por Yuri Schein
O grupo avançou pela caverna, mantendo-se alerta após a última batalha. O local era úmido, com o eco de gotas d’água batendo nas pedras antigas, paredes cobertas por musgo e teias secas. No chão, pequenas poças refletiam a luz das tochas, enquanto pinturas antigas mostravam guerreiros e rituais esquecidos. Entre os destroços, encontraram algumas moedas de prata e cobre, uma espada enferrujada com uma esmeralda cravada na ponta e uma capa com capuz, evidentemente feita para um mago.
Raella, curiosa, vestiu a capa. Instantaneamente, sentiu-se mais ágil, mais alerta e com uma sensação de poder correndo pelo corpo. “Não sei o que esta capa faz, mas… sinto-me incrivelmente diferente”, disse, admirando o tecido que parecia brilhar levemente à luz da caverna.
Enquanto exploravam mais a sala, Jetto encontrou uma alavanca escondida atrás de uma pedra. Ao puxá-la, um estrondo ecoou pela caverna: uma porta secreta se abriu e dele surgiram diversos zumbis e esqueletos, avançando com braços rígidos e olhos vazios. O grupo rapidamente se afastou, preparando-se para a batalha.
Raella foi a primeira a reagir, canalizando sua magia. Com mãos firmes, conjurou raios de energia branca que curavam pequenos ferimentos do grupo ao mesmo tempo em que queimavam os inimigos mais fracos. Mas, quando tentou concentrar uma magia maior, a capa reagiu sozinha, e uma terrível esfera de energia surgiu, evocando um Beholder, cujos olhos flutuavam ameaçadoramente acima do grupo, estudando cada movimento.
O grupo congelou por um instante, surpreso e pronto para atacar. Derek apontou sua flecha, Thomas ajustou seu montante duplo, e Ikarus levantou a espada, prestes a atacar. Mas Raella levantou a mão, apressada:
“Esperem! Isso… não fui eu! Acho que a capa tem algum efeito próprio, algo involuntário!”
Gillian franziu o cenho, mas respirou fundo e deixou o grupo hesitar por um momento. O Beholder, ainda pairando, não atacava diretamente, como se estivesse aguardando ou observando.
A batalha contra os zumbis e esqueletos, entretanto, continuou feroz. Raella se destacou, curando ferimentos críticos e usando a magia de ataque para dispersar grupos de inimigos. Thomas Walker aproveitou os momentos de distração, golpeando com precisão e usando suas asas para ganhar vantagem aérea. Derek, finalmente, brilhou ao mirar e derrubar inimigos chave que ameaçavam cercar o grupo.
Após eliminar a última onda de mortos-vivos, todos se viraram para o Beholder, preparados para um ataque decisivo. Raella ergueu a mão novamente:
“Não precisamos matá-lo! Eu não o convoquei conscientemente… a capa provavelmente liberou essa magia por instinto, algo ligado ao poder antigo do lugar.”
O grupo se entreolhou, impressionado e cauteloso. A criatura, aparentemente inofensiva por enquanto, flutuava acima deles, seus olhos os observando curiosamente antes de desaparecer lentamente em uma fenda no teto da caverna, como se aceitando o aviso de Raella.
“Essa capa… definitivamente não é algo comum,” comentou Ikarus, observando a jovem maga com um novo respeito.
Raella respirou fundo, ainda sentindo o poder correndo pelo corpo, enquanto o grupo se recompunha, limpando suas armas e analisando os novos tesouros encontrados. A espada enferrujada e a capa, agora mais misteriosa do que nunca, prometiam ter um papel crucial nas aventuras futuras.
O grupo avançou com mais cuidado, ciente de que a caverna ainda guardava perigos inesperados — e que Raella agora carregava um poder que eles ainda precisavam entender completamente.
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