quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Ad’Heim: O Sacrifício do Beholder

 


por Yuri Schein 

O grupo avançava lentamente pelo corredor estreito da caverna, ainda processando a estranheza da capa de Raella e o recente aparecimento do Beholder. As tochas iluminavam paredes cobertas de musgo, enquanto o eco de passos arrastados e gemidos ecoava por entre as pedras antigas.

De repente, das sombras mais profundas da caverna, um rugido coletivo soou. Uma nova horda de mortos-vivos surgiu, maior e mais diversa que a anterior: zumbis arrastando corpos deformados, esqueletos empunhando armas antigas, ghouls de aparência monstruosa com dentes afiados e braços alongados, e criaturas cujos olhos vazios refletiam um ódio antigo. O grupo se viu cercado, encurralado contra as paredes úmidas e frias.

“Não há como passar por aqui!” exclamou Derek, apontando a flecha para o mar de inimigos. “Se continuarmos, seremos esmagados!”

Thomas Walker bateu os montantes no chão, agitando suas asas em posição de ataque. “Precisamos de uma distração!”

Ikarus olhou em volta, analisando a situação. A única rota de fuga visível era um estreito corredor lateral à direita, parcialmente escondido por pedras e detritos. Mas atravessá-lo exigiria que o grupo resistisse ao ataque inicial da horda.

Raella, respirando fundo, tomou uma decisão drástica:

“Eu… vou usar o Beholder! Ele pode nos abrir caminho!”

O grupo olhou para ela, surpreso. Ikarus franziu o cenho: “Está certa disso? Ele pode ser instável!”

“Não temos escolha,” respondeu Raella com firmeza. “Confio que ele entenderá… ou morrerá tentando.”

Ela ergueu a mão, e uma luz azulada formou-se diante dela, evocando novamente o Beholder que antes havia desaparecido. Seus olhos flutuavam e, sem precisar de comando consciente, ele avançou para o meio da horda de mortos-vivos. Raios mágicos, feixes de energia e explosões de luz surgiam de seus olhos, atingindo zumbis, esqueletos e ghouls com precisão devastadora.

O grupo aproveitou a distração. Raella e Jetto lideraram a retirada pelo corredor estreito, enquanto Ikarus, Derek e Thomas protegiam a retaguarda, mantendo a horda contida o máximo que podiam.

Apesar do poder do Beholder, o inimigo era numeroso. A criatura mágica foi lentamente cercada, atacada por vários zumbis e ghouls ao mesmo tempo. Raios e magias voaram pelo ar, criando um espetáculo caótico de luz e sombra.

Finalmente, o Beholder foi destruído, explodindo em uma onda de energia que dissipou os últimos inimigos próximos e abriu o caminho final para o grupo. Raella, ofegante, observou o sacrifício da criatura, ciente de que aquele ato involuntário da capa lhes havia salvado a vida.

“Ele… fez isso por nós,” murmurou Gillian, impressionada com o poder e a determinação da magia envolvida.

Ikarus respirou fundo, apoiando-se contra a parede. “Bem… pelo menos estamos vivos. E a capa de Raella… definitivamente guarda segredos que ainda precisamos entender.”

O grupo atravessou o corredor estreito, reunindo forças, tratando ferimentos e refletindo sobre o preço do poder. O sacrifício do Beholder não seria esquecido, e agora eles estavam mais conscientes de que a caverna ainda guardava perigos muito maiores do que poderiam imaginar.

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