sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Charles Hodge | Responsabilidade não pressupõe liberdade




Vamos ver o que o velho Charles Hodge conta como base da responsabilidade humana, se é a liberdade da criatura ou a autoridade de Deus. Não se esqueçam que Charles Hodge é INFRALAPSARIANO. Vamos ver se o nosso ensino de que a Responsabilidade humana não pressupoe liberdade da criatura mas autoridade divina é uma invenção do Chines ou de Gordon Clark, não vou entrar nos detalhes de terminologias sobre "Autor do pecado" isso não me importa no momento:
"Quando Paulo ensina a soberania de Deus na seleção dos beneficiários da sua graça e dos objetos da sua ira, e declara tão claramente que o destino dos homens foi determinado pelo beneplácito soberano de Deus, a objeção (por que ainda Deus nos culpa?) é natural e plausível. A essa objeção o apóstolo dá duas respostas:
1) Essa objeção provém da ignorância sobre a verdadeira relação entre Deus e os homens como criador e criaturas, e sobre a extensão da autoridade divina sobre nós (9.20,21).
2) Que em sua doutrina nada é incoerente com a natureza perfeita de Deus, visto que ele não torna os homens ímpios, mas, da multidão de ímpios ele perdoa um e pune outro, pelas mais sábias e mais benévolas razões (9.22,23)"
Veja que eu mantive a idéia infralapsariana do ponto 2 de Hodge (que ninguém diga que eu omiti), mas para Hodge o homem é reponsabilizado não pela liberdade, mas pela autoridade divina (ponto 1)

Outro comentário do renomado autor infralapsariano Charles Hodge, nenhuma referencia a liberdade da criatura pecadora fazer algo fora da determinação divina, aliás NENHUM COMENTÁRIO de Hodge atribui a liberdade humana o padrão para a resposabilidade, apenas comentários que ensinam que o homem já está caido no pecado quando Deus os controla e os dispõe para vasos de ira (infralapsarianismo) nada além disso:

"Mas neste caso, além desta censura à presunção de tentar chamar o Criador a contas, em vez de considerar que o mero fato de Deus se arrogar algo como seu direito é prova suficiente de que é justo, há uma resposta direta a essa dificuldade. A objeção se funda na ignorância ou no entendimento errôneo da verdadeira relação que existe entre Deus e suas criaturas pecadoras. O oponente supõe que Deus está sob a obrigação de estender sua graça a todos, ao passo que, na verdade, ele não está sob a obrigação de estendê-la a ninguém. Todos são pecadores e estão privados de todo e qualquer direito à sua misericórdia; portanto, é prerrogativa de Deus poupar um e não outro, fazer de uma pessoa um objeto honroso e de outra um objeto desonroso. Ele, como soberano Criador de todos os seres humanos, tem o mesmo direito sobre eles que o oleiro tem sobre o barro. E preciso ter em mente que Paulo não está falando aqui sobre o direito de Deus sobre as suas criaturas como criaturas, mas como criaturas pecadoras, como ele próprio intima nos versículos subsequentes. E às maquinações da criatura pecadora contra Deus que Paulo está respondendo, e ele o faz mostrando que Deus não está obrigado a dar sua graça a ninguém, mas é tão soberano como o oleiro na modelagem do barro. [...] Pode algo ser mais irracional do que o barro, supondo-se que tivesse o poder de raciocinar, queixar-se de que a forma que lhe foi dada não é muito agradável, ou que o uso para o qual foi destinado não é muito honroso como o uso dado a outros blocos de barro? O oleiro tem todo o direito de decidir sobre essas questões, e a coisa que está sendo formada não tem nenhum direito de se queixar ou de questionar. E assim se dá com Deus; a massa dos homens caídos está em suas mãos, e é seu direito dispor deles como lhe agrada e de fazer todos para propósitos nobres ou todos para uso comum, sobre estes pontos, com base na natureza da relação, não temos o direito de queixar-nos ou de questionar.

Fonte: Charles Hodge, Comentário de Romanos, versão americana, paginas 290-291., fonte secudnária (Fundamentos da Graça Steven Lawson, p 513-515)

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