçar sobre as
Escrituras, ler comentários bíblicos, conhecer dicionários hermenêuticos,
história da Igreja etc... Cristianismo envolve, por necessidade, teologia e não
apenas camisetas ou violões com um desenho de um “leão de judá" impresso
ali. Sobre a questão do irracionalismo eu gosto desse texto que escrevi anos
atrás:
"Ainda que eu fale a lingua dos não julguetes, que
diga que ame e tenha em mim esse "amor" todo que faz com que eu seja
maneiro aos olhos dos ímpios, se eu NÃO DEFINIR amor conforme a bíblia define
eu sempre serei um Herege que defende todo o tipo de relativismo moral. Serei
como um sino irracionalista que retine e acha que está arrasando”
É bom ressaltar algo: um grande dilema ao estudar teologia, praticar
a justiça ou fazer qualquer coisa é o problema do pecado original, já que todas
as nossas atividades intelectuais e de atividade são conspurcadas pela queda de
Adão, mas mesmo que alguém não considere isso, a Escritura afirma diretamente
que todas as nossas melhores obras estão corrompidas do pecado (Is 64.6), se
tudo o que fazemos é pecado, logo não podemos fazer nada, e se fazer nada é
pecado então já nascemos condenados ao inferno. Por isso, eu disse neste livro,
em outro lugar, que sem o conhecimento e a doutrina da justificação pela fé e
substituição penal, bem como a satisfação e perdão dos pecados estudar teologia
pode ser uma tortura tanto psicológica quando espiritual. Pode levar às pessoas
a depressão, é importante então que o estudante de teologia, mais do que todos
os homens creia que ele foi feito Justiça de Deus na terra enquanto Cristo foi
feito seu pecado na Cruz (2 Co 5.21), é importante que ele também saiba que
Cristo se tornou para ele tanto justiça, quanto sabedoria (1 Co 1.30-31) e que
se ele errar ou for imatura em alguma coisa, no próprio processo de
Santificação, o próprio Senhor o esclarecerá (Fp 3.15). Para vencer tudo isso é
necessário que ele mantenha em mente que "tudo que não procede de Fé é
pecado" (Rm 14.23). Tendo isso em mente nós
iremos agora falar sobre o Cânon das Escrituras Sagradas.
¹ Anselmo da Cantuária foi um monge
beneditino, filósofo e prelado da Igreja que foi arcebispo de Cantuária entre
1093 e 1109. Em sua obra denominada “Proslógio”, ele apresenta o seu
argumento ontológico para a existência de Deus, que está embasado na afirmação
próxima à seguinte "existe na mente humana a ideia de um ser que não se
pode pensar algo que seja maior". Como demonstro na minha Teologia
Sistemática o argumento de Anselmo não pode provar a existência de Deus, eu
também retomarei um escrito posterior ampliando também aquela seção da
sistemática.
² Agostinho, Da Pena e Remissão dos
Pecados, livro II, capítulo 5.
³ Um teólogo-filósofo traduz João 1.1 da
seguinte forma: “No princípio era a Lógica, e a Lógica estava com Deus, e a
Lógica era Deus”. Isso pode deixar horrorizado os cristãos
antiintelectualistas, mas a palavra logos pode ser vertida facilmente por
“lógica”, “razão” ou “verbo””. (N. do T.) – Vincent Cheung | Introdução à
Teologia Sistemática (São Paulo: Arte Editorial, 2008, pp. 84)
⁴ O diatribe é uma discussão ou disputa
argumentativa lógica sobre um tema ou assunto, o apóstolo Paulo simula várias dessas
na carta de Romanos.
⁵ Um dos lemas da Reforma “Sola
Scriptura” ou “Escritura Somente” significa que a autoridade máxima da Igreja,
não são concílios, nem homens, nem papas, mas a Verdade expressa na Palavra de
Deus. Falaremos sobre esse princípio logo adiante.
⁶ A epistemologia é, em poucas palavras,
a teoria filosófica que estuda o conhecimento, ou melhor, que explica como
podemos e/ou obtemos conhecimento. Um princípio epistemológico é a fonte do
qual todo o conhecimento de uma cosmovisão flui.
⁷ João Calvino, A instituição da
religião cristã, Tomo 1 (São Paulo: UNESP, 2008), p. 73-74 (I.vii.4).
⁸ Catecismo Maior de Martinho Lutero, p.
5
⁹ Em defesa da teologia, p. 42, Gordon H.
Clark
¹⁰ Referente ao “Éden: "Como
estudaremos no volume sobre "Antropologia": no Éden o homem caiu
totalmente e passou a ter uma natureza noética também autocentrada pela semente
da rebelião, agora, pós-queda, ele pensa que pode definir eticamente o que é
justiça e que também epistemologicamente aquilo que é a verdade, a ideia humana
do 'livre pensador' ou 'autonomia da razão' começou lá em Genesis 3, mas na
criação em geral pode ter começado antes quando Satanás caiu."
¹¹ Em Defesa da
Teologia, Gordon Clark, p. 67
¹²"Esse
é o Edir Macedo, veja a postagem oficial dele aqui nesse link https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=10150866787830108&id=93132820107.
Publicado em 15/06/2012, link consultado às 00:19 de 27 de Agosto de 2020.
¹³ https://impd.org.br/palavras/1493
¹⁴Calvino, In Efésios, São
Paulo, Parakletos, 1998, (Ef 2:20), p. 78.
¹⁵ Em defesa da teologia/Gordon Clark -
Brasília, DF: Editora Monergismo. P. 44
¹⁶ Fonte: Extraído do Jornal “Os
Puritanos” Ano III Nº 3
¹⁷ eu acredito que um filho de Deus deve ser
próspero, mas eu repúdio totalmente a doutrina da prosperidade pregada nas
igrejas neopentecostais, que ensinam a barganhar com Deus e colocam a benção
antes do Criador.
¹⁸ St. Athanasius:
De Decretis (English Edition) ebook Kindle
¹⁹
Gordon H. Clark, Uma Introdução a Filosofia Cristã, p. 69, Editora
Monergismo
²⁰ Vincent Cheung, Teologia Sistematica , p.
19