sexta-feira, 9 de outubro de 2020

A JUSTIÇA DIVINA E A DOUTRINA DA ELEIÇÃO | John MacArthur



Apesar da clareza que a Escritura fala sobre este tópico, atualmente muitos cristãos professos estão em conflito com a aceitação da soberania de Deus - principalmente quando se trata da obra eletiva de Deus na salvação. Naturalmente, seu protesto mais comum é que a doutrina da eleição é injusta, não é equânime. Mas essa objeção vem de uma ideia humana de justiça, e não do entendimento divino, objetivo, da verdadeira justiça. Para que possamos tratar apropriadamente do tema da eleição, devemos pôr de lado todas as considerações humanas e focalizar a natureza de Deus e seu justo e alto padrão. A justiça divina - é onde a discussão deve começar.

Que é a justiça divina? Exposta simplesmente, a justiça é um atributo essencial de Deus pelo qual ele faz infinita, perfeita e independentemente, e com exatidão, o que ele quer fazer, quando e como o quer fazer. Uma vez que é o padrão da justiça, pela própria definição, seja o que for que faça, isso será inerentemente justo. Como William Perkins disse há muito tempo, “Não devemos pensar que Deus faz algo porque é bom e reto, mas antes que algo é bom e reto porque Deus o deseja e faz”. Portanto, Deus define a justiça para nós porque ele é, por natureza, justo e reto, e o que ele faz reflete essa natureza. Sua vontade livre - e nada mais - está por trás da sua justiça. Significa que: o que ele quer é justo; e é justo, não devido a algum padrão externo de justiça, mas simplesmente porque ele o quer.
Visto que a justiça de Deus é algo que flui do seu caráter, não está sujeita às suposições que o homem caído faz do que a justiça deve ser. O Criador não deve nada à criatura, nem mesmo aquilo que, em sua graça, deseja dar a ela. Deus não age por obrigação e compulsão, mas por sua prerrogativa independente. E isso que significa ser Deus. E porque ele é Deus, os seus atos livremente determinados são intrinsecamente retos e perfeitos.
Dizer que a eleição é injusta, não som nte é inexato, como tam bém é deixar de reconhecer a essência da verdadeira equidade. O que é equânime, reto e justo é o que Deus quer fazer. Dessa forma, se Deus quer escolher aqueles que deseja salvar, fazer isso é inerentem ente justo. Não podemos impor nossas ideias de equidade e justiça ao nosso entendimento das operações de Deus. Em vez disso, devemos ir às Escrituras para ver como Deus, em sua retidão perfeita, decide agir.
John MacArthur
Los Angeles, 2006
Trecho da Introdução do Livro: Fundamentos da Graça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário