por Yuri Schein
O calor da fogueira iluminava os rostos cansados do grupo, e a conversa começava a fluir de forma mais natural. Ikarus terminou de contar sua história, e o silêncio confortável tomou conta da sala por alguns instantes, até que Rickson resolveu falar.
— Posso? — disse, com um aceno tímido, mas firme. — Acho justo que todos saibam um pouco sobre mim também.
O grupo assentiu, curioso. Rickson limpou o suor da testa e começou:
— Meu nome é Rickson, e venho do reino de Aldora, do Oeste. Cresci ouvindo histórias sobre os grandes guerreiros e heróis que lutaram pela paz do nosso mundo — como os três irmãos, Angarkor, Neutro e Ordekh, e o príncipe Kholl da ilha de Kallon, que juntos derrotaram inimigos poderosos durante a Guerra de Duzentos Anos.
Ele respirou fundo, lembrando-se do peso dessas histórias.
— Desde jovem, fui treinado para lutar, proteger meu povo e meu reino. Montava dragões vermelhos em batalhas épicas, aprendendo a usar força, estratégia e coragem. Tive grandes companheiros ao meu lado: guerreiros que se tornaram irmãos, e cada vitória me ensinou algo sobre responsabilidade e liderança.
Rickson olhou para Ikarus, sorrindo levemente.
— Depois que a guerra terminou, houve períodos de relativa paz. Mas rumores de mortos-vivos começaram a surgir, e Aldora desconfia que tudo está ligado a um Necromante maligno, alguém com poder suficiente para manipular essas forças sombrias. É por isso que estou aqui com vocês.
Ele respirou profundamente, segurando firme seu cajado e observando os companheiros.
— Recentemente, um gênio concedeu um aviso: um guerreiro de Lenória seria uma peça-chave para derrotar o Necromante. Não sei exatamente como isso se dará, mas é por isso que vim, para juntar forças com todos vocês e enfrentar essa ameaça.
Derek olhou para Rickson com respeito, sentindo a importância de ter um guerreiro tão experiente e determinado ao lado do grupo. Thomas apertou levemente os punhos, suas asas se movendo lentamente, mostrando sua atenção e interesse. Até Raella, ainda descansando do uso intenso de sua magia, pareceu mais confiante, absorvendo cada palavra.
Ikarus sorriu, satisfeito ao ver que o grupo começava a se conhecer melhor e a formar uma verdadeira coesão.
— Muito bem, Rickson — disse. — Com você, Thomas, Derek, Gillian, Jetto e Raella juntos, temos força, habilidade e estratégia. Amanhã avançaremos ainda mais fundo na caverna, investigando o que está por trás desses mortos-vivos. Mas por hoje, descansemos e nos preparemos.
O fogo crepitava, o aroma da comida ainda pairava no ar, e por alguns momentos, a caverna se transformou em um refúgio de esperança e união. Cada um no grupo sabia que os desafios seriam enormes, mas agora tinham algo mais: confiança mútua e compreensão de que estavam juntos nessa missão que poderia mudar o destino de todo o mundo.
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