Por Yuri Schein
Em Josué 1.3-5 o Senhor declara: “Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado... Ninguém te poderá resistir todos os dias da tua vida.” Eis o DNA do pós-milenismo em sua forma tipológica. O que ocorre em Canaã não é apenas um evento histórico, mas uma projeção escatológica: a marcha vitoriosa do povo de Deus sobre a terra inteira. A promessa não depende do braço humano, mas do decreto divino.
A herança de Israel na terra é sombra do que Cristo, o verdadeiro Josué, efetivamente possui: todas as nações (Sl 2.8; Mt 28.18-20). Os inimigos que não poderiam resistir a Josué são o prelúdio dos inimigos que não resistem ao Cordeiro (Ap 17.14). É risível pensar que esse texto possa ser reduzido a uma posse local e transitória. O Senhor não é um corretor de imóveis na Palestina; Ele é o Rei dos reis que amplia Seu domínio até os confins da terra.
Amilenistas e premilenistas tropeçam aqui. O primeiro porque insiste em ler Josué como mera tipologia consumada “só no céu”, amputando a dimensão histórica. O segundo porque acha que Cristo precisa de um milênio carnal e judaizante para “finalmente reinar”, como se já não estivesse reinando. Ambos reduzem a promessa. O pós-milenismo, ao contrário, afirma: o que começou em Josué, cumpre-se universalmente em Cristo. Ninguém resistirá à expansão de Seu Reino na história.
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