domingo, 21 de setembro de 2025

O Peso Invisível: Quando o Sorriso é Apenas uma Máscara


por Yuri Schein 

Vivemos cercados de pessoas que sorriem, que parecem estar bem, que até fazem piadas para aliviar o ambiente. Mas o que raramente percebemos é que, muitas vezes, esses sorrisos não passam de máscaras frágeis. Atrás deles, há cansaço, solidão, medo e batalhas que ninguém mais vê.

A sociedade nos treinou para aparentar força. Fomos condicionados a acreditar que demonstrar dor é sinal de fraqueza. Assim, aprendemos a esconder as lágrimas, a calar os gritos internos e a sufocar a alma sob uma fachada de normalidade. Quantos de nós já não sorrimos quando, por dentro, estávamos desmoronando?

O grande problema é que, ao acreditar na aparência, também nos tornamos cegos. Passamos ao lado de pessoas que pedem ajuda em silêncio, mas confundimos esse silêncio com indiferença. Vemos um semblante alegre e não imaginamos que ele pode estar cobrindo cicatrizes profundas.

É fácil admirar quem aparenta estar sempre bem. Difícil é enxergar que até os mais fortes sangram quando a multidão vai embora. E é nesse ponto que a compaixão se torna urgente: precisamos aprender a olhar além do óbvio, a ouvir o que não é dito, a perceber que nem toda alegria é verdadeira.

Antes de admirar um sorriso, pergunte-se: será que não é apenas um escudo? Às vezes, o gesto mais humano não é aplaudir a força alheia, mas oferecer um espaço seguro para a fragilidade. Pois quem hoje sorri para esconder a dor pode estar implorando por alguém que enxergue além da máscara.

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