Por Yuri Schein
Falar em filosofia verdadeira é, para muitos, uma ofensa contra o pluralismo religioso, a liberdade acadêmica e a “sapiência” dos filósofos mortos que enchem bibliotecas de pó. Mas a verdade não pede licença para entrar: ela irrompe e humilha as pretensões humanas. E a verdade é esta — toda filosofia fora de Cristo não passa de opinião vazia, ilusão sistematizada e orgulho especulativo. Só a fé cristã é filosofia real, porque só ela oferece conhecimento, coerência e fundamento absoluto.
Os gregos, com toda sua vaidade intelectual, nunca chegaram a lugar algum. Sócrates morreu perguntando; Platão morreu idealizando; Aristóteles morreu confundindo. Seus sistemas são castelos de areia erigidos contra a Rocha. Como Gordon Clark disse, “o cristianismo é uma filosofia, e a única que pode reivindicar verdade absoluta, porque se baseia na revelação proposicional de Deus.” Sem a Escritura, não existe conhecimento; existe apenas opinião. E opinião não é filosofia — é tagarelice.
A filosofia pagã é marcada pela autonomia do pensamento humano, que é justamente o veneno que corrompe toda epistemologia não-cristã. O homem coloca-se como legislador da razão, quando, de fato, é apenas criatura. Cornelius Van Til resumiu isso ao afirmar que o pecado original foi a tentativa do homem de pensar independentemente de Deus. Mas se toda realidade é criada, sustentada e governada por Ele, toda tentativa de raciocinar sem partir de Deus é uma ficção, um autismo intelectual.
Além disso, o molinismo e todo arremedo de “filosofia cristã” que tenta conciliar liberdade autônoma com soberania divina não são filosofia cristã, mas versões batizadas da incredulidade. Como Vincent Cheung aponta, o molinista acaba adorando um ídolo: um deus que depende de contrafactuais e escolhas contingentes que não procedem de sua vontade. Mas um deus limitado é uma negação de Deus. Logo, toda filosofia que não afirma a soberania absoluta de Deus até sobre os pecados dos homens não passa de ateísmo disfarçado.
A filosofia cristã, pelo contrário, é real porque começa pela revelação — a Palavra inspirada, inerrante e infalível. Ela não apenas descreve a realidade; ela determina a realidade. Ocasionalismo não é um capricho medieval, mas a confissão de que só Deus causa todas as coisas. Isso dá sentido à história, às leis naturais, à moralidade, à lógica e até mesmo ao pensamento humano. Se o universo fosse regido por acaso ou autonomia, conhecimento seria impossível.
Assim, toda filosofia que não se submete a Cristo é irracionalismo mascarado. Pode encher auditórios, pode parecer sofisticada, mas não pode responder às perguntas mais básicas: Quem sou? Por que penso? Como sei? Para onde vou? O cristianismo responde: você é criatura de Deus, pensa porque Ele lhe deu mente, sabe porque Ele revelou, e vai para onde Ele decretou.
No fim, não há opção. Ou se crê na revelação cristã, ou se vive como um idiota intelectual tentando construir sentido no vazio. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento” (Pv 1:7). Não é uma metáfora — é uma declaração ontológica. Fora disso, nada é conhecimento, nada é filosofia.
Portanto, a única filosofia real é a cristã. Todo o resto não é filosofia: é superstição de toga, idolatria conceitual e ruído existencial.
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