Por Yuri Schein
Êxodo 15.13 declara:
"Com a tua benignidade guiaste o povo que remiste; com a tua força os conduzes à tua santa habitação."
Para leitores superficiais, esse versículo é apenas parte do cântico de Moisés e Miriam após o Mar Vermelho. Mas uma análise técnica revela um padrão histórico e progressivo que sustenta o pós-milenismo: Deus conduz o seu povo de forma contínua, garante vitória sobre os inimigos e estabelece a expansão de Sua presença no mundo.
O contexto é crucial. Israel havia acabado de atravessar o Mar Vermelho, um evento cataclísmico que marcou a derrota de seus opressores egípcios. O cântico celebra a intervenção histórica de Deus, enfatizando que a libertação não é apenas espiritual ou simbólica: é real, tangível e progressiva. A frase “com a tua benignidade guiaste o povo” indica direção divina constante, enquanto “com a tua força os conduzes à tua santa habitação” mostra que o plano de Deus inclui vitória sobre obstáculos, posse da herança e cumprimento de promessas.
Para o pós-milenismo, este versículo é crucial:
1. Guia ativo e contínuo: Deus não espera passivamente que o povo encontre o caminho; Ele conduz historicamente, garantindo progresso e segurança. Isso demonstra que o Reino de Deus opera no tempo histórico, e não apenas em esferas espirituais ou futuras.
2. Vitória real e tangível: A condução inclui proteção, força e juízo sobre os inimigos. O progresso histórico não é teórico; é comprovado pelos resultados: os egípcios derrotados, o povo seguro, a promessa avançando.
3. Cumprimento tipológico na Igreja: Toda promessa em Cristo é “sim e amém” (2 Co 1.20). A travessia do Mar Vermelho prefigura a vitória histórica do povo de Deus na Igreja: libertação do pecado, expansão do Reino e consolidação do mandato cultural e missionário.
4. A habitação santa: A expressão aponta para o objetivo final: Deus guia o povo até a plena comunhão com Sua presença, mas de forma progressiva. A Igreja, como continuação de Israel, experimenta essa condução histórica, trazendo influência cultural, moral e espiritual às nações.
Os críticos, tanto pré-milenistas quanto amilenistas, costumam reduzir o texto a uma vitória isolada ou simbólica. O pós-milenismo, porém, lê Êxodo 15.13 como modelo histórico: Deus conduz, protege, derrota inimigos, cumpre promessas e avança Seu Reino de forma contínua.
Portanto, Êxodo 15.13 não é apenas celebração poética: é prova bíblica de que o plano de Deus progride historicamente, que a vitória é tangível e que a Igreja é a continuação do povo guiado por Sua benignidade e força. Para os pessimistas escatológicos, a ironia é clara: a Escritura já mostrou que o progresso do Reino é inevitável.
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