Por Yuri Schein
Em Josué 24.14-15, o líder israelita convoca: “Temei ao Senhor, servi-o de todo o coração... Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais... eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” A passagem, à primeira vista, fala de uma decisão individual e familiar, mas o pós-milenismo enxerga nela um princípio escatológico histórico: a vitória do Reino não é apenas teórica, mas se manifesta através de corações transformados e povos convertidos.
O destaque é que a escolha de servir não é um esforço humano isolado; é o efeito da obra de Cristo que já cumpriu a Lei e garantiu a vitória sobre o pecado. O que Josué chama de decisão é, na verdade, a resposta do povo ao Rei que já reina. A obediência humana é apenas a manifestação de um Reino que avança pela graça divina, não pelo mérito ou coerção. Cada casa que escolhe servir a Deus é como uma cidade de Canaã sendo entregue por Cristo em cumprimento à promessa (Josué 11.23).
O futurismo, mais uma vez, minimiza essa realidade, tratando a escolha como um evento simbólico que só terá efeito num reino distante e literal. O pré-milenismo separa a vitória espiritual do domínio histórico, imaginando que a conversão de corações não garante, por si só, a expansão do Reino político de Cristo. Já o amilenismo tende a espiritualizar tudo, como se a escolha fosse apenas “interior”, ignorando que a história também é palco do Reino.
Josué 24 mostra que o avanço do Reino depende de pessoas que respondem à soberania de Deus, mas essa resposta só é eficaz porque Cristo cumpriu tudo perfeitamente. A promessa de Canaã, tipologicamente cumprida, nos lembra que o Reino de Cristo se concretiza através de vidas transformadas, sociedades impactadas e nações discipuladas.
Escolher servir não cria a vitória, Cristo já venceu. Mas a vitória de Cristo se manifesta onde corações escolhem reconhecê-lo como Rei.
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