Por Yuri Schein
Em Josué 23.5,10-11, o Senhor promete: “O Senhor vosso Deus as lançará de diante de vós... Um só homem dentre vós perseguirá a mil, pois é o Senhor vosso Deus quem peleja por vós.” Aqui está o retrato cru da escatologia bíblica: vitória absurda, desproporcional, humanamente impossível, mas garantida pela intervenção divina.
Isso não é motivação de coach, é teologia da história. A lógica do pós-milenismo pulsa nesse texto: a Igreja não depende de números, de dinheiro ou de estruturas humanas para vencer; depende do Deus que peleja. Um contra mil é a matemática do Reino. É o fermento que leveda toda a massa (Mt 13.33), é a pedra de Daniel que cresce até encher a terra (Dn 2.35).
O amilenismo lê esse texto e responde com o fatalismo de sempre: “isso foi só para Israel, hoje a Igreja vive derrotada, aguardando o céu.” É a teologia da rendição, o evangelho da covardia. O premilenismo, por outro lado, imagina que só no futuro um exército messiânico esmagará os inimigos, ignorando que já hoje Cristo conduz Seu povo em triunfo (2Co 2.14). Ambos reduzem a promessa.
Josué mostra que a luta da Igreja é desigual apenas aos olhos humanos. O Deus que dá vitória a um contra mil é o mesmo que envia uma Igreja perseguida a discipular nações inteiras. O pós-milenismo não é otimismo humano, mas confiança na aritmética divina: um com Deus é maioria absoluta.
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