quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Pós-milenarismo: O Sol Parado e o Reino Imparável


Por Yuri Schein 

Em Josué 10, o sol parou e a lua se deteve até que Israel derrotasse seus inimigos. O texto não é apenas um registro de prodígio cósmico, mas uma declaração escatológica: até a ordem da criação é subjugada pelo decreto divino para garantir a vitória de Seu povo. Se Deus pode parar o sol, o que não fará para que o Reino de Seu Filho avance até as extremidades da terra?

Esse episódio ecoa no pós-milenismo como símbolo do triunfo irresistível de Cristo. A natureza, a história, as nações, tudo é cativo da vontade soberana de Deus. O mesmo Senhor que deteve os astros é quem mantém o mundo girando em favor da expansão do evangelho. Se a batalha exige que o tempo seja estendido, o tempo se curva. Se a missão exige que impérios caiam, eles caem. Se o discipulado das nações precisa de séculos, Deus concede séculos. Nada resiste ao decreto do Reino.

O futurismo em geral tropeça aqui. Para ele, esse milagre é só uma curiosidade do passado, sem implicações no presente, porque afinal “o mundo jaz no maligno” e a Igreja deve se conformar em ser minoria. O pré-milenismo vai além no pessimismo: não só reduz o texto a um milagre datado, mas insiste que as vitórias verdadeiras só virão quando Cristo retornar visivelmente para governar numa monarquia terrestre. O problema? Isso nega que Cristo já reina e já dobra todas as coisas à Sua vontade.

Josué 10 é a antecipação de Apocalipse 11.15: “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.” O sol parou porque a vitória de Deus não conhece limites. O pós-milenismo apenas leva essa lógica às últimas consequências: se até os astros obedecem, também as nações obedecerão.

O sol pode parar, mas o Reino de Cristo não.

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