Por Yuri Schein
Imagine que alguém exija que Deus “prove” sua existência por meio de sinais visíveis ou experiências sensoriais. Suponha então que você sonhe, ou mesmo tenha uma visão desperto, com um ser colossal: ele voa, brilha, sua voz faz tremer a terra, raios saem de suas mãos e fogo de seus olhos. Esse ser se apresenta como Deus.
Agora a pergunta inevitável: como você provaria que não era o Diabo se disfarçando? Ou uma alucinação neurológica? Ou uma simulação hiper-realista criada por alienígenas avançados? Ou qualquer outra hipótese concorrente?
A resposta é óbvia: você não poderia. Toda “prova sensível” é ambígua, sujeita a infinitas interpretações alternativas. O mesmo dado empírico que alguém chama de “revelação divina” outro pode classificar como “fenômeno psicológico”, “fraude demoníaca” ou “tecnologia extraterrestre”.
Exigir de Deus “provas empíricas” é jogar com cartas marcadas: mesmo que tais sinais fossem concedidos, a incredulidade sempre teria uma rota de fuga epistemológica. A suposta “prova” jamais seria conclusiva.
Conclusão: apelar para provas empíricas no argumento da ocultação não é apenas filosoficamente frágil, é lixo epistemológico. O conhecimento de Deus não se fundamenta em sentidos falíveis, mas na revelação que interpreta toda experiência.
A verdadeira solução está em julgar cosmovisões, não aparições: o que importa é qual sistema fornece os teoremas corretos e responde às questões últimas da vida.
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