domingo, 30 de novembro de 2025

A JUSTIFICAÇÃO: O ÚNICO OXIGÊNIO DA EXISTÊNCIA HUMANA

 


O ser humano é uma criatura sufocando debaixo do peso infinito de sua própria culpa, mas não sabe disso. Ele caminha, respira, trabalha, sorri… tudo artificialmente, como quem vive com um pulmão espiritual perfurado, achando que o ar podre deste mundo é suficiente para sustentá-lo. Isaías já decretou a sentença: “todas as nossas justiças são como trapos de imundícia”. E o que são trapos de imundícia? Não flores murchas, não roupas antigas, mas algo tão indigno que a própria Lei proibia tocar sem contaminação. Essa é a régua divina, não o sentimentalismo humano.


Aqui começa a urgência absoluta da doutrina da justificação. Não existe conceito mais humilhante para o orgulho humano e, ao mesmo tempo, mais glorioso para a graça de Deus. A justificação não é uma “novidade reformada”, não é um “debate confessional”, não é uma “ênfase teológica”. É a linha tênue entre vida e condenação. Entre respirar e morrer. Entre existir e ser varrido para a inutilidade eterna.


E é justamente porque o homem está morto e morto em delitos e pecados (Ef 2:1) que ele necessita de algo que não pode produzir, não pode cooperar, não pode decidir. Ele precisa de um milagre jurídico, decretado pelo próprio Deus: a imputação da justiça de Cristo.


IMPUTAÇÃO: O ESCÂNDALO QUE SALVA


A justiça que Deus requer é perfeita. A justiça que o homem oferece é trapo sujo. Portanto, só resta uma alternativa: a justiça de Outro tem que ser legalmente colocada na conta daquele que nada possui. Isso é imputação — o coração do Evangelho, o escândalo da cruz, a sentença que humilha ímpios e destrói a arrogância pelagiana.


Cristo não veio apenas “mostrar amor”, “dar exemplo”, “ensinar o caminho”. Ele veio viver a vida que eu não vivo, obedecer a Lei que eu quebro, satisfazer a demanda que eu desprezo. E então, como o cordeiro que não apenas enfrenta, mas absorve a ira divina, Ele carrega a penalidade inteira. Não parte dela. Não a medida que o livre-arbítrio permitiria. Não o suficiente para tornar a salvação “possível”. Ele paga a penalidade exata e inteira de todos os pecados e de cada pecado dos seus eleitos, porque a penalidade não some no ar; ela precisa ser executada.


Na cosmovisão humana, isso é absurdo. Mas na cosmovisão revelacional, é a única lógica possível: ou Cristo paga, ou você paga. Não há terceira via, não há meio-termo, não há “Deus entende”. Deus não entende pecados, Ele os pune.


O PAGAMENTO DA PENALIDADE: O VÉU RASGADO E A ALMA LIBERTA


No calvário, Cristo não fez poesia. Ele fez transação. Ele não inspirou. Ele pagou. Ele não simbolizou. Ele quitou.


Cada reclamação da Lei, cada ato maligno, cada pensamento torpe, cada intenção caída, cada rebelião voluntária, cada falha involuntária, cada omissão, cada culpa hereditária de Adão, tudo foi lançado sobre Ele. E ali, naquele horror santo, Deus tratou o Filho como se tratasse o réprobo. Para que, por imputação, Ele tratasse o réprobo como filho.


Essa troca é o ápice do ocasionalismo divino: Deus cria a fé, aplica a justiça, imputa o mérito, regenera o coração, sustenta o crente e preserva a salvação até o fim. Nada parte do homem. Tudo parte de Deus. A justificação não é apenas necessária: é inevitável para quem Deus determinou salvar.


SE NÃO HOUVER IMPUTAÇÃO… NÃO HÁ NADA


Sem a justiça de Cristo imputada, você não é quase salvo, parcialmente aceito, “um bom candidato”. Você está perdido, condenado enquanto respira, vivendo em sentença suspensa. A justificação não é um remédio opcional: é o desfibrilador do cadáver espiritual. Sem ela, não existe sequer cristianismo.

É por isso que Paulo não diz que Cristo “inspira salvação”, mas que Ele “foi feito pecado por nós, para que fôssemos feitos justiça de Deus nele” (2 Co 5:21).

E esse “feitos” está no passivo divino: Deus é o agente; o homem é o recipiente.


CONCLUSÃO: A GLÓRIA QUE ANIQUILA O ORGULHO

A justificação é o fim do orgulho humano e o começo da vida real.

A imputação é a humilhação do homem e a exaltação absoluta de Cristo.

O pagamento da penalidade é o trono onde a ira e a graça se beijam.

Quem entende essa doutrina não anda com Deus, é arrastado por Ele.

Quem entende essa doutrina não se orgulha, desmorona.

Quem entende essa doutrina não negocia a Bíblia, vive dela.

Porque sem a justiça de Cristo… você não tem nada.

Mas com ela, você tem tudo o que Deus exige, e tudo o que Deus promete.

terça-feira, 25 de novembro de 2025

A Influência do Estado na alta de alugueis

 


Yuri Schein 

A crise dos aluguéis altos e dos salários miseráveis não é um “acaso econômico”, nem uma “força de mercado inevitável”, como gostam de repetir os pregadores da falsa neutralidade estatal. Toda cosmovisão nasce de pressupostos inegociáveis, a verdade é simples: o caos financeiro do povo não é fruto da liberdade, mas da idolatria estatal.

O governo, tal como um ídolo babilônico com boquinha aberta, devora o fruto do trabalho alheio sob o disfarce de “gestão pública”. Quando o Estado intervém demais, controla demais e gasta demais, o resultado é sempre o mesmo: inflação crônica, estagnação salarial e uma escalada absurda nos preços dos imóveis.

Em outras palavras: não existe aluguel alto sem governo grande.

1. Pressuposto: o Estado como deus concorrente

A lógica estatal é religiosa: ele se coloca como provedor supremo, árbitro supremo, salvador supremo. Mas qualquer entidade que tenta ocupar o lugar de Deus produz escravidão. Na economia, essa escravidão se manifesta quando o governo distorce os sinais de mercado, interfere no crédito, cria impostos impossíveis e transforma o ato de empreender num labirinto burocrático.

Resultado?

• Menos oferta de moradias.

• Custos artificiais.

• Aumento generalizado dos preços.

2. Salários ruins não são mistério, são consequência

Empresas sufocadas por impostos e regulações pagam mal porque lutam simplesmente para existir. Salários são proporcionais à produtividade — e produtividade só cresce com liberdade econômica. Onde há intervenção contínua, há sufocamento. Onde há sufocamento, há miséria. Simples como Romanos 1: trocaram a glória de Deus pela imagem da máquina estatal — e receberam em si mesmos a paga dessa insensatez.

3. Aluguéis altos: o pecado original da má gestão

O valor do aluguel não nasce do nada: ele é inflado por três demônios econômicos criados pelo próprio Estado:

• Inflação: produto inevitável de gastos públicos abusivos.

• Burocracia: que encarece construção e manutenção.

• Tributação predatória: que faz qualquer proprietário cobrar mais só para sobreviver ao calendário fiscal.

Depois o Estado posa de “solucionador”, propondo controle de preços, subsídios e novos impostos. Ou seja: tenta apagar o incêndio com gasolina e se gaba disso.

4. Conclusão

Se você assumir como axioma que o Estado é o gestor da vida, você colherá miséria; se assumir que a liberdade, com responsabilidade individual, é o padrão criado por Deus para a sociedade, você colherá prosperidade.

Os aluguéis altos e os salários ruins não são fenômenos naturais: são juízos econômicos decorrentes da fé idolátrica no governo. Abandone o deus estatal e seu evangelho de controle, e a vida humana, inclusive financeira, começa a se reordenar.

sábado, 25 de outubro de 2025

Maomé, o “profeta” e seu diálogo com o Demônio

 


Yuri Andrei Schein

O Islã apresenta Maomé como o grande mensageiro de Alá, aquele que recebeu revelações e fundou uma religião mundial. Mas uma leitura atenta à Bíblia e à lógica pressuposicional revela a verdadeira origem dessas “revelações”. Gálatas 1:8-9 é categórico: “Mas, ainda que nós ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos anunciei, seja anátema.” Aqui não há margem de negociação: qualquer mensagem que não proclame Cristo crucificado é uma falsificação, independentemente da autoridade aparente do mensageiro. Maomé, portanto, está sob condenação bíblica, pois seu evangelho é diametralmente oposto à salvação pela graça de Cristo.

A Escritura ainda nos alerta sobre a habilidade do inimigo de enganar através da aparência de bondade: “E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz” (2 Coríntios 11:14). Assim, as supostas revelações de Maomé, que se apresentam como luz divina, são na verdade enganos satânicos, mascarados de mensagem celestial.

Ao examinar os pilares do Islã, a Shahada (profissão de fé em Alá e Maomé como profeta), a oração ritual cinco vezes ao dia, o jejum do Ramadã, a caridade obrigatória e a peregrinação a Meca, vemos uma religiosidade externa, centrada em obras e rituais, sem nenhum fundamento na graça de Cristo. Nenhuma destas práticas traz salvação; todas reforçam a ilusão de que a santidade pode ser alcançada pelo esforço humano, ignorando a obra redentora de Jesus.

Em suma: Maomé não dialogou com um anjo de luz, mas com o próprio demônio, cujo objetivo é desviar almas da única verdade capaz de libertar: Cristo crucificado. O Islã, como qualquer sistema que desvia da revelação de Deus em Jesus, é uma armadilha perigosa, mesmo que disfarçada de espiritualidade.


sexta-feira, 24 de outubro de 2025

🍷 O Primeiro Sinal: Jesus, o Vinho e a Demolição do Moralismo Temperante



Por Yuri Schein

Há duas maneiras de se aproximar de João 2: com a Bíblia aberta ou com os joelhos tremendo diante de uma garrafa de vinho. Infelizmente, muitos preferem a segunda. Suas sensibilidades temperantes exigem que Cristo nunca tenha tocado álcool, como se o Filho de Deus precisasse obedecer à cartilha dos adventistas modernos para ser santo.

Mas exegese não é terapia psicológica anti-álcool. Ou deixamos o texto falar, ou o mutilamos. E quando o assunto é o vinho de Caná, o texto grita: era alcoólico sim.

A seguir, destruo, com polpa, casca e engaço, cada tentativa de transformar Jesus em fabricante de suquinho gospel.


📍Texto acima de sensações: a cena real


Em Caná, temos:


um mestre-sala julgando vinho por qualidade e efeito

convidados que já estavam alegres (Jo 2:10)

o milagre sendo chamado de manifestação de glória (Jo 2:11)


Ou seja: isso não é Yakult no casamento.

É vinho de verdade, bebido por gente real, celebrando com alegria real.

O termo oinos pode, em teoria, abranger suco não fermentado, assim como “carne” pode incluir mortadela vegetal. Mas palavras têm sentido determinado pelo contexto, e o contexto aqui é:


“Quando JÁ ESTÃO EMBRIAGADOS…”

— João 2:10


O verbo μεθυσθῶσιν significa justamente isso: embebedar-se.

Só há embriaguez onde há álcool.

Fatos são teimosos


📍Vinho bom não é suco sem álcool


O mestre-sala se surpreende, porque:

O MELHOR ficou para o fim (Jo 2:10)


Em festas antigas, o melhor vinho era o que fazia efeito, não o que parecia Gatorade de uva. A lógica social da época era:


primeiro o vinho que anima

depois o vinho mais fraco, quando os sentidos já estão amortecidos


Jesus inverteu:


primeiro o vinho comum

depois o vinho superior, que continua a alegria


Só faz sentido se for alcoólico.

Senão, a frase seria:

“Uau, guardaram o Del Valle de uva puro! Sem corante! Que audácia!”


Um insulto ao texto.


📍Purificação não proíbe celebração: Cristo supera o ritual


As talhas eram de purificação? Sim.

E daí?

Cristo toca em impuros, cura em sábado, derruba cambistas do templo — Ele não é escravo do ritual, Ele é o substituto do ritual.


O vinho não vem de purificação.

Vem em lugar da purificação.

O que antes purificava externamente agora se torna alegria interna.


Isso é teologia, não medo de rolha.


📍Quantos litros mesmo? Chora, moderado


O argumento:


“Jesus fez muito vinho, logo isso estimularia bebedeira!”


Ah, então:

multiplicar pães estimula glutonaria?

dar salário estimula roubo?

dar esposa estimula adultério?


Não.

O pecado está no pecador, não no dom de Deus.

Além disso, a festa durava vários dias. A matemática do pânico não convence.


📍O Pai dá vinho e é bênção


Antes de atribuir imoralidade ao milagre, leia:

O vinho alegra o coração humano (Sl 104:15)

Dai bebida ao aflito (Pv 31:6)

Paulo manda Timóteo usar vinho (1Tm 5:23)


Se dar vinho é pecado, Deus pecou.

Se alegrar com vinho é tropeço, o salmista tropeça.

Se bebida alcoólica é moralmente errada, a Escritura precisa ser corrigida e não Jesus.


📍“Jesus recusou vinho na cruz” – sofisma tosco


Ele recusou narcótico, não bebida festiva.

Confundir Gólgota com casamento é insanidade exegética.

Na cruz Ele rejeita anestesia para sentir toda a dor do juízo.

No casamento Ele oferece alegria para antecipar a festa messiânica.


Momentos diferentes, propósitos diferentes, substâncias diferentes.


📍O que realmente incomoda o abstêmio?


Jesus foi acusado de:


“glutão e BEBEDOR de vinho” (Lc 7:34)


Veja: chamaram João Batista de endemoninhado por não beber, chamaram Jesus de bebedor por beber


Jesus não se defendeu dizendo que era suco.

Ele simplesmente afirmou:


 “A sabedoria é justificada por suas obras”


A verdade é dura:

Jesus bebia álcool.

Com frequência suficiente para caluniadores criarem fama.


Se isso escandaliza alguém, o problema é do fariseu, não do Messias.


✅ O verdadeiro escândalo: negar alegria à graça


O primeiro sinal fala de:


alegria

aliança

plenitude

a substituição da água fria do ritual pelo calor do Espírito


Transformar isso em suco pasteurizado é violência ao texto e à teologia.


Jesus não inaugurou Seu ministério com: 📍abstinência

📍neurose alimentar

📍ética da moderação estéril


Mas com: 🍷 festa

🍷 alegria

🍷 abundância


“Enchei até o alto” (Jo 2:7) e quem não aguenta, beba menos.

Cristo não trocou a água em suco.

Ele trocou o legalismo em graça.


🍇 Negar o álcool em Caná é negar:


o contexto histórico

o grego do texto

o simbolismo do sinal

o caráter celebrativo da fé bíblica


É impor ao Cristo uma moralidade fraca, que não nasce das Escrituras, mas do medo. A Bíblia não apresenta um Jesus que protege seres humanos do vinho. Apresenta um Jesus que protege o vinho dos moralistas.


Eis a glória do primeiro sinal:

onde havia purificação ritual, agora há alegria messiânica. E quem quiser arrancar o álcool disso terá que espremer a Bíblia até sangrar.

O “fraco” na fé é “doente” na fé

 


Por Yuri Schein

Romanos 14 costuma ser usado como uma almofada teológica para proteger suscetibilidades religiosas. Mas a leitura honesta do texto remove essa almofada e mostra um diagnóstico severo de Paulo. A palavra asthenés traduzida como “fraco” não pinta o quadro de um crente fofo e humilde. Ela significa enfermo, debilitado, alguém com a fé clinicamente doente espiritualmente anêmica e psicologicamente instável.

Esse não é o crente maduro que se abstém por amor; é o crente traumatizado pelas próprias neuroses. Ele olha para um pedaço de carne e sente o peso de uma condenação imaginária. Ele olha para um calendário e pensa que Deus está fazendo contagem regressiva para fulminá-lo. Ele vive em tensão, não em Cristo. É exatamente aquele que Paulo descreve em Colossenses 2:21-23: pessoas que adotam normas estéticas de piedade (“não toques”, “não proves”, “não manuseies”) e acham que isso é santidade. Paulo diz: isso é aparência, não poder.

Mas o Evangelho não é um manicômio moral para quem precisa controlar tudo para sentir-se “salvo”. O Evangelho cura. Ele liberta. Ele declara: “Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8:1). O problema do doente da fé é que ele ainda duvida disso. Ele enxerta a culpa onde Cristo expulsou a culpa. Ele trata o Reino como se fosse uma dieta. Mas Paulo responde: “O Reino de Deus não é comida e bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm 14:17).

O “fraco” na fé é o irmão que não entendeu o que a justificação significa na prática. Ele ainda tenta negociar migalhas de aprovação divina com suas pequenas penitências particulares. Sua fé ainda está em UTI, Cristo é seu Salvador, sim, mas sua consciência ainda acha que Ele precisa de uma ajudinha.

Repare: Paulo manda suportar o doente, não imitar. Ele não diz que o forte deve descer ao nível do fraco; ele diz que o forte deve ampará-lo sem abandonar a liberdade (Rm 15:1). Porque o forte é o que entendeu Gálatas 5:1: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou”. A fraqueza espiritual não é virtude. Não é piedade. É enfermidade que precisa de doutrina, evangelho e paciência pastoral. O forte se adapta para não escandalizar, mas nunca se escraviza para agradar.

Sim: o fraco é irmão. Mas também é paciente em tratamento. E o tratamento não é mais regra é mais Cristo. Mais cruz. Mais plenitude da obra consumada.

Talvez a razão do desconforto ao ler isso seja simples: quando a Bíblia chama alguém de fraco na fé… ela está descrevendo você?

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Pergunta sobre o Galardão e a Igreja de Filadélfia

Recebida no Facebook:

Yuri Schein boa tarde, vc tem ideia do que pode ser esse galardão? 

Existe uma palavra pra igreja de Filadélfia que menciona a igreja com pouca força não permitir que roubem sua coroa 👑. O irmão se puder dar uma luz eu ficaria grato. Deus abençoe


Minha resposta:


Paz, meu irmão! 🙌

O Novo Testamento fala de “galardão” e “coroa” não como decorações cosméticas no céu, mas como a consumação da obra de Deus em nós: nossa participação glorificada no Reino, nossa vitória final em Cristo, nossa identidade eterna como vencedores, porque Ele venceu por nós.

Quando Jesus diz à igreja de Filadélfia:

“Guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.”

(Ap 3:11)

Ele não está dizendo:

“Cuidado para não perder a salvação ou virar um crente de segunda classe sem galardão no céu.”

O contexto mostra o contrário: Filadélfia JÁ TEM a coroa! Por quê?

Porque a coroa é Cristo, a vida eterna que Ele prometeu (1 Jo 2:25).

A “coroa da vida” é dada a todos os que amam ao Senhor (Tg 1:12; Ap 2:10).

Jesus está alertando contra qualquer ensino, perseguição ou engano que tente nos afastar da confiança exclusiva na Sua obra. Ou seja: “Não deixe ninguém substituir o Evangelho por méritos humanos.”


A Bíblia deixa claro:

✅ A fé verdadeira persevera

✅ O eleito não perde aquilo que Deus lhe deu

✅ O galardão é garantido por Cristo


“O Senhor é fiel; Ele vos confirmará até o fim.”

(1 Co 1:8-9)

“Ninguém pode arrebatar das mãos do Pai.”

(Jo 10:28-29)


A hipótese paulina “se a obra de alguém se queimar” (1 Co 3:15) não é ameaça é distinção.

É como dizer:

“Se um peixe subir em uma árvore, ele vai cair.” Mas isso não acontece.

O salvo verdadeiro não termina vazio diante de Deus, porque é Deus quem produz as obras (Fp 2:13).


📌 Em resumo

A coroa é:

o triunfo final da fé

a vida eterna consumada

a participação no reinado de Cristo

o reconhecimento público da eleição e da fidelidade divina


E isso não pode ser roubado porque:

“Aquele que começou a boa obra em vós é fiel para completá-la.”

(Fp 1:6)


Então a luz é simples e libertadora:

O galardão não se perde porque nunca dependeu de nós. A mesma mão que nos deu a coroa é a que nos mantém firmes até o fim.

Deus te abençoe, meu irmão!

Permaneça descansando Naquele que já venceu. 👑✨

O Galardão Cristão: Segurança, Fé e a Soberania Absoluta de Deus

 


Por Yuri Schein 

O galardão cristão é frequentemente mal compreendido, especialmente entre aqueles que vivem sob a sombra do legalismo moderno, onde crentes são levados a temer que qualquer falha ou retrocesso possa anular a recompensa prometida por Deus. Essa visão distorcida transforma a graça em um contrato precário, gera ansiedade espiritual e obscurece a verdadeira liberdade cristã. A Bíblia, porém, apresenta um panorama completamente diferente: o galardão é fruto inevitável da fé verdadeira, sustentado pela soberania de Deus, e não pelo mérito humano.

Paulo escreve aos coríntios sobre a qualidade da obra edificada sobre o fundamento de Cristo: “Se a obra de alguém se queimar, sofrerá perda; mas o tal será salvo, porém como através do fogo” (1 Co 3:15). É crucial compreender que esse “se” é uma hipótese, não uma previsão de que a obra realmente será destruída. É como se disséssemos: “Se alguém tentasse atravessar um deserto carregando areia na ponta de uma vara, tudo cairia”—isso não significa que alguém vá realmente fazer isso, mas ilustra a fragilidade de esforços mal fundamentados. Paulo usa a hipótese para mostrar a diferença entre obras duradouras, sustentadas pela fé, e obras superficiais, motivadas por orgulho ou vaidade. Ouro, prata e pedras preciosas simbolizam obras sólidas, fruto de fé genuína; madeira, feno e palha representam esforços que não têm base verdadeira. A segurança do galardão não depende da constância humana, mas da fidelidade de Deus, que garante que a obra produzida nele não será perdida.

A fé genuína se manifesta inevitavelmente em ações coerentes com a graça recebida. Gálatas 5:6 afirma que “a fé que atua pelo amor” é a fé que se demonstra na vida cotidiana, e Tiago 2:17 completa: “Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma”. Nenhum retrocesso momentâneo anula essa fé viva. Mesmo quando o crente tropeça, Deus continua a operar, preservando a obra e garantindo que a promessa do galardão se cumpra. Cada falha é oportunidade de disciplina e purificação, não de perda de recompensa. Hebreus 12:6 declara: “Porque o Senhor corrige a quem ama, e açoita a todo filho a quem recebe”, e 1 Coríntios 11:32 acrescenta que a disciplina serve para que não sejamos condenados com o mundo. A correção divina, portanto, aperfeiçoa, fortalece e purifica o caráter, sem jamais retirar aquilo que Ele prometeu.

A ideia do crente derrotado ou do “perigo constante de perder a recompensa” é uma fantasia legalista moderna. O verdadeiro cristão pode pecar, mas não permanece no pecado de forma habitual (1 Jo 3:9), e nada pode separá-lo do amor de Deus (Rm 8:38-39). Retrocessos temporários não comprometem a fidelidade divina nem a promessa de recompensa eterna. Cada pensamento, ação e circunstância da vida do crente está sob a direção soberana de Deus (Ef 1:11; Ec 11:5), que garante que tudo coopere para o bem daqueles que são chamados segundo Seu propósito.

Essa certeza desarma o legalismo contemporâneo, que transforma a graça em terror moral. Muitos crentes, escravizados pelo medo da falha, tentam preservar o galardão através de esforço próprio, vigilância constante ou perfeição impossível. O ensino bíblico é claro: o galardão não depende do desempenho humano, mas da obra de Deus que opera dentro do crente. Assim, a recompensa não é conquistada, mas revelada; não depende da constância humana, mas da fidelidade de Deus.

A tradição cristã reformada sempre ensinou que o galardão é seguro. Obras são frutos inevitáveis da fé; retrocessos ou falhas não alteram a promessa divina. Romanos 8:28-30 assegura que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus, e que a obra de Deus não pode ser frustrada. Cada retrocesso é, na realidade, instrumento de Deus para aperfeiçoar o crente, não ameaça à sua recompensa.

O galardão, portanto, é seguro, inalienável e eterno. Ele é fruto da fé viva, expressão de obediência que surge da obra soberana de Deus, garantia de recompensa que permanece mesmo diante de tropeços. Cada disciplina é uma lapidação, cada falha uma oportunidade de purificação, e cada vitória é manifestação da graça que nos sustenta. Descansar na certeza do galardão é viver livre do medo, da ansiedade e da culpa, sabendo que a graça de Deus que produz frutos inevitáveis garante a recompensa eterna. O galardão está seguro na mão de Deus. Sempre esteve. Sempre estará.