quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Pós-Milenarismo: Os Pés do Josué, os Pés do Messias

Por Yuri Schein 

Em Josué 10.24, após a vitória sobre os reis cananeus, lemos: “E Josué lhes disse: Não os temais, nem vos desanimeis; esforçai-vos, e sede valentes. Pois assim fará o Senhor a todos os vossos inimigos contra os quais pelejais.” O detalhe dramático é que Israel colocou literalmente os pés sobre os pescoços de seus inimigos, sinal de domínio absoluto. Essa imagem não é apenas militar ou histórica; é uma tipologia direta de Cristo, o verdadeiro Josué, cujo triunfo é global e cósmico.

O Salmo 110.1 já anuncia: “O Senhor disse ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado de teus pés.” Aqui, o rei messiânico recebe a mesma autoridade que Josué teve em Canaã, mas agora em escala universal. O que foi simbólico e limitado para Israel se torna real e definitivo em Cristo, o Senhor ressuscitado.

Em 1 Coríntios 15.25-27, Paulo reforça: “Pois convém que Ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte.” Assim, a vitória que Josué experimentou localmente prefigura o triunfo de Cristo sobre todas as forças que resistem ao Reino de Deus: o pecado, a morte, a maldição e toda oposição espiritual.

O pós-milenismo vê aqui a progressão histórica: a Igreja, pelo poder de Cristo, avança sobre os “reinos” do mundo como Israel avançou sobre Canaã. Cada conversão, cada cidade impactada, cada cultura transformada é como colocar os pés sobre os pescoços dos inimigos, mas agora de forma espiritual e global. O triunfo não é eventual, não depende do acaso, nem de um milênio hipotético: Cristo já possui a vitória e a aplica historicamente através da Igreja.

O futurismo e o pré-milenismo, como sempre, ignoram essa dimensão histórica: o primeiro adia tudo para um evento futuro indefinido; o segundo restringe a vitória a um reino físico ainda por vir. Já o amilenismo tenta espiritualizar a cena, como se a derrota dos inimigos fosse apenas uma metáfora interior. Mas a Bíblia é clara: os pés do Messias esmagam, os inimigos caem, e a vitória se cumpre progressivamente no mundo real.

Josué pôs os pés sobre os pescoços; Cristo os põe sobre todo o universo. O Reino avança, e nada resiste.

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