quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Yaldabaoth: O Demiurgo da Mentira

 


por Yuri Schein

Quem é Yaldabaoth? No gnosticismo, ele é pintado como o “arquiteto do mundo material”, um falso deus, um tirano cósmico com cabeça de leão e corpo de serpente, símbolo grotesco de arrogância e fraude espiritual. Os gnósticos o chamavam de “deus cego”, uma entidade invejosa que teria aprisionado a humanidade em um universo imperfeito. Ele seria, na narrativa deles, o criador da matéria, o responsável por este mundo caótico e sofrido.

Perceba a ironia: quando os hereges não suportam a realidade do Deus verdadeiro, eles inventam caricaturas. Yaldabaoth é nada mais que um espantalho, uma projeção da revolta humana contra o Senhor soberano (Rm 9.20-21). Em vez de se submeterem ao Criador, preferem inventar um demiurgo falho para se consolar. É a velha serpente do Éden em versão gnóstica (Gn 3.1-5), oferecendo uma falsa “iluminação” e colocando a criatura contra o Criador.

A Escritura, por outro lado, não fala de um “deus secundário” invejoso. Fala do único Deus onipotente, que fez os céus e a terra (Gn 1.1), que reina absoluto sobre todas as coisas (Sl 115.3), que “opera tudo segundo o conselho da sua vontade” (Ef 1.11). Yaldabaoth não passa de um mito para justificar a rebeldia do homem contra a soberania divina.

O curioso é que os gnósticos estavam certos em uma coisa: este mundo é marcado por corrupção e sofrimento. Mas sua solução é falsa, porque não é um “demiurgo” que governa, e sim o Deus verdadeiro que, em sua justiça e sabedoria, ordena todas as coisas, até mesmo o mal (Is 45.7). Eles rejeitam a resposta bíblica: o pecado entrou pelo homem, não por um deus falho. A solução não é gnose, é Cristo (Jo 14.6).

Yaldabaoth é, portanto, a imagem teológica do ressentimento humano contra Deus. Um mito que serve para os rebeldes odiarem o Criador enquanto tentam posar de “iluminados”. Mas a verdadeira luz não é secreta, nem esotérica “a vida estava nele, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1.4).

Quer ver quem é o verdadeiro “deus cego”? Não é o Senhor onipotente, mas o homem que troca a glória de Deus por fábulas gnósticas (Rm 1.22-23).

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