quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Pós-milenarismo: As Muralhas Caem


Por Yuri Schein 

Em Josué 6, Israel não derrubou Jericó com aríetes, catapultas ou tanques de guerra. As muralhas ruíram ao som das trombetas e do grito do povo, porque Deus havia decretado a queda. Essa cena não é mero registro arqueológico, é tipologia escatológica: toda fortaleza cultural, filosófica ou espiritual que se levanta contra Cristo desmorona diante da Palavra proclamada.

O pós-milenismo enxerga em Jericó um paradigma da missão da Igreja. Não marchamos em torno de cidades com buzinas, mas cercamos o mundo com a pregação. E as muralhas modernas: materialismo, islamismo, secularismo, hedonismo, não caem por poder humano, mas pelo sopro da Palavra de Deus. O evangelho é dinamite divina (Rm 1.16), e nenhuma fortaleza pode resistir.

O futurismo, em suas diversas versões, lê Jericó apenas como curiosidade histórica ou como metáfora de “vitórias espirituais” restritas ao indivíduo, negando a dimensão pública e cultural do Reino. O pré-milenismo vai além: imagina que, por ora, as muralhas do mundo permanecem firmes, e só um futuro governo carnal de Cristo em Jerusalém derrubará de fato os inimigos. Resultado? Um evangelho de espera eterna, onde a Igreja só apanha e nunca conquista.

Mas Josué 6 não permite esse pessimismo. As muralhas caíram na história, não apenas no céu. O pós-milenismo afirma exatamente isso: a vitória de Cristo se manifesta neste mundo. Jericó foi só o prólogo; a queda dos impérios que se levantam contra Cristo é o enredo. Não é questão de se, mas de quando, porque o grito já foi dado e a trombeta já soou em Cristo.

Assim como Jericó, toda muralha da incredulidade cairá.

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