quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Pós milenismo; Êxodo 6.6-8: Deus promete libertação, mas os pessimistas só veem problemas



 Por Yuri Schein 

Êxodo 6.6-8 declara:

"Portanto, dize aos filhos de Israel: Eu sou o Senhor; eu vos tirarei da servidão dos egípcios, vos livrarei de sua escravidão, vos resgatarei com braço estendido e com grandes juízos; e vos tomarei por meu povo, e serei vosso Deus; e sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tiro da servidão dos egípcios. E vos conduzirei à terra que jurei a Abraão, Isaque e Jacó, e vos a darei por herança; eu sou o Senhor."

À primeira vista, o texto é lido apenas como promessa histórica: libertação do Egito e posse da terra prometida. Mas uma leitura técnica revela muito mais: Êxodo 6.6-8 é manifesto de progresso histórico e vitória real, fundamento bíblico para o pós-milenismo.

O contexto é crucial. Deus fala a Moisés após a dura resistência do faraó e o desânimo do povo. Ele não se rende à situação presente; pelo contrário, anuncia ação histórica: juízo sobre os opressores, libertação do povo e posse de uma herança concreta. O plano de Deus não é vago nem simbólico, mas progressivo, envolvendo intervenção direta, restauração e expansão da bênção.

Elementos-chave para o pós-milenismo:

1. Libertação ativa e progressiva: Deus promete tirar Israel da escravidão com braço estendido e juízos poderosos. O progresso histórico é evidente: o juízo não é meramente espiritual, mas concreto, permitindo o avanço do povo e a execução de sua vocação.

2. Posse da herança: A promessa de conduzir Israel à terra de Abraão, Isaque e Jacó é tipológica. Não é apenas para a nação física de Israel, mas encontra seu cumprimento pleno na Igreja em Cristo (2 Co 1.20). Toda promessa se confirma em Cristo, e a Igreja herda não apenas redenção espiritual, mas também mandato cultural, expansão do Reino e influência histórica.

3. Reconhecimento da soberania divina: Deus afirma repetidamente “eu sou o Senhor”. Cada intervenção é voluntária, poderosa e histórica. Isso significa que o plano de Deus progride na história, mesmo diante de opressão, resistência ou fracasso humano.

A narrativa posterior confirma o padrão: a travessia do Mar Vermelho, o juízo sobre os egípcios, a provisão no deserto e a conquista da terra. Cada etapa é progressiva, histórica e mensurável. Para o pós-milenismo, isso não é história isolada; é paradigma de como Deus realiza suas promessas na história, culminando na expansão da Igreja como herdeira de toda bênção.

O erro dos pessimistas: pré-milenistas ou amilenistas, é ler Êxodo 6.6-8 como se a vitória fosse retardada ou espiritualizada demais. O texto não deixa margem: a libertação é real, a herança é concreta, e o progresso é histórico. Deus opera progressivamente para que o juízo, a redenção e a bênção se cumpram de forma contínua na história.

Portanto, Êxodo 6.6-8 é fundamento clássico do pós-milenismo: o Reino progride, o povo de Deus avança, os inimigos são vencidos e todas as promessas se cumprem em Cristo. O plano divino não falha; ele avança, lentamente, poderosamente e inevitavelmente.


Nenhum comentário:

Postar um comentário