quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Pós milenarismo: O Descanso Já Começou

 


Por Yuri Schein 

Em Josué 21.43-45 lemos: “Assim, deu o Senhor a Israel toda a terra... e nenhum de todos os seus inimigos pôde resistir-lhes... Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara à casa de Israel; tudo se cumpriu.” O autor de Hebreus 4 retoma esse tema mostrando que o descanso de Josué não foi o fim da história, mas um prenúncio do descanso messiânico. Se o povo entrou em Canaã, quanto mais nós entraremos no descanso trazido por Cristo.

Mas perceba: esse descanso não é um adiamento para um futuro nebuloso, nem um hiato de mil anos carnais em Jerusalém. É uma realidade inaugurada já na ressurreição e entronização de Cristo. Hebreus 4 conecta o “hoje” da promessa ao governo atual do Filho: o descanso começou, e caminha progressivamente até sua plenitude. É o ritmo do pós-milenismo: vitória presente, expansão inevitável, consumação garantida.

O futurismo em geral, seja dispensacional ou histórico, erra exatamente aqui. Ele lê Josué e Hebreus como se fossem promessas suspensas, ainda pendentes de cumprimento em algum espetáculo apocalíptico. Assim, Cristo não reina de fato hoje, apenas “aguarda” para um reinado futuro. O problema é que isso transforma o cumprimento pleno de Josué, “nenhuma promessa falhou”, em um engano temporário, como se Deus tivesse dado só um ensaio e agora estivesse em compasso de espera.

O pré-milenismo então é a cereja desse erro: para ele, o descanso não chegou em Cristo, mas só num futuro reino político, com templo reerguido e sangue de animais. Reduz a vitória do Messias ao nível de um condomínio judaico no Oriente Médio. Mas Hebreus afirma o contrário: o descanso é hoje, Cristo já é o Rei, e Seu governo já se estende, de modo progressivo, até cobrir a terra como as águas cobrem o mar (Hc 2.14).

Em Josué, Israel descansou em Canaã. Em Cristo, o mundo descansará sob Seu senhorio. E, como diz a Escritura: nenhuma promessa falhará.

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