por Yuri Schein
Imagine que alguém tente se levantar contra a revelação bíblica apelando ao empirismo — esse brinquedinho infantil da filosofia, onde os sentidos supostamente nos dão conhecimento. Agora, eu pergunto: como esse sujeito pode sequer provar que a própria memória dele é confiável?
O golpe na memória e no empirismo
Tu, meu caro, não podes sequer provar que eu não te refutei há cinco minutos atrás. Talvez o Demiurgo gnóstico — essa caricatura mítica que os hereges inventaram — tenha reeditado tua mente e apagado a lembrança. Ou, se preferires, talvez um simples desequilíbrio químico no teu cérebro tenha deformado a memória. Se a tua mente pode ser manipulada, seja por demônios, drogas ou distorções neurológicas, então não tens como garantir que sabes o que sabes.
O empirista apela para os sentidos. Mas os sentidos, além de serem falíveis, não provam nada: eles apenas dão impressões. Como Gordon Clark martelou, “os sentidos não justificam crença alguma, apenas ocorrem”.
O Universo com 5 minutos de idade
E se o universo inteiro tivesse sido criado há cinco minutos atrás, com a aparência de ter bilhões de anos? Com fósseis enterrados, luz de estrelas em trânsito e memórias plantadas na tua mente? Tu não terias como refutar isso empiricamente, porque todo o “dado” que possuis já teria sido criado junto com a ilusão de uma história anterior.
Esse argumento não é apenas um jogo mental, é uma prova da falência total do empirismo. Se todo o sistema de percepção e memória pode ser fabricado, então não há critério empírico que escape à dúvida radical.
O que resta ao gnóstico?
O gnóstico, na sua “esperteza iluminada”, apelaria ao Demiurgo: “Ah, é o deus falso que me engana!”. Mas percebe o absurdo? Se tu admites que há um ser superior manipulando tua mente, então já não tens nenhuma confiança em qualquer percepção ou raciocínio teu. Tu te auto-aniquilaste epistemologicamente.
Tu não podes provar que teu raciocínio é livre. Não podes provar que tua memória é real. Não podes provar que teu universo tem mais de cinco minutos. E então tens a coragem de levantar um dedo contra o Deus verdadeiro? És burro.
A única saída: Revelação
A revelação divina é a única âncora. “A tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). Se Deus não fala, não há conhecimento, apenas suposições circulares, memórias instáveis e um universo talvez recém-criado.
É por isso que o apóstolo declara: “Seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso” (Rm 3.4). O homem natural se gaba de ciência, empirismo e gnose, mas tudo isso implode no próprio peso da incerteza. Só a revelação de Deus é certeza. Só ela corta o nó górdio da dúvida universal.
Então, meu velho, tu vens a mim com empirismo, gnose e memórias frágeis, achando que podes me “refutar”? Tu não podes sequer provar que não és um NPC recém-instalado no jogo cósmico, com lembranças pré-programadas de uma vida inteira que nunca existiu.
Tu foste refutado antes mesmo de abrir a boca.
E o pior: talvez nem tenhas aberto a boca. Talvez o Demiurgo tenha apenas plantado em mim a memória de que tu falaste.
Resultado: és burro.
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