sexta-feira, 5 de setembro de 2025

QUANDO LIVRE ARBÍTRIO VIRA GOBLIN DE PORÃO

 


por Yuri Schein

Um homem de 40 anos resolveu atualizar o manual do “como ser um inquilino indesejado” e foi morar no espaço rasteiro de uma casa no Oregon. Sim, aquele lugar onde nem o mofo gostaria de viver. O dono ouviu barulhos estranhos e pensou: “é um rato?”. Não, era um ser humano com cama, eletrônicos e até sistema elétrico improvisado, um verdadeiro Airbnb subterrâneo sem o menor constrangimento de não pagar aluguel. Quando a polícia chegou, descobriu também metanfetamina, porque, claro, nada é completo sem o tempero de Breaking Bad.

O que essa história nos diz? Primeiro, que a criatividade humana para a decadência não tem limites. Enquanto alguns tentam conquistar Marte, outros descobrem a América no porão alheio. Segundo, que a ideia de “viver escondido” não combina com luzes, eletrônicos e sons de boate saindo debaixo do chão. É como tentar assaltar banco com camisa fluorescente: a incompetência já grita antes do flagrante.

E há quem defenda a liberdade humana como se fosse um dogma absoluto. O "livre-arbítrio" levou esse sujeito a concluir que virar goblin de esgoto era um bom projeto de vida. Mas, na realidade, tudo não passa da velha lição bíblica: o coração do homem é fábrica de absurdos. Deus decreta, e o pecador executa mal o que já era ruim. O resultado? Mais uma notícia digna de rodapé, onde a miséria se fantasia de engenhosidade.

No fim, o dono da casa ganhou uma anedota para contar em festas, e o invasor, uma estadia paga pelo Estado: sem mofo, mas com grades. Justiça poética, ou melhor, irônica. Afinal, a liberdade humana não cria paraísos; no máximo, toca o fundo do porão.


Nenhum comentário:

Postar um comentário