sexta-feira, 22 de agosto de 2025

A LIBERDADE ILUSÓRIA DO ESCRAVO


por Yuri Schein

É curioso como a palavra liberdade se tornou um mantra vazio na boca dos homens. Todos dizem ser livres, mas vivem como cachorros acorrentados ao poste invisível do pecado. A cultura moderna celebra o “direito de escolha”, como se o bêbado que não consegue largar a garrafa fosse um exemplo de autonomia. Na verdade, ele não escolhe: é escolhido pela própria corrupção que o domina.

Jesus já desmascarou essa farsa: “Todo aquele que comete pecado é escravo do pecado” (João 8:34). O homem natural não é um agente neutro diante de opções igualmente abertas; ele é um servo de seus desejos caídos. A cada ato de rebeldia, a cada racionalização de sua independência, prova apenas a extensão das correntes que o prendem. É como o prisioneiro que pinta flores na parede da cela e chama isso de liberdade.

Paulo expõe essa condição em Romanos 6: o homem sem Cristo serve inevitavelmente ao pecado, e sua “liberdade” só existe dentro dos limites que o carrasco permite. A prostituta que grita “meu corpo, minhas regras” ignora que nem controla seus próprios impulsos. O filósofo secular que alardeia autonomia racional não percebe que sua razão é um escravo submisso da mentira, incapaz de se elevar acima de sua cegueira espiritual.

O calvinista entende: a verdadeira liberdade não é a capacidade de escolher qualquer coisa, mas de escolher o bem, o verdadeiro e o santo. E isso só existe pela graça de Deus. Sem regeneração, toda suposta liberdade não passa de licença para correr mais rápido rumo ao abismo.

A ironia é que a cultura idolatra o livre-arbítrio, mas sua glória máxima é ser livre para pecar. Esse não é o hino da liberdade, é a marcha fúnebre do cativo que confunde o som das correntes com sinos de festa. A única saída é a que Cristo anunciou: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8:36). Fora dele, todo discurso de liberdade é só mais um eco da prisão.

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